Resgatar música, dança, uma possível banda e a história da menina pobre que se apaixona pelo garoto rico. Para tentar elevar a audiência de Malhação - que já passou dos 40 e atualmente marca passo em torno dos 22 pontos de média - , a temporada de 2008 chega mais cedo ao ar e deixa uma sensação de "déjà vu".
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A sinopse remete à de uma época de "vacas gordas", quando a Vagabanda e os conflitos amorosos de Letícia, Gustavo e Natasha, vividos por Juliana Didone, Guilherme Berenguer e Marjorie Estiano, ultrapassavam a média de 42.
Desta vez, Rafael Almeida vive o mocinho culto e educado e também Gustavo. Ele vai ser disputado ao longo da temporada pela amiga de infância Débora e pela bolsista pobre Angelina, das estreantes Nathalia Dill e Sophie Charlotte, respectivamente. E quase todos do elenco cantam, dançam ou tocam algum instrumento musical.
"Isso foi planejado para que, lá na frente, a gente possa voltar à idéia da Vagabanda, caso haja espaço", justifica o diretor Ricardo Waddington.
A estratégia para retomar os números perdidos também traz de volta uma antiga autora que já passou pelo folhetim em épocas distintas. Patrícia Moretzsohn participou da equipe que colocou Malhação no ar, em 1995, e voltou cinco anos depois, na implantação do colégio Múltipla Escolha na trama. Mesmo com experiência em histórias influenciadas pelos musicais - a autora escreveu para a Band o sucesso infantil Floribella -, Patrícia insiste em dizer que as semelhanças com Dance Dance Dance, da Band, e o estrangeiro High School Musical, são meras coincidências.
"Nossa proposta é usar música e dança porque estão inseridas no cotidiano dos adolescentes. Sabemos que os musicais estão em alta, mas Malhação está longe disso", explica a escritora, que assina a história com Jaqueline Vargas.
Como a transição entre as temporadas foi às pressas, não houve tempo de preparar o elenco. Por isso mesmo a emissora aposta em Rafael Almeida no papel do aluno mais disputado da escola. O rapaz, que interpretou o pianista Luciano em Páginas da Vida, vai dividir a maior parte de suas cenas com Nathalia e Sophie.
Apesar de não terem um personagem fixo em tevê no currículo, as duas estudam teatro há alguns anos. A primeira, aos 21 anos, está se formando em Direção Teatral pela UFRJ, e a segunda, 18, já tenta conciliar o segundo período de Artes Cênicas na Univercidade com as gravações da novela. Além delas, a maior parte do elenco é formado por novas caras que já têm alguma base em interpretação e passaram por uma bateria de dois meses de testes.
"Foi tudo muito corrido. Recebi a resposta em uma segunda-feira e, na quarta, já estava gravando. E só tivemos duas semanas de trabalho antes da estréia", conta Nathalia.
Alguns atores e atrizes experientes entram em cena para dividir espaço com os novatos. Ângela Vieira é uma das novidades. A atriz faz uma participação especial de pouco mais de um mês, na pele da empresária Diva. Ela é uma das sócias do requintado Colégio Ernesto Ribeiro. Na história, a instituição de ensino pega fogo e se associa ao "moderninho" Múltipla Escolha para não deixar seus alunos sem aulas.
A partir desse instante, além das diferenças sociais entre os alunos das duas instituições, a linha tradicional do Ernesto Ribeiro passa a conflitar com o velho conhecido colégio da história. É aí que entra a diretora Béatrice, de Carolina Kasting. De tanto bater de frente com Adriano, vivido por Daniel Boaventura, com quem divide o comando da nova instituição, acaba se apaixonando pelo colega. "Eles formarão um par maduro no meio de jovens", antecipa a atriz.
Ricardo Waddington não revela sua meta em relação à audiência, mas admite que os resultados da última temporada não foram satisfatórios. "Tivemos uma estréia boa, com trinta e poucos pontos. Depois, caímos e voltamos para a casa dos 30 e encerramos com 22. Mas é normal um produto de mais de 13 anos passar por um período assim", minimiza.
E, mesmo afirmando que não existe nenhuma obrigação de tempo para cada temporada, espera que a nova história tenha fôlego para sobreviver pelo menos até o fim de 2008. Curiosamente, dessa vez os alunos não são do terceiro ano do ensino médio, mas do segundo. "Isso não quer dizer que eles fiquem dois anos no ar, mas abre uma possibilidade", admite o diretor.
Fonte: Terra