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Regina Casé mostra popularidade do mundo digital na Globo

por jeferson, em 22/11/2008


Faz algum tempo Regina Casé começou a mostrar para o Brasil que as comunidades mais pobres - leia-se favelas - não são apenas antro de criminosos, como boa parte do cinema e da imprensa apresenta.

Em 2006, ela criou e apresentou o Central da Periferia, que visitava bairros pobres em locais tão diferentes quanto Cidade do México e Luanda. E agora ela volta com Lan House, quadro do Fantástico no qual ela visita estas lojas que alugam acesso à internet e uso de computadores.

As lan house - acrônimo de local area network, ou rede de área local - são mais uma dessas invenções que atropelam programas de governo, planejamentos econômicos e outros jabotis institucionais. Elas teriam sido criadas há 12 anos, na Coréia do Sul, e resolveram com muita facilidade a falta de ingresso à internet de quem não tem computador on-line em casa.

Tanto que elas são o ponto de acesso à grande rede de metade dos internautas brasileiros, em 60 mil lans espalhadas no país Servem para um pouco de tudo: podem ser usadas como biblioteca, banco de empregos, centro de diversão e clube dos corações solitários, entre outras possibilidades.

E é exatamente isso que o programa apresenta. Gente comum capaz de se virar com os novos recursos da tecnologia, a despeito de toda a precariedade material. É um pouco como a própria favela, que se organiza sem planos urbanísticos e acaba se ajustar à topografia do terreno, aos recursos para a construção das casas, à vizinhança e à falta de Poder Público.

Os programas de Regina Casé, de Na Geral e Brasil Legal até o Muvuca e agora o Lan House, também gozam dessa organicidade, a despeito de tudo que possa existir de planejado em um roteiro e em uma edição. E o Fantástico, com duas dúzias de quadros diferentes, sempre oferece espaço para a experimentação, dê certo ou errado, graças a uma paginação bastante variada.

Lan House também representa o interesse das emissoras em integrar-se a esse mundo www. Mais e mais as emissoras de TV têm se aproximado da internet, de olho em um público jovem que prefere "tc" - ou teclar, em "internetês" - do que ficar ao lado da família ante um televisor assistindo a programas de que não gosta. A audiência anda cada vez mais segmentada e apenas os grandes carros-chefes da TV parecem resistir à fragmentação do público.

Lan House - Globo - Domingo no Fantástico, às 20:45 h.

Fonte: Mauro Trindade / TV Press


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