O SBT estréia nesta segunda (08), após "Pantanal", sua primeira novela independente depois de quase dez anos de parceria com a mexicana Televisa. O projeto nasceu de um movimento quase individual da mulher de Silvio Santos e autora estreante, Íris Abravanel, mas hoje tem status de reestruturação: nas semanas que antecederam a estréia, a emissora contratou Del Rangel para dirigir seu núcleo de teledramaturgia, começou a produzir versões para as obras radiofônicas de Janete Clair e até revelou que Silvio Santos admite ter errado entregando as novelas para os antigos parceiros. Além da iniciativa de Íris, o SBT já vinha embalado pelos bons índices conseguidos pela reprise de "Pantanal", que chega aos 14 pontos de média.
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Os antigos problemas do canal, no entanto, já chegaram a afetar os projetos de um novo futuro: por causa da indefinição quanto á data de estréia da novela, "Revelação" já chega ao ar totalmente gravada, tirando dela a característica de "obra aberta" comum às novelas. "Não tem como negar que eu gostaria de ter visto para, caso encontrasse alguma coisa errada, poder mudar. Agora já está pronto e espero que tenha funcionado", resigna-se Tainá Müller, que vive a protagonista Victória. Pelo mesmo motivo, a trama entra no ar com parte do elenco já fora da emissora, inclusive intérpretes de personagens centrais, como a própria Tainá e Flávio Galvão. Os desfalques atingiram ainda os profissionais por trás das câmeras, mas por outras razões: com a chegada de Del Rangel, boa parte da equipe de teledramaturgia, incluindo diretores, cenografia e figurino, foi dispensada.
Com direção de Henrique Martins e supervisão de texto de Yves Dumont, a trama se desenrola quando Lucas (Sérgio Abreu) e Victória (Tainá Müller), dois jovens brasileiros, se conhecem em Lisboa. Os dois se apaixonam e vivem um típico romance de folhetim. O problema é que Ermírio (Antônio Petrin), um poderoso fazendeiro de Tirânia, fictícia cidade onde se ambienta a história, criou Lucas - filho de seus caseiros - planejando um futuro promissor para o rapaz. Só que tal futuro é, na verdade, determinado pelo personagem "oculto", de Henrique Martins, que só aparece de perfil, dando ordens ao telefone para Ermírio. "O personagem é, realmente, capaz de chegar longe. Mas não posso contar o que explica essa relação dos dois", esquiva-se Sérgio Abreu.
Ingredientes como humor e ação também estão presentes. O alívio cômico ficará por conta de Bárbara Fontenelle (Tânia Bondezan). A ricaça, preocupada em contribuir com a "felicidade" feminina, torna-se professora de ginástica sexual. O núcleo, que consistirá em reuniões sexuais para mulheres de meia-idade, parece ser a "menina dos olhos" de Íris, que pesquisou bastante visando a "responsabilidade social" da obra. "Vamos falar sobre incontinência urinária, por exemplo. Queremos dar um caráter divertido e educativo ao núcleo", explica. Serão abordadas ainda questões como o tráfico de drogas, corrupção e o dia-a-dia das favelas.
*Com informações do PopTevê