Morreu nesta quinta-feira, aos 80 anos, o ator, diretor e produtor Fernando Torres. Casado com Fernanda Montenegro, ele morreu em sua casa no Rio de Janeiro. A causa da morte ainda não foi divulgada.
Segundo informações da Globonews, a família decidiu que não haverá velório e o corpo será cremado.
O ator, que já não era visto em público com freqüência, se locomovia com a ajuda de uma cadeira de rodas. No começo de 2006, Fernando foi internado em uma clínica do Rio com traumatismo facial, após sofrer um acidente doméstico.
Nascido no Rio de Janeiro, em 14 de novembro de 1927, Fernando Monteiro Torres formou-se em medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro. Sua estréia na carreira de ator aconteceu em 1949, aos 22 anos, no espetáculo A Dama da Madrugada.
Em 1950, Fernando Torres fez a peça Alegres Canções Nas Montanhas, em que conheceu a mulher, a atriz Fernanda Montenegro, com quem se casou em 1952. Dois anos depois, o casal se mudou para São Paulo.
Membro do Teatro Maria Della Costa, ele atuou nas peças O Canto da Cotovia e fez assistência de direção em Com a Pulga Atrás da Orelha e A Moratória. Nos espetáculos Mirandolina e A Ilha dos Papagaios, ele acumulou as duas funções.
Ainda em São Paulo, entre 1956 e 1958, Fernando trabalhou no Teatro Brasileiro de Comédia como ator e assistente de direção. Foi nessa época que ele dirigiu seu primeiro espetáculo Quartos Separados.
De volta ao Rio, em 1959, Fernando Torrres se associou ao diretor Gianni Ratto e aos atores Fernanda Montenegro, Sergio Britto e Ítalo Rossi e fundou o Teatro dos Sete. Na companhia, ele dirigiu O Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues, e foi premiado como diretor revelação.
Com o fim do Teatro dos Sete, a partir de 1966, Fernando dirigiu vários espetáculos de sucesso: A Mulher de Todos Nós, O Homem do Princípio ao Fim, A Volta ao Lar, Marta Saré e O Inimigo do Povo.
Fernando voltou a atuar entre 1970 e 1972 nos espetáculos Interrogatório; A Longa Noite de Cristal; Computa, Computador, Computa; e na temporada carioca de O Interrogatório, dos quais também assinou a produção.
Em 1973, Fernando Torres recebeu o Prêmio Governador do Estado da Guanabara pela direção de O Amante de Madame Vidal. No mesmo ano, atuou em Seria Cômico ... Se Não Fosse Sério, peça pela qual recebeu o Prêmio da Crítica Teatral da Cidade de São Paulo como Melhor ator.
Ainda em 1973, Fernando dirigiu, produziu e atuou em A Mais Sólida Mansão. Em 1977, após produzir e atuar em É..., ele passou a atuar e produzir apenas. Os trabalhos que se seguiram foram: Assunto de Família, Fedra, Rei Lear e Dona Doida, Um Interlúdio, Suburbano Coração e Gilda (esses três últimos apenas como produtor).
Apesar do teatro ser sua paixão, Fernando Torres também atuou em novelas como Laços de Família (2000) e Baila Comigo (1981) e em filmes como O Redentor (2004) e O Beijo da Mulher Aranha (1985).
Fernando Torres deixa dois filhos, a atriz Fernanda Torres e o cineasta Cláudio Torres, e quatro netos.