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Caco Barcellos fala sobre a nova temporada do "Profissão Repórter"

por Redação, em 24/02/2021

Foto: Globo/Mauricio Fidalgo

O programa que revela os bastidores da notícia e o processo de produção das reportagens está de volta. A nova temporada do "Profissão Repórter" entra no ar nessa terça-feira, dia 23, focada nas transformações ocorridas no país por consequência da Covid 19. “Começamos a nova temporada em um momento de descontrole da pandemia”, antecipa Caco Barcellos que, depois de 49 anos fazendo reportagens nas ruas, precisou aprender a trabalhar de casa, onde está confinado enquanto não toma a vacina. É de lá que ele segue acompanhando o trabalho dos repórteres que estão nas ruas, a condução das reportagens, participando de reuniões e da edição dos programas. Foi de casa também que ele entrevistou candidatos e selecionou os três novos repórteres do programa, Augusta Lunardi, Clara Velasco e Pedro Borges, que chegam como reforços para a temporada. “Pela primeira vez contratamos novos repórteres sem eu ter conversado pessoalmente com eles. Tivemos longas conversas de forma virtual e os encontros pessoais foram com a editora-chefe do programa, Janaína Pirola. Fizemos as escolhas juntos”, conta. Ele se orgulha de dizer que em uma década e meia, o "Profissão Repórter" já visitou todos os estados do Brasil, além de 43 outros países.

Entrevista com Caco Barcellos

O "Profissão repórter" volta a ser exibido nesta terça-feira, dia 23. O que veremos de diferente no programa?

A maior novidade será a minha ausência involuntária das ruas. Em isolamento social por causa da idade, farei participações virtuais sem sair da minha casa. Nossas equipes das áreas de Arte e de Tecnologia transformaram meu quarto de hóspedes em um mini estúdio do ‘Profissão Repórter’. Por meio de duas grandes telas eu farei a apresentação do programa, as entrevistas, as reuniões e as conversas virtuais com os editores na nossa redação e com os repórteres nas ruas. Em relação ao conteúdo, apontaremos nossas câmeras para as transformações ocorridas no país por consequência da pandemia. Vamos contar histórias dos brasileiros que mais tem sofrido com a crise sanitária: as pessoas que ficaram sem renda, sem emprego, sem moradia, sem comida na mesa, sem leito nos hospitais, sem oxigênio para respirar e sem garantia de vacina.

Foto: TV Globo/Mauricio Fidalgo

A nova temporada conta com o reforço de três novos repórteres. Quais as características de Augusta Lunardi, Clara Velasco e Pedro Borges?

Os três têm alguns anos de experiência em jornalismo investigativo produzido com luz própria. A gaúcha Augusta Lunardi atuou como repórter independente para programas de TV da França e da Espanha. A baiana Clara Velasco é especialista em jornalismo de dados, experiência desenvolvida no portal G1. E o Pedro Borges, paulistano, é um dos fundadores do Alma Preta, um portal de mídia negra atuante da periferia de São Paulo. Os três têm em comum a paixão pela reportagem.

Qual o assunto do programa de reestreia?

No programa de estreia vamos mostrar que a vacinação começou no Brasil em um momento em que a pandemia está fora de controle. A repórter Nathália Tavoliere mostra o colapso nos hospitais públicos e particulares do Amazonas, acompanha de perto os momentos dramáticos das famílias que perderam parentes por falta de leito e de oxigênio e as longas filas de espera por uma chance de comprar uma carga de ar aos idosos que perderam a força de respirar. Danielle Zampollo retrata as transformações na vida da enfermeira Camila Calazans, depois de se tornar a primeira brasileira a ser vacinada contra a Covid19. A repórter Clara Velasco faz um levantamento inédito que revela como anda o caráter de parte dos brasileiros: ela investigou quem "fura fila” da vacina. E descobriu que neste início de vacinação algumas doses destinadas aos idosos e profissionais dos grupos de risco foram desviadas.

Em 2020, por conta da pandemia, o programa esteve fora da grade de programação, mas suas matérias nunca deixaram de ser exibidas. O que mudou na rotina da equipe nesse período?

Nossa equipe inteira trabalhou sem parar na cobertura jornalística da pandemia. Essa experiência, sobretudo dos repórteres nos hospitais e cemitérios, será a base dos nossos primeiros programas da nova temporada. Em 49 anos de reportagem eu nunca havia saído das ruas. Com a pandemia, tive que aprender a conversar com as pessoas à distância, sem a possibilidade do "olho no olho", indispensável no processo de conquista de confiança recíproca com os entrevistados. Mas nossos repórteres, todos jovens, continuaram no front, envolvidos na cobertura da pandemia para os telejornais e também em reportagens especiais para o ‘Fantástico’. Mantivemos nossa mesma dinâmica, mesmo com três editores experientes como eu, trabalhando sem sair de casa. Além de reforçar a cobertura do jornalismo, parte da equipe também ajudou a produzir um documentário sobre os bastidores do trabalho da imprensa durante a pandemia. 'Cercado', disponível no Globoplay, teve a direção de Caio Cavechini, diretor executivo do nosso programa.

A nova temporada do "Profissão Repórter" estreia na terça-feira, dia 23, logo após o "Big Brother Brasil".

Comunicação Globo


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