Símbolo da televisão brasileira dos anos 60, 70 e 80, o carnê do Baú é um objeto em extinção, informa o colunista Daniel Castro, na coluna Outro Canal, na Folha desta segunda-feira (2), que está nas bancas.
Primeiro negócio do conglomerado empresarial de Silvio Santos e pilar da criação do SBT, o carnê só não acabou porque o Grupo Silvio Santos está comemorando 50 anos.
De acordo com a coluna Outro Canal, desde setembro, a marca Baú da Felicidade vem passando por redefinição. As lojas em que os compradores do carnê resgatavam seus valores em produtos (mais caros do que na concorrência) viraram uma rede de varejo como as Casas Bahia.
Até agora, são apenas 11 lojas de crediário, principalmente para eletrodomésticos, no Estado de São Paulo. A meta é chegar a 250 em cinco anos.
O carnê do Baú, antes vendido em abordagem porta-a-porta, agora só é encontrado nessas lojas. As equipes que antes vendiam carnês de casa em casa passaram a oferecer eletrodomésticos, em um negócio que o Grupo Silvio Santos chama de venda programada, informa o colunista.
Diretor de marketing do Baú, José Francisco Queiróz admite que o carnê "perdeu importância", mas nega que o produto esteja em processo de extinção. "O carnê vende o sonho de sorteio enquanto se faz poupança", diz. "Atualmente, as pessoas o utilizam como entrada para compras no crediário."
Segundo Queiróz, o carnê "perdeu sentido" com a estabilidade da moeda, nos anos 90, e com o acesso das classes mais pobres ao crédito, informa Daniel Castro.