Certos atores ficam tão marcados pelos trabalhos que são até chamados pelos nomes dos personagens por anos. Com Márcio Kieling foi assim. No ar em Amor e Intrigas, da Record, como o bom-moço Kiko, o ator convence com seu personagem, mas ainda é reconhecido por seus antigos papéis como o Perereca, de Malhação, e Zezé, do filme Dois Filhos de Francisco.
Em sua segunda novela pela emissora, Márcio foi do vilão ao mocinho e se firmou como um bom profissional de sua geração. O objetivo do ator, aliás, sempre foi se destacar, mas admite que sofreu por acharem que estava na TV por ser mais um rosto bonito.
E que, após Dois Filhos de Francisco, foi verdadeiramente reconhecido. "Meu trabalho não é só aparência, e depois do filme, consegui o respeito da classe artística", ressalta.
Na pele de Kiko, ele contracena ao lado de Denise Del Vechio e Heitor Martinez, fazendo um tipo bonzinho, diferente do seu último personagem Tavinho, um playboy em Bicho do Mato.
"O vilão é sempre mais dotado de nuances. Não é só fazer cara de bravo e mandar o texto. Para o público e para o ator é mais interessante. Mas também tem o lado bom de fazer o bonzinho. As pessoas na rua param mais você", avalia.
Com sete novelas no currículo, o ator começou na Globo e já passou por SBT, e está desde 2006 na Record. Em 2005, depois da estréia de Dois Filhos de Francisco, Márcio recebeu uma proposta do SBT para viver seu primeiro protagonista em Os Ricos Também Choram.
"Nunca tinha morado em São Paulo e foi bom conhecer novos diretores, autores, amigos", relembra. Depois de fazer o remake, Márcio voltou para o Rio e recebeu outro convite, desta vez, do diretor Edson Spinello, para fazer um vilão na Record.
"O Spinello me ensinou a chegar onde eu estou, dando boas dicas para minha formação. Não tive como recusar o convite", conta.
Tantas mudanças em pouco tempo fizeram com que Márcio se adaptasse a novos ambientes e a modos de trabalho, o que, segundo ele, o fez enriquecer profissionalmente. "Minha profissão é feita de contatos e tenho boas recordações e bons amigos. Eu quero é mostrar meu trabalho", defende.
Foi por influência da irmã que aos 15 anos Márcio começou a carreira de modelo. Começou a fazer testes para comerciais de TV e resolveu estudar teatro, em Porto Alegre, sua cidade natal, de onde surgiu a primeira oportunidade para integrar o elenco de apoio da novela Malhação, em 1997.
O único receio de Márcio era ser rotulado meramente como mais um ator da novelinha. "Tem muita gente talentosa lá e o meu caso foi esse", gaba-se posando no jardim do Planetário do Rio de Janeiro.
Depois de participar da novela adolescente, voltou em Pecado Capital e em seguida em Malhação, como Perereca, e nos anos seguintes trabalhou em Desejos de Mulher, de Euclydes Marinho, e Agora é que são Elas, de Ricardo Linhares. "Tive paixão por atuar e decidi que queria fazer isso sempre", declara.
Com as gravações de Amor e Intrigas chegando ao fim, Márcio elogia seu personagem e diz que teve uma certa facilidade para compor Kiko por se assemelhar com ele, já que na história, o rapaz chega de outro Estado para ganhar a vida no Rio de Janeiro, assim como aconteceu com o ator. "Acho que estou convencendo como bonzinho", completa.
Créditos: TV Press