A Fifa escolheu seguir parceira da Globo na transmissão da Copa do Mundo em 2018 e 2022 ao comparar o trabalho da emissora carioca à Record. Esta é a visão de Marcelo Campos Pinto, executivo da Globo Esportes, que foi duro ao comentar sobre a diferença entre as duas concorrentes.
"A Globo está mil anos-luz à frente da Record. Quando eles comparam o Pan da Record com um Pan e uma Olimpíada da Globo, não tem comparação. Foi o que eles disseram", disse Campos Pinto, em referência à Fifa.
"Quando uma empresa do porte da Fifa vai vender os direitos, ela não olha só para o dinheiro. Eles estão tendo com a Copa de 2014 uma experiência que nunca tiveram antes. Estamos produzindo todas as coisas. O sorteio preliminar nós é que fizemos, faremos também com o sorteio da Copa das Confederações e o da Copa. Isso para eles é muito bom, porque eles não têm de trazer isso da Europa", disse Campos Pinto.
A notícia da negociação dos direitos de TV caiu como uma bomba no mercado na última terça. Sem licitação, a Globo estendeu o contrato com a Fifa pelas Copas de 2018 e 2022. A emissora já é dona dos direitos de 2014, sublicenciados para parceiras como Band, Bandsports e Espn Brasil, além do Sportv.
A Record, na última quarta, posicionou-se sobre o assunto, classificando a negociação como “não transparente” e prometendo buscar seus direitos nas Justiças suíça (país em que a Fifa está sediada) e brasileira. Para Campos Pinto, a ideia não faz sentido.
"Quando a Record conseguiu os direitos dos Pan-Americanos de 2015, 2019 e 2023, ela renovou unilateralmente com a Odepa [Organização Desportiva Pan-Americana] e a Globo não falou nada. A Globo acha natural o dono do direito decidir. Agora eles estão reclamando do quê?", disse o executivo.
Atualmente, o grande trunfo da Record na briga pelos direitos é a Olimpíada de Londres, que será exibida por ela com exclusividade na TV aberta. Em 2016, com a competição acontecendo no Rio de Janeiro, a Globo voltará à disputa.
"Para 2016 eles [COI] venderam primeiro para nós, em caráter não exclusivo na TV aberta e em caráter exclusivo na TV fechada, na internet e em telefonia celular. Só depois é que eles venderam a TV aberta para a Record, também em caráter não exclusivo. Eu acho que quando fazem primeiro conosco eles estão dando mostras de que aprovam nosso trabalho", disse Campos Pinto.
Com informações do jornalista Gustavo Franceschini, do UOL Esporte.