A atriz Daniella Perez, de 22 anos, foi assassinada com 18 golpes de tesoura, no Rio de Janeiro.
Na época, ela vivia a doce Yasmin em De Corpo e Alma, trama escrita por sua mãe, Glória Perez. O mais espantoso foi a revelação da autoria do crime. Daniella havia sido morta por Guilherme de Pádua, que vivia o Bira na novela, apaixonado pela personagem Yasmin, e por Paula Thomaz, sua mulher na época.
A atriz foi assassinada na noite do dia 28 de dezembro de 1992, por volta das 21h30, logo após ter deixado os estúdios da Globo, depois de mais um dia de gravação. Seu corpo foi encontrado em um matagal da Barra da Tijuca. No dia seguinte, a notícia dividia a atenção dos brasileiros, que assistiam também à renúncia do presidente Fernando Collor.
Antes de confessar a autoria do crime, Guilherme de Pádua procurou Glória Perez e o ator Raul Gazolla, marido de Daniella, para prestar solidariedade. Raul, emocionado, teria dito para Guilherme que ele era um "grande amigo".
Logo após a confissão dos assassinos, começaram a circular várias versões que tentavam explicar o ocorrido. Entre elas, a de que Guilherme de Pádua estaria confundindo a ficção com a vida real e que estaria apaixonado por Daniella Perez. Foi cogitado, inclusive, que os dois estariam vivendo um romance fora das telas, história totalmente negada por todos os colegas de elenco.
Em janeiro de 1997, o juiz José Geraldo Antônio condenou Guilherme a 19 anos de prisão pela morte da atriz. No dia 16 de maio daquele ano, após 44 horas de julgamento, o mesmo juiz condenou também Paula a 18 anos e meio, pela sua participação no assassinato. A decisão foi comemorada pelo público presente com uma salva de palmas.
Paula Thomaz e Guilherme de Pádua estavam presos desde o momento da confissão.Na ocasião, ela estava grávida do primeiro filho do casal, Felipe, que nasceu em 1993, na cadeia. Foi o filho, aliás, o responsável pela redução da pena de Guilherme. Ele reivindicou a redução da pena, baseado no Decreto Presidencial nº 3.226, de 29/10/1999, que concede indulto da pena ao "condenado à pena privativa de liberdade superior a seis anos, pai ou mãe de filho menor de doze anos de idade incompletos até 25 de dezembro de 1999 e que, na mesma data, tenha cumprido um terço da pena, se não reincidente, ou metade, se reincidente".
Os personagens da história
Daniella Perez - A única filha mulher da autora Glória Perez sempre quis ser artista. Começou como dançarina, atividade que, aliás, exerceu extra-profissionalmente até a sua morte prematura.
Quando morreu, aos 22 anos, Daniella estava casada com o ator Raul Gazolla, que ela havia conhecido na novela Kananga do Japão, da Manchete.
Glória Perez
Depois do assassinato da filha, Glória Perez passou a se dedicar quase que integralmente à condenação dos culpados, buscando provas através de uma investigação paralela feita com seu advogado, Arthur Lavigne. Além disso, a autora liderou um movimento nacional para mudar a lei que garante a criminosos primários o cumprimento da pena em liberdade. Recentemente, Glória tem dado várias declarações de que não acredita mais na Justiça do Brasil.
Glória fez uma homenagem à filha, na novela "De Corpo e Alma". Assista ao vídeo:
Após cumprir um terço da pena (seis anos e quatro meses), Pádua conseguiu a liberdade condicional em 1999, por bom comportamento. No ano seguinte, a Vara de Execuções Criminais de Minas Gerais concedeu a ele a redução de 25% da sua pena, que passou para 14 anos, dois meses e 26 dias. Em 2001, ele entrou com o pedido de indulto, que o deu a liberdadee nada consta em sua ficha de antecedente criminais.
Atualmente, Guilherme de Pádua leva uma vida normal e cursa Ciências da Computação na PUC Minas, em Belo Horizonte, e já desenvolve trabalhos na área. Recentemente, ele foi pré-selecionado para receber uma bolsa de estudos. Em 2006 casou-se com uma jovem de 21 anos, Paula Maia, os dois freqüentam a Igreja Batista da Lagoinha na capital mineira.
Paula Thomaz - Em liberdade condicional desde novembro de 1999, Paula Nogueira de Almeida Thomaz, 28 anos, agora assinando apenas Paula Nogueira, cursa Administração de Empresas desde 2000, na Faculdade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro. O privilégio da condicional veio após ela cumprir um sexto da pena de 15 anos a que foi condenada.
Ao contrário dos seus colegas, Paula não prestou vestibular. Ela conseguiu ingressar na faculdade através do Programa de Acesso Direto, aprovado há dois anos pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). Através dele, o aluno que tenha obtido média sete nos três anos do ensino médio pode ingressar na faculdade sem prestar vestibular.
O casamento com Guilherme de Pádua acabou logo depois do crime. O advogado de Paula Thomaz defendeu a tese de que sua cliente estaria em um shopping no momento do crime. O de Guilherme, por sua vez, alegou que a autora das estocadas teria sido Paula. Seu cliente teria apenas imobilizado a vítima.
Em 2001 foi anunciado o segundo casamento de Paula, com Sérgio Ricardo Rodrigues Peixoto. Os dois tiveram mais um filho.
Créditos: Rádio Criciúma