Sérgio Abreu afirma que não pega mais qualquer papel na TV. E, por isso mesmo, na hora de aceitar o convite para integrar o elenco de Revelação, próxima novela do SBT, pesou o fato de ser pensado para protagonizar história. "Não tenho medo de arriscar. Sucesso e fracasso caminham juntos", afirma.
Na trama, que tem estréia prevista para terça-feira, 8 de julho, ele interpreta o sociólogo Lucas, um típico herói romântico de folhetim. As características melosas são tantas que Sérgio não esconde que já traçou uma estratégia para não deixar que seu personagem caia na mesmice.
A solução, segundo o ator, é aproveitar a veia política que a autora Íris Abravanel, também mulher de Sílvio Santos, descreveu na sinopse.
"Esse é um bom gancho para sair do 'nhenhenhém' que alguns mocinhos carregam. O Lucas é engajado e seus ideais o fazem muito mais guerreiro do que romântico", defende.
Na história, Lucas é um rapaz formado em Ciências Sociais que complementa seus estudos em Portugal e acaba se envolvendo com Victória, de Tainá Müller. Mas uma suposta traição da jovem acaba separando o casal.
"Não se sabe até que ponto isso aconteceu ou não na trama. Pode simplesmente ter sido armação de alguém", adianta o ator, que gravou as primeiras cenas de Revelação em Portugal.
Mas não é só com essa situação que o título da novela tem relação. Sérgio conta que algumas informações sobre o passado de Lucas serão desvendadas ao longo dos capítulos.
"Existe um mistério em torno da vida dele que vai ser um dos atrativos da história", garante.
Sérgio garante que confia plenamente no texto de Íris, mesmo sabendo que essa é a estréia da primeira-dama da emissora como autora. Principalmente porque o texto de Íris marca a volta dos investimentos do SBT em uma história 100% nacional.
"Teria receio de topar o papel se fosse mais uma adaptação de novela mexicana", conta.
E elogia a iniciativa de Íris de inserir situações e assuntos mais característicos da realidade brasileira em suas cenas.
"No meu texto existem informações sobre aliciação de menores, Movimento dos Sem Terra, corrupção e outras questões que são comentadas nos nossos jornais", argumenta.
O convite para protagonizar Revelação pegou Sérgio de surpresa. É que, coincidentemente, o SBT era a única emissora com mercado de teledramaturgia no Brasil por onde o ator ainda não tinha passado.
Sérgio já fez O Campeão, na Band, Prova de Amor, na Record, Malhação e Paraíso Tropical, na Globo. Além disso, foi apresentador no canal pago TNT no Tour TNT, em 2000.
"A diversidade está presente para valer no meu currículo. Por isso mesmo não tenho medo de arriscar", diz.
Antes de assinar com o SBT, Sérgio foi sondado para outros trabalhos. Mas, segundo o próprio, nenhuma proposta foi tão "concreta", quanto a da novela Revelação.
Na Record, as negociações estavam lentas. E na Globo, onde interpretou recentemente o homossexual Tiago em Paraíso Tropical, a promessa de uma nova oportunidade demorou a sair.
"Se não era o momento de ficar lá, tudo bem. Não queria ficar esperando as chances aparecerem. Tenho minhas contas para pagar", afirma.
TV Press