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Verão 90 foi uma novela com referências do anos 80

A Dona do Pedaço, assim como foi Verão 90, não tem coerência.

Por: Jeferson Cardoso

A fraca atuação de Jesuíta Barbosa. Foto: TV Globo

Graças a Santa Clara, terminou ontem (27/07), “Verão 90”. Uma novela para não ser levada a sério e de sem coerência. A obra não representou a década e 90, mas sim a de 80. Uma loucura!!!!. Dira Paes, Claudia Raia e Isabelle Drummond começaram com atuações exageradas. Drummond tirou o pé do acelerador e conseguiu encontrar o lado cômico de sua personagem, já Dira e Claudia seguiram sem limites. O sotaque da Raia era insuportável. Misericórdia!.

“Verao 90” também fez com que a gente duvidasse do talento de Jesuíta Barbosa. Do início ao fim, o ator manteve o mesmo tom. Infelizmente, o ator foi escalado para dar vida a um personagem sem lógica, sem motivação para quem defendia e até mesmo para incentivar a torcida do público. 

No quesito elenco, o único nome que destacaria é o de Camila Queiroz. Após ter sido detonada em “Pega Pega”, a atriz roubou a cena em “Verão 90” e ofuscou as demais colegas de trabalho.

De abertura lindíssima, e roteiro fraco e incoerente, “Verão 90” saiu de cena com bons índices de audiência (26 pontos), mas, certamente, não será lembrada quando o assunto for novelas ótimas que deixaram saudade. 

A novela passava nos anos 90, mas usava recursos dos anos 80. Foto: Abertura/Globo

Longe de ser ótima, “Verão 90” também não foi ruim. Tinha o perfil ideal para o horário das sete. Porém, os exageros e os excessos fizeram com que a obra perdesse pontos no quesito qualidade.

Eu, particularmente, contava os dias para esta novela acabar. Pra mim, quando o assunto é audiência, comparo Verão 90 com A Dona do Pedaço. Duas novelas de gosto duvidoso e que não merecem os índices que registram.

Mudando de assunto, até mesmo porque Verão 90 já é passado...

Desiludido com Verão 90, criei uma enorme expectativa com Bom Sucesso. O problema não foi somente a rejeição ao circo anterior, mas sim a saudade de acompanhar uma novela escrita por Rosane Stveram e Paulo Halm. Eu adoro a dupla, e passei a ser fã depois de Totalmente Demais, considerada por mim, ao lado de Tititi, as melhores novelas sete da década de 2010.  

As chamadas de Bom Sucesso são excelentes. Há um bom tempo não via a Globo fazer uma boa divulgação de estreia de novela. A premissa desta novela, estrelada por Grazi Massafera, também despertou em mim uma curiosidade. A troca do exame de sangue. De uma pessoa acha que vai morrer no lugar da outra. Pensa num desespero?!?!?! E quando descobrir que não é você quem vai morrer, mas sim outra pessoa. Alivio!!!!!!! Porém, entretanto, por ironia do destino, aí começa o dilema da protagonista. Ela vai querer ajudar a pessoa que, de fato, morrerá.

Enfim, poderia falar mais de “Bom Sucesso”, mas deixarei para o tópico dedicado a ela. Por ora, as expectativas, as orações. Que seja um NOVELÃO! Amém!.

Marcos (Romulo Estrela). Foto: TV Globo

A Dona do Pedaço caminha a passos lentos

Sei que muitos esperavam por uma crítica bem pesada em relação à “A Dona do Pedaço”. É verdade que não curto novelas de Walcyr Carrasco na faixa das 21h, mantenho a minha opinião. Porém, como eu havia dito anteriormente, faria de tudo para acompanhar. Infelizmente, não consegui ir muito longe. O problema sou eu e não a novela. Vamos lá...

Até o capítulo 25, a história central desta novela, com Maria da Paz, não caminhava. Todas as paralelas andavam em passos largos, mas a da protagonista se nota uma “barriga”.  A lentidão está fazendo com o que público fique irritado com as personagens da Juliana Paes e da Agatha Moreira.

Diante da lentidão, Maria da Paz ganhou apelido de “A Tonta da Paz”. De fato, a personagem é uma besta, mas a demora para desenvolver os temas centrais estão tirando o público do sério.

É uma pena, Walcyr Carrasco tinha uma ótima premissa. No entanto, não está conseguindo desenvolver de forma correta.

No quesito atuação, vocês já repararam que, dois meses após a estreia da novela, Juliana Paes ainda não encontrou o tom ideal para sua Maria da Paz?. Uma hora ela fala como brega, outrora esquece do sotaque. Tadinha! Não sei se é a falta de vontade ou.... deixa quieto. Rsrs

Maria da Paz (Juliana Paes). Foto: Reprodução/TV Globo

Eu sei que não devemos esperar coerência das novelas de Walcyr Carrasco, mas algumas derrapadas não são toleráveis. Às vezes, a gente para e pensa: “xi, o autor não tinha pensado nesta cena, porque esqueceu que, no passado.....”.

Outro dia Maria da Paz comentou que sua avó (Dulce), uma assassina, era uma pessoa exemplar. No passado, inclusive essa avó tentou matar o marido dela no dia do casamento.

No núcleo do bixiga, tenho convicção de que Walcyr Carrasco acha que está escrevendo O Sítio do Pica-Pau Amarelo. O circo, que era para ser divertido, acaba sendo um esculacho de tanta cafonice.

Os demais núcleos não tem o que comentar. É uma cópia das outras novelas de Walcyr Carrasco. Aliás, é uma “novela escrita e copiada” pelo próprio.

Diante dessa nova versão de créditos dos autores da Globo, podemos afirmar: “nunca na história deste país vimos uma novela igual ou semelhante ao de A Dona do Pedaço”. Põe exclusivo aí nos créditos que está pouco. #Deboche

No quesito audiência, a novela já está com 33 pontos de média. Em dois meses, elevou em quatro pontos a média da faixa das 21h. Ou seja, pisoteou em Aguinaldo Silva em tempo recorde. #Deboche

Se nenhuma tragédia acontecer (fatores externos – que inclui tragédias, fatalidades, entre outros) até o dia 22 de novembro, data prevista para a exibição do último capítulo, “A Dona do Pedaço”, provavelmente, terminará com uma média entre 35 e 36 pontos.

Se consolidar 35 ou 36, “A Dona do Pedaço” elevará em quase 7 pontos a média da faixa. Um exemplo de “A Força do Querer”, quando substituiu “A Lei do Amor”.

Em relação aos números temos praticamente uma certeza. Já em relação a satisfação..... Só Santa Clara para nos proteger e abençoar Walcyr Carrasco.

Fico na torcida. Para que o ibope continue subindo e para que as insatisfações sejam reduzidas. Amém!

A novela que não teve fim: O Sétimo Guardião

Graças à Santa Clara, já se passaram dois meses do fim do pesadelo das 21h, O Sétimo Guardião. A obra onde ninguém gostava de ninguém. Onde a desunião era escancarada. Enfim, preciso fazer um breve comentário sobre esta novela.

Você entendeu a última cena da novela? Eu não entendi e fiquei revoltado, porém calmo. Como havia abandonado o folhetim, logo no primeiro mês, levantei a mão para o céu eu agradeci: “Obrigado Santa Clara por não ter me sujeitado a tanto”.

Não sei o que deu em Aguinaldo Silva porque O Sétimo Guardião não era ruim. Pelo contrário, era horrível, terrível, péssima. E para o azar dele, o elenco escolhido foi desunido. O que fazer com um autor desmotivado e um elenco desunido? Coloquem-se nesta situação! Dá peninha, mas nem tanto.

Aguinaldo estava sem vontade nenhuma; o elenco, desanimado com os destinos de seus personagens, trouxeram problemas da vida real para o ambiente de gravação. Um toma lá dá cá que nem reunião com todo poderoso chefão Silvio de Abreu (aquele que sabe de tudo, mas, às vezes esquece de algumas #deboche) conseguiu resolver.

No último mês, Aguinaldo se viu obrigado a matar boa parte dos personagens. Os que não morreram, sumiram, sem nenhuma explicação.

“O Sétimo Guardião” não deu certo. Espero que o que deu de errado sirva de lição para a Globo – em relação à ética de seus atores –, e para Aguinaldo Silva. Que surpreenda em sua próxima novela ou peça a antecipação de sua aposentadoria. Os noveleiros de plantão, se duvidar, fazem até uma vaquinha para contribuir numa renda extra. #Deboche

Quase uma “Amor de Vovó”

Incrivelmente, TV Globo segurou como pode as informações sobre a sucessora de “A Dona do Pedaço”. Na verdade, nesta semana, após uma foto disponibilizada no Instagram, é que descobrimos que Cássia Kis não fará parte do elenco e foi substituída por Vera Holtz. Segundo consta, Chay Suede e Humberto Carrão também tiveram que trocar de personagens. Uma pena a saída da Cássia e Vera, mais uma vez, como vilã. Começando as orações.

Há cerca de um mês, OPTV encontrou em contato com a Globo, que assegurou que “Amor de Mãe” seria produzida. No entanto, a emissora afirmou que só iria dar detalhes do projeto depois que o elenco e os locais de gravações estivessem definidos. E assim foi feito.

O elenco, bem enxuto, já está fechado e o local de gravação também: Arraial do Cabo, Rio de Janeiro. A data de estreia também está definida: dia 25 de novembro, um mês antes do Natal e Ano Novo.

A premissa de “Amor de Mãe”, lembra um pouco a de “Senhora do Destino”, mas só lembra. Será? O tempo é o senhor da razão!

O elenco reunido em workshop. Foto: Reprodução/Instagram

“Amor de Mãe”, com direção de José Luiz Villamarim, começará com roubo de uma criança, filho da protagonista, Lourdes (Regina Casé). O bebê é vendido pelo próprio pai, Antônio (nome do ator ainda não foi informado), com a ajuda de Ana (Vera Holtz), irmã de Lourdes e amante do cunhado.

O comprador da criança é Jorge (Enrique Diaz), que sofre uma acidente com sua mulher, Sandra (Adriana Esteves). Ela acaba perdendo o bebê e ele então resolve "comprar" um para ocupar o posto daquele que seria de seu herdeiro. O tempo passa, e 30 anos depois, Sandra nem desconfia que Carlos (o nome do ator não foi divulgado) não seja o seu filho de sangue. Paralelo a isto, Lourdes continuará sofrendo com a “perda” do filho.

Uma premissa bem interessante. Manuela Dias é ótima e o José Luiz Villamarim um excelente diretor. Manu ainda terá supervisão de texto de Ricardo Linhares. A expectativa de sair coisa boa desta equipe é enorme, positiva.

Sobre Manu, não tenho o que comentar. Será a estreia dela como autora de novela. Escrever novela não é a mesma coisa de escrever série de 20 capítulos. A promoção dela, após os excelentes trabalhos em Ligações Perigosas e Justiça, para faixa das 21h pode ser surpreendente. O horário, desde o fim de A Força do Querer, está carente de obras primas e de autores fora de sua zona de conforto.

O óbvio: a barriga de “Órfãos da Terra”

Como em todas as novelas escritas por Thelma Guedes e Duca Rachid, a tal “barriga” aparece. No caso de “Órfãos da Terra” ela foi enorme.

Após a morte do Aziz (Herson Capri), a novela deveria ter mantido os protagonistas como foco, mas passou a dar espaço para os núcleos paralelos. A vilã, a filha de Aziz, Basma/Dalila (Alice Wegmann) sumiu e quando apareceu demorou para agir como uma cobra venenosa.

Uns três meses depois, para ser mais preciso, na última semana, Dalila começou a ser o que deveria ter sido desde o início: uma vilã de verdade. Antes tarde do que nunca!.

Dalila (Alice Wegmann), a vilã de Órfãos da Terra. Foto: TV Globo

Na minha opinião, “Órfão da Terra” é uma novela razoável. A história central foi barriguda e as paralelas muito fracas. Eu até fico espantando quando lei ou ouço alguém falando que esta obra seria uma ótima novela das nove. Tenho que rir por dentro para não... #deboche

Vale a Pena Ver (ou rever) de Novo?

Quem diria que a reprise do Álbum A Grande Família salvaria o horário das tardes da Globo e também turbinaria o desempenho final das reprises. Atualmente, Por Amor, em sua segunda exibição dentro do Vale a Pena Ver de Novo, tem bebido da fonte. Como é bom receber bem e elevar o que recebe, né? Pois é, só os clássicos conseguem um resultado positivo.

Espero que a Globo entenda que o público do Vale a Pena de Novo, saudosista, gostaria de continuar assistindo reprises de novelas atemporais, com dramas e vilã(o)s sarcástica(o)s.

Para substituir Por Amor, eu apostaria em Páginas da Vida. Que é chata do meio para o fim, só que o seu início é formidável. Acredito que, editada, seria uma reprise que agradaria a maioria do público.

Pitacos

1 – A TV aberta está caótica, mas tem dois programas agradáveis: Power Couple Brasil e MasterChef Brasil. A Band fez bem ter colocado o MasterChef aos domingos. E Gugu, finalmente, se encontrou na Record TV.

2 – Sob Pressão é uma das melhores produções da Globo nesta década. Essa série, estrelada por Marjorie Estiano e Julio Andrade, é excepcional. A Globo prometeu uma quarta temporada. Meu medo é que o cenário macroeconômico - em o Brasil se encontra - a impeça de dar continuidade à produção.

3 – Nada justifica a permanência do Domingo Show no ar aos domingos, antes do Hora do Faro. Dois programas de conteúdos semelhantes, para não dizer iguais. A Record TV precisa descobrir um novo formato para a faixa do meio dia e remanejar o Domingo Show para outro dia (com outro nome, obviamente). A emissora está com uma programação terrível aos sábados. Seria uma alternativa.

4 – Gostaria de dizer aos fãs de Lícia Manzo que ela não é uma versão feminina de Manoel Carlos. Só se for versão do autor de Viver a Vida ou Em Família. A autora escreve muito bem. E o sucesso dela as 21h só será confirmado se ela deixar a sua zona de conforto. Sendo sincero com vocês: “A Vida da Gente” e “Sete Vidas” bonitinhas na faixa das 18h, mas em outro horário não vingariam. As audiências delas (em isolado e cenários diferentes do país) justificam isto. A opinião é pessoal, invidivual, sem generalização. Porém, quem venera as duas obras citadas, jamais aceitará uma opinião contraria. Aceitar eu não sei, mas terá que respeitar. E é passado, o que importa é o futuro. 

Mesmo com um pé, ou melhor os dois pés, atrás, torço para que Lícia se dê bem na faixa das 21h. Só que eu quero ser apresentado a uma autora com força de vontade, longe da sua zona de conforto. E com um texto menos depressivo. Maneco, em seu auge, era ágil e escrevia textos que remetiam à reflexão. Acho que até mesmo, em seu fim de carreira, Maneco não escrevia tão para baixo. 

5 - A contratação de Gustavo Reiz pela Globo pegou muita gente de surpresa. Ele vem de dois bons trabalhos (Belaventura e Escrava Mãe). É um autor que sempre sai da sua zona de conforto. No meu ponto de vista, foi um boa contratação. Que façam o mesmo com Cristianne Fridman.

6 - Falando em Fridman, a autora está em seu melhor momento. “Topíssima” é sem dúvida, até o momento, a melhor novela do ano. E uma das melhores já produzidas pela Record TV. É impressionante a qualidade de texto e a direção artística desta novela. Quem assiste sabe, “Topíssima” prende do início ao fim do capítulo e ainda te deixa intrigado para o capítulo seguinte.

Os protagonistas de Topíssima. Foto: Comercial/Record TV

É isto. Gostaram de Verão 90? E o que esperam de Bom Sucesso? Por que Walcyr Carrasco não desenvolve bem a história central de “A Dona do Pedaço”? Curtiram a premissa de “Amor de Mãe”?

Obrigado pela atenção, e até o nosso próximo encontro! =D


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