Nem ela mesma sabe determinar a data exata de quando começou a fazer parte dos Cassetas. Só diz que "é por agora". É o máximo de informações que Maria Paula consegue lembrar antes de soltar a sua gostosa e conhecida gargalhada ao telefone. "Eu não sei quando é exatamente, ninguém sabe, mas pô, já são 15 anos, fala sério!", diverte-se com seu esquecimento do outro lado da linha.
É nesse tom de descontração e risadas que Maria Paula fala sobre seu tempo de trabalho no programa Casseta & Planeta Urgente, da Globo, no qual começou em 1994. Já são 15 anos de personagens marcantes, humor, muitas esquetes e paródias da "Dona Casseta", como ficou conhecida ao entrar para o elenco do programa, antes composto por sete homens.
O começo da história data de 1993. Um ano antes de estrear no humorístico, Maria Paula apresentava o programa Radical Chic, para adolescentes, na Globo, quando foi convidada pelos "cassetas" para fazer uma capa da revista deles. "Depois me chamaram para fazer o programa na televisão e estou lá até hoje", confirma a atriz.
Em tanto tempo no ar, muitas personagens marcaram a carreira de Maria Paula, mas por uma delas a comediante nutre um carinho. "Meu primeiro sucesso foi a vilã Maria Regina, que era interpretada pela Letícia Spiller (na novela Suave Veneno, em 1999). Era o máximo! Ela era toda má, chamava as pessoas de 'ornitorrinco manco' nas ruas. O público adorava. Depois disso veio muito escracho das personagens da Deborah Secco, da Ana Paula Arósio, da Juliana Paes. Sempre que tem sátira delas o povo gosta", afirma em meio a risadas.
Entre as personagens atuais do programa, a caracterização de Michelle Obama é a que Maria Paula considera a melhor. "Apesar de fazer parte do mundo da política, o público está adorando a Michelle Obama. Outra atual que também é bastante divertida é a Esquisitônia, sátira da Tônia, da Marjorie Estiano, em Caminho das Índias". Da trama de Glória Perez, a indiana Maya (Juliana Paes) também é alvo das brincadeiras do humorístico.
Mas em meio a tantas risadas e brincadeiras, Maria Paula (que também é formado em Psicologia, mas pouco exerceu a carreira) fala sério quando o assunto é a morte do companheiro de programa e amigo, Bussunda. "Foi o dia mais triste da minha vida até hoje. Eu não estava lá na Alemanha (durante a Copa do Mundo de 2006) com eles e foi uma barra. Era muito difícil até para trabalhar porque eu era muito apegada a ele, andava sempre abraçada, a gente fazia muita coisa junto, Réveillon, domingo, jantares. Eu era grudada mesmo nele", comenta e diz que somente agora, quase três anos depois do fato, os "cassetas" estão conseguindo deixar o luto e fazendo o programa deslanchar novamente.
Para tentar melhorar o clima, a conversa muda para as fofocas sobre a carreira da humorista. "É tudo boataria que eu vou fazer novela. Estou satisfeitíssima com o meu trabalho, sou realizada com ele, não tenho frustrações. Eu quero ficar ali, não quero fazer nada fora", esclarece e fala sobre o medo que sentiu ao ter que se afastar do Casseta & Planeta por conta das duas gestações. "Quando eu precisei ficar de licença, nós escolhemos todos juntos quem iria ser a minha substituta. Mas foi difícil porque eu morro de ciúmes (risos). Acho que tanto a Luana (Piovani) quanto a Claudia (Rodrigues) seguraram superbem, foram muito boas. Na primeira vez voltei antes do tempo, ficava ansiosa, tinha bastante ciúme", entregou a atriz.
Hoje, aos 38 anos, Maria Paula é mãe de um casal de crianças, Maria Luiza, 5, e Felipe, com quase um ano, e casada com o músico João Suplicy. Como grava de segunda e terça-feira, das nove da manhã às nove da noite, "num ritmo bem intenso", nos outros dias, ela assume seu lado maternal e fica com os filhos curtindo a família.
Créditos: André Vendrami, do Portal Terra.