Mylla Christie fez laboratório a vida inteira para compor a capitalista de moda Rafaella, em Amor e Intrigas. Modelo desde os 14 anos de idade, a atriz também costuma usar, durante uma conversa, as mesmas caras e bocas que faz para as lentes dos fotógrafos.
Com os olhos sempre rasgados, emoldurando um sorriso desconfiado, a atriz não é de muitas palavras quando analisa sua carreira na televisão, que começou quando a paulistana encarnou a mimada Jéssica em Meu Bem Meu Mal na Globo, em 1990.
Estreante na Record, a atriz de 36 anos conseguiu um papel de destaque na trama da também novata Gisele Jóras: a melhor amiga da maquiavélica Valquíria, de Renata Dominguez.
Foi justamente o namorado de Renata, o diretor Edson Spinello, quem chamou Mylla para testes para o papel. Afinal, os dois trabalharam juntos na Globo, quando a atriz apareceu na pele alva e sardenta do anjo Carlota, em A Viagem.
"Já queria ter vindo para a Record há muito tempo. Agora, abriu-se uma porta muito bacana para mim nessa emissora ", admite a atriz, franzindo o nariz.
Os trejeitos de Mylla só não são maiores que a empolgação da atriz ao descrever sua personagem. Ela jura que Rafaella, mesmo tendo morado anos em Nova York e viver de renda com pais ricos no exterior, não é uma dondoca.
"Pelo contrário! Ela é uma investidora. Abre negócios na área de moda. Conheço milhares de negociantes do setor têxtil que trabalham muito", argumenta. De tão interessada no assunto, Mylla garante que sempre conversa com pessoas do mundo fashion com quem convive em São Paulo para trazer idéias para a personagem.
"Esse é o meu meio. Meus amigos me ajudam a fazer da Rafaella uma profissional cada vez mais crível", valoriza. "Também acho importante que a Record invista em mostrar o glamour da moda de uma forma mais profissional. Nesse meio não se vive só de futilidades", defende.
O sucesso da personagem nos negócios não se repete nas amizades e relacionamentos. Além de ser enganada pela melhor amiga Valquíria, que só a usa como um trampolim para conhecer pessoas influentes, a ingênua Rafaella também leva rasteiras dos homens, como o ambicioso Bruno, de Otaviano Costa.
"Tadinha, ela acredita muito nas pessoas. Ela é totalmente diferente dos meus outros trabalhos na televisão", entrega a atriz.
Mas, o papel de Mylla que gerou mais controvérsias na televisão foi a determinada Eleonora, de Senhora do Destino. A médica da trama de Aguinaldo Silva se apaixonava pela doce Jennifer, de Bárbara Borges, filha do bicheiro Giovanni Improtta, interpretado por José Wilker.
"Essa história das meninas era bem legal. O assédio nas ruas era uma loucura. Todos torciam para elas", anima-se, assumindo uma nostalgia pelo trabalho com Aguinaldo, que chegou a sondar a paulistana de 36 anos para um papel em Duas Caras.
"Conversei com o Wolf, mas ele me comprovou que a personagem nessa novela não tinha o meu perfil. Fica para a próxima. Mas, por enquanto, quero fazer muitas Rafaelas na Record", avisa.
Fonte: O Dia