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"Entendi logo cedo que não seria a mocinha", diz Marisa Orth

Atriz comenta carreira e papel dramático em Haja Coração.

por Sergio Gustavo, em 08/06/2016

Foto: Divulgação/Globo

Com uma carreira de sucesso marcada pela comédia, Marisa Orth voltou às novelas como uma mulher sofrida, em Haja Coração. "O papel tem muito drama: uma mãe de quatro filhos, pobre e brasileira. Fazer uma personagem popular é um desafio. Quero parecer essa feirante, grossa, sem cultura, essa pessoa do povo", disse a atriz, que interpreta Francesca, mãe dos personagens de Mariana Ximenes, Jayme Matarazzo, Chandelly Braz e Sabrina Petraglia: "Em TV, a gente tem filho muito cedo. Me deixaram mais velha, e meus filhos são mais novos na trama do que são na realidade. Mas eu estou bem, né? Sou uma matrona sexy, sempre com decotão".

Marisa, em entrevista à Márcia Pereira (NTV), lembrou o início da carreira: "Fui criada vendo novela, minha mãe sempre quis que eu fosse a mocinha. Morreu sem ver, já idosa. Mas eu também entendi logo cedo que não seria a mocinha. Eu nunca fui a Julieta. Fiz Escola de Artes Dramáticas (na USP). Meu primeiro papel, com 18 anos, foi Mefistófeles (de Fausto, texto trágico do escritor Johann Wolfgang von Goethe). Eu estreei como o diabo. Aí, eu já vi que o negócio era baixar as expectativas. Depois, eu fiz uma obra em cima do Nelson Rodrigues. Só pegava senhorinhas, as donas de bordel. Eu tinha 19 anos. Tem tanto papel bom que não é o de mocinha. Aliás, eu tenho pena da mocinha".

A atriz revelou que vai voltar para o humor assim que acabar Haja Coração, na segunda temporada de Odeio Segundas. "É do Alexandre Machado e Fernanda Young, e eu amo essa dupla. Eles são craques. A voz da narração é da Fernanda. Eles são puristas do mau humor. Essa é uma área que eles dominam. São meus amigos pessoais e posso falar. Eles cultivam um mau humor ácido, destilado", disse a atriz, protagonista da série do GNT.


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