Tão leve quanto o momento pessoal de Cláudia Abreu é o peso de Dora em Três Irmãs, próxima novela das 19h, que estréia dia 15 de setembro. Apesar de ser viúva e aturar a acusação da sogra, a vilã Violeta Áquila (Vera Holtz), de ter sido responsável pela morte de seu filho num acidente, a irmã mais velha de Alma (Giovanna Antonelli) e Suzana (Carolina Dieckmann) é uma perua divertida e cheia de vontade de viver.
Tanto que Dora está decidida a partir para outra e será ajudada pelo acaso quando for salva de um afogamento por Bento (Marcos Palmeira). "Voltar fazendo uma personagem leve, fútil e alegre numa novela das 19h é muito bom (a última dela no horário foi Que Rei Sou Eu?, em 1989). Tem a ver com o que está acontecendo na minha vida, de querer leveza e frescor. Não queria passar o dia inteiro chorando¿, brinca Cláudia, feliz da vida e retornando de licença-maternidade.
Longe da TV desde Belíssima, de 2006, a atriz voltaria às novelas para interpretar as gêmeas Paula e Taís, que ficaram para Alessandra Negrini, em Paraíso Tropical. No entanto, Cláudia, que já é mãe de Maria, 7 anos, abriu mão do papel ao engravidar de sua segunda filha, Felipa, 1.
"Foi uma pena ter perdido a chance de fazer um personagem duplo, mas não tem nem o que comparar", enfatiza a atriz, que não escapou do pedido para avaliar o desempenho de Negrini. "Sou muito fã da Alessandra, a acho pouco óbvia e sempre gostei de tudo que vi", elogiou Cláudia, fugindo de opiniões polêmicas.
Em junho, o autor Gilberto Braga gravou depoimento no Museu da Imagem do Som e afirmou: "Negrini foi competente, mas foi um pouco demais e não tem a empatia da Cláudia. Tanto é que todos os prêmios quem ganhou foi a Camila Pitanga (a prostituta Bebel). Se a Cláudia tivesse feito as gêmeas, todos os prêmios seriam dela", criticou o autor, à época. A atriz não quis entrar na polêmica e minimizou: "Eu adoro a Alessandra, é uma das grandes atrizes dessa geração".
Alheia a qualquer discussão calorosa, Cláudia só pensa em concluir o último ano da faculdade de Filosofia, na PUC, fazer a novela, e, principalmente, focar na família.
Com a experiência da primeira filha, ela diz que a segunda maternidade é mais fácil e está menos neurótica. "Apesar de que eu tenho o meu lado Michael Jackson. Me auto-intitulo Michael na hora da frescura, da limpeza... Michael é como se fosse um encosto. Ele pede para passar álcool na mão, não gosta que entre de sapato no quarto... Principalmente quando a Maria chega da escola imunda e já quer abraçar, beijar a bebê", enumera Cláudia, que decidiu o nome 'Felipa' numa viagem a Portugal: "Escutei uma mãe chamando 'Oh, Felipa...' Achei tão original e incomum. Escolhi um nome bonito, e ao mesmo tempo, sem ser batido".
Nos bastidores de Três Irmãs, Cláudia divide experiências com Carolina Dieckmann, mãe de Davi e José, além de Giovanna Antonelli, mãe de Pietro, e Marcos Palmeira, pai de Júlia. "Vamos montar um Baixo Bebê. O assunto preferido é esse. Fomos gravar em Angra e todo mundo levou os filhos, foi legal", conta a atriz, que não descarta a possibilidade de ter um terceiro: "Filho é bom sempre. Se vier, é bem-vindo".