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MC Leozinho emplaca "Negro Gato" em "Duas Caras"

por jeferson, em 14/10/2007

De segunda-feira a sábado, MC Leozinho está onde a maioria dos cantores e cantoras brasileiros daria tudo para estar: na trilha da novela das oito. Sua versão funk de Negro Gato é a canção - tema de Evilásio, o personagem de Lázaro Ramos que acabou de entrar na novela Duas Caras, exibida pela TV Globo.

Lançado há 41 anos, esse clássico da Jovem Guarda, de Getúlio Côrtes, caiu no colo de Leozinho em fevereiro, quando ele estava a bordo do navio Costa Fortuna, para atender a um convite de ninguém menos que Roberto Carlos.

No fim do ano passado, o MC havia se tornado o mais novo amigo do Rei, que caíra de amores pela irresistível Se Ela Dança Eu Danço, funk com levada de violão que se tornou uma das músicas mais tocadas de 2006. Participou do inevitável especial de fim de ano do cantor e repetiu a dose no cruzeiro Emoções em Alto Mar, que o ídolo já faz há três anos, sempre em fevereiro.

Foi a primeira vez de Leozinho num transatlântico. "O máximo para mim até então era o catamarã", conta, entre risos, o cantor niteroiense, que até hoje pega a barca quando precisa ir ao Rio.

No Costa Fortuna, alguém da produção do show lhe entregou um papel com a letra de uma música. Era Negro Gato, que Leozinho só havia ouvido durante o especial de TV de seu anfi trião, dois meses antes.

"O DJ soltou o tamborzão e o Roberto cantou comigo - quer dizer, eu cantei com ele. Foi muita onda", lembra o MC, orgulhoso. A platéia adorou, o Rei deu força e o MC decidiu que Negro Gato estaria em seu novo CD, que se chama Sente a Pegada e será lançado até o fim deste mês, pela multinacional EMI, com uma missão e tanto: superar, ou ao menos repetir, o sucesso de Se Ela Dança Eu Danço.

Ex-funcionário de uma padaria no Jardim Botânico, responsável pela chapa onde eram feitos os sanduíches, Leozinho garante que gosta de sentir-se desafiado. "Na padaria também era assim. Tinha três minutos para fazer cinco sanduíches de filé na chapa e tinha que ficar bom, recorda. "Eu encarava tudo como desafio e era mesmo. Rapaz, a chapa é uma arte", descreve.

Música também é um desafio. O maior que ele já enfrentou. Daí, ter passado quatro meses e meio num estúdio na Glória, confeccionando as 14 faixas de seu ainda inédito CD. "Quero fazer música boa para a galera jovem. Eu tive a vida inteira para fazer Se Ela Dança.... Agora a pressão é muito maior, mas o tempo é curto", compara.

Aos 30 anos, Leozinho ainda não tem carro, mas já conseguiu janela com vista para a Praia de Icaraí, no pequeno apartamento que vem pagando "aos pouquinhos". Não abandona, porém, o Largo da Batalha onde cresceu e ainda é seu local favorito para compor. "Sempre vou ter a minha casinha lá", diz. "Quando estou de bobeira, você me encontra jogando sinuca ali."

A vida simples que Leozinho tanto preza, porém, mistura-se cada vez mais ao cotidiano de popstar (que ele também adora). Enquanto posava para esta reportagem, na Praia de São Francisco, em Niterói, fãs pararam para tirar fotos e fazer declarações, algumas até ousadas. "Vou lá em casa botar um biquíni e já volto para a gente dar um mergulho", berrou para ele uma fã mais animada. Nos shows, o assédio é bem mais intenso. "Em Belém do Pará, uma vez, até me arrancaram a roupa", conta, envergonhado.

Ele não reclama. "A maior riqueza para o artista são os fãs. É o que enche meus bailes", agradece.

Nas apresentações, quando tira o cordão de prata que anda sempre em seu pescoço, é sinal de que vai se atirar na platéia (é aí que as fãs avançam). Essas reações apaixonadas, por enquanto, ainda são reflexo de Se Ela Dança.... Com Negro Gato num caminho semelhante, graças à novela, Leozinho espera confirmar sua vocação para as paradas de sucesso. "Estou borbulhando música", diz. "E as contas estão pagas."


Fonte: O Dia


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