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"Tive de trabalhar o lado sensual", diz atriz da Globo

por jeferson, em 17/08/2008


Ariela Massotti se diverte na pele de sua personagem, a espevitada Otávia Prado, de Ciranda de Pedra, da Globo. Também pudera. Segundo a atriz, Otávia é uma espécie de patricinha da década de 50, com todos os rompantes de uma adolescente rica e bela, que deseja conquistar o mundo, além de não medir conseqüências para conseguir seus objetivos.

Vale praticamente tudo, desde roubar o namorado da irmã, entre outras pequenas maldades. Só que, por trás desse temperamento dominador e frio, a personagem esconde sua fragilidade. "Acho que a Otávia tem esse lado rebelde por carência afetiva, os pais não estão presentes na vida dela", observa a atriz.

Dona de uma beleza delicada, Ariela tenta fazer uma garota dos Anos Dourados com personalidade fria e distante. Desperta o interesse masculino pela sua malícia. Ao longo da trama, seduz vários rapazes somente para satisfazer os seus caprichos de menina mimada, que adora ver os homens aos seus pés. "O intuito dela é a conquista, principalmente daqueles que são compromissados. Acredito que minha personagem deseja provar que é melhor que as outras mulheres", valoriza.

Porém, o que faz Otávia singular são alguns traços ¿ ainda que tênues ¿ de histeria, que remetem a suposta loucura de Laura, mãe da moça, vivida por Ana Paula Arósio. "Na trama, as irmãs sempre dizem que ela é a mais parecida com Laura. Por isso, tento representar essa certa aflição da Otávia, esse medo intrínseco da loucura", analisa.

Para reiterar a semelhança entre mãe e filha, ambas se refugiam na pintura. "Acho que o fato de ela crescer vendo Laura pintar, lhe despertou o interesse. Mas procuro fazer algo meio visceral. Para parecer com a Laura, que usa a arte como válvula de escape", explicita.

Além de ter lido sobre o desenvolvimento de São Paulo e estudado a história da época, Ariela diz que o lado mais instigante da composição de Otávia foi achar a dose adequada de sensualidade da jovem mulher, que amadurece enquanto ainda mantém o frescor da adolescência. Para tanto, Ariela se inspirou em "Atração Fatal", de Adrian Lyne. "Tive de trabalhar esse lado sensual da Otávia com cuidado para não ficar vulgar. Escolhi colocar um pouco de frieza, junto com gestos impulsivos", explica.

Já a rebeldia adolescente exibida pela personagem foi inspirada em personagens de filmes clássicos, como Juventude Transviada, com James Dean. "Observei como eram as festas daquela época, essa coisa do rock'n'roll, das meninas quererem aprontar", diverte-se. No entanto, esse ar de garota sapeca, já estava presente em outras personagens da atriz. "A Brenda Lee, minha personagem em Bang Bang, novela de Mário Prata, tinha certa possibilidade de aprontar, já que vivia em um bordel. Mas faltou esse toque apimentado do meu papel atual", valoriza.

Essa vontade de querer armar de sua personagem pode se transformar em saldo positivo na carreira da atriz, que até hoje só viveu tipos bonzinhos. Exemplo disso foi sua primeira protagonista, a romântica estudante de biologia Bárbara, na novelinha "teen" Alta Estação, da Record. "A personagem Bárbara tinha muito de parecido comigo, daquela história da garota do interior que vai para a capital em busca de seus sonhos", compara. Com Otávia, porém, Ariela diz ter a chance de amadurecer como atriz. E, apesar da brigas provocadas pela sua atual personagem, Ariela defende seu papel, ainda que não espere um final de feliz de mocinha. "Estou interpretando tanto esse lado louco, que até acredito que Otávia vá ficar mesmo louca. Ou sozinha", prevê.

Ciranda de Pedra - Globo - Segunda a sábado, às 18h.


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