O SBT decidiu reapresentar a novela "Pantanal" (1990), da extinta TV Manchete. O anúncio começou a ser feito de forma "disfarçada" no site da emissora. A novela deve ser exibida em horário nobre no início de 2009, após "A Revelação", de Íris Abravanel.
A decisão do SBT mobilizou não só a Globo, mas também advogados de atores globais que integraram a produção original da novela. Querem impedir a reexibição. O jurídico do SBT já preparou sua defesa com cópias de favoráveis precedentes judiciais (inclusive em vários casos sobre a massa falida da Manchete).
Silvio Santos comprou a novela de um empresário (até agora anônimo) que, por sua vez, adquiriu a obra, com as fitas, em um leilão judicial realizado cerca de cinco anos atrás. O leilão foi realizado sob as barbas da Globo (e SBT, aliás).
Essa é a defesa do SBT: o leilão ocorreu sob a égide da Justiça e o dinheiro do arremate já foi usado no pagamento de dívidas trabalhistas da massa falida da TV Manchete. Caso encerrado.
Mesmo assim, Globo e alguns de seus atores não querem deixar a briga: alegam que a Globo é dona do texto de "Pantanal", que lhe foi vendido por Benedito Ruy Barbosa, por isso o SBT não poderia exibir a novela. Já os atores tentam impedir a exibição de suas imagens.
Não terão sucesso, de acordo com o que a Justiça vem reconhecendo há mais de uma década, inclusive em outras pendengas do caso Manchete: quem comprou patrimônio em leilão de massa falida tem direito total à propriedade. Faz o que quiser dela. O empresário que comprou os direitos da novela legalmente, também os vendeu legalmente a Silvio Santos.
Se cobrado em direitos de imagem, trilha e conexos, o SBT vai oferecer pagar o devido aos reclamantes. Se necessário, em juízo. E exibirá "Pantanal" enquanto o processo corre.
O site do SBT já vem lançando mensagens com a pergunta: "Qual novela você queria ver de novo?" Na lista há, inclusive, novelas que são exclusivas e eternas da Globo. Na verdade não é uma enquete, mas uma campanha publicitária: não por acaso, "Pantanal" é a novela que "lidera" a inexistente enquete.
Com informações de Ricardo Feltrin - UOL