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Felipe Camargo volta como protagonista em seriado da Globo

por jeferson, em 22/06/2009


Quando tinha 26 anos, Felipe Camargo saía do mar, em Copacabana, e viu cinco garotas vindo em sua direção. "É ele! Ahhhh!", gritavam por ter reconhecido o galã da série "Anos Dourados". Era 1986, e o ator se sentia "alvo de fãs como as beatlemaníacas".

Durou pouco. Menos de dez anos depois, foi-se o título de galã e entrou o de "doidão". Felipe bebia, usava drogas e chegou a quebrar o braço da então mulher, Vera Fischer, numa das célebres brigas do casal que, diz ele, o afastaram da TV.

O ator ficou 17 anos sem interpretar um protagonista na Globo. Seu "perdão" veio com o convite de Fernando Meirelles para ser o personagem principal de "Som e Fúria", série que estreia em 7 de julho.

"O Felipe foi um achado", afirma o diretor de "Cidade de Deus" e "Ensaio sobre a Cegueira". "Tem o estofo e o talento para protagonizar uma série como esta e, ao mesmo tempo, por ter sido colocado em alguma geladeira que nunca entendi, trouxe também o frescor de um ator que parece que acabamos de conhecer."

Felipe, 48, conta que já estava "desesperado", há um ano sem papéis (sua última atuação foi em "Paixões Proibidas", novela da Band) e de malas prontas para tentar trabalhar nos Estados Unidos. Agora, além de atuar nos 12 capítulos de "Som e Fúria", assinou contrato de dois anos com a Globo.

"Eu acho que essa série me coloca no ponto onde eu comecei na Globo. Estreei como protagonista, em "Anos Dourados", tinha 26 anos, fazia teatro há quatro ou cinco anos, e ninguém me conhecia", diz o ator.

Em "Som e Fúria", ele será Dante, ator de um grupo de teatro que tem um branco em cena, quando interpreta Hamlet, foge e volta sete anos depois, à frente da cia. Sans Argent (sem dinheiro). Ele acaba assumindo a direção do Municipal quando o amigo Oliveira (Pedro Paulo Rangel) sofre um acidente.

"Dante é o melhor personagem que eu já fiz. É um Hamlet às avessas. Enquanto o Hamlet vai para a morte, ele vai para a vida", avalia. Felipe se identifica: "Eu quis viver, né?".


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