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Mercado de música cresce no Brasil graças ao streaming

Plataformas digitais, como Spotify e YouTube, respondem por 99% da receita anual do mercado fonográfico brasileiro.

por Redação, em 09/04/2024

Foto: Freepik

Informações divulgadas pela Associação Brasileira de Produtores de Discos (Pro-Música Brasil) mostram que o mercado fonográfico nacional obteve crescimento de 12,6% no primeiro semestre de 2023, totalizando R$ 1,191 bilhão em receita. O principal responsável pela expansão foi o streaming, que representou 99,2% das receitas provenientes do mercado musical brasileiro no período.

Se havia o temor de que o fim dos discos de vinil e CDs pudessem inviabilizar a carreira dos músicos, as cifras comprovam que a distribuição de produtos fonográficos por meio digital anda a passos largos e tem se mostrado rentável.  

A realidade comprova que o público criou um novo jeito de consumir música. Plataformas, como YouTube e Spotify, lideram os acessos. Para se ter ideia, o YouTube Music se tornou, em fevereiro, o segundo maior serviço de streaming de música do mundo, alcançando a marca de 100 milhões de assinaturas. 

Pesquisa global encomendada pela PwC para projetar o avanço de segmentos de entretenimento, marketing e comunicação mostrou que o mercado de streaming de música digital deve chegar ao montante de US$ 36,8 bilhões no ano de 2026. 

Só no Brasil, a estimativa é de que a indústria do áudio - que inclui, além dos streamings, o rádio e os podcasts - gere US$ 1,074 bilhão em receitas, em dois anos.

Geração de receita para artistas independentes

Se antes cantores e bandas ganhavam dinheiro com a venda de discos, é difícil imaginar como os artistas independentes conseguem sobreviver ao mercado da música cada vez mais digital. 

Embora desafiador, é possível usar o alcance que as plataformas de streaming oferecem para gerar receita. As estratégias são muitas e motivaram o tema de um congresso de criatividade e inovação que será realizado no Rio de Janeiro, em junho.

Entre as formas de garantir recursos oriundos dessas plataformas estão os chamados royalties de streaing, valores recebidos pelo artista a partir do número de vezes em que a música é reproduzida na plataforma. 

Estudo realizado pelo Spotify Brasil mostrou que 33% dos artistas que geraram mais de R$ 50 mil e R$ 100 mil por ano no país - cerca de R$ 8 mil por mês - distribuem seu trabalho de forma independente. Esse ganho, porém, é intermediado por gravadoras e distribuidoras, que repassam apenas parte do valor ao artista, conforme as cláusulas contratuais. 

O impacto dos streamings na indústria fonográfica é corroborado pelo Relatório da International Federation of the Phonographic Industry, que colocou o Spotify como responsável por 25% da receita que um artista faz com música gravada no mundo. 

Outra forma de ganho dos artistas independentes, mesmo que pouco metrificada, é a visibilidade diante da exposição nas plataformas de streaming. Quando isso acontece, o artista independente consegue aumentar sua base de fãs, além de ampliar a geração de receita por outros meios, como venda de ingressos para shows ao vivo e patrocínios.  

Estilos musicais mais ouvidos pelos brasileiros no streaming 

O sertanejo lidera o ranking dos estilos musicais mais ouvidos pelos brasileiros nas plataformas de streaming. No ano passado, dos cinco artistas mais escutados no Spotify, apenas o funkeiro MC Ryan SP, aparece na terceira posição na lista formada por cantores identificados com o estilo sertanejo. 

O ranking tem Ana Castela no topo, que também liderou a categoria músicas mais tocadas no Spotify em 2023, com o hit "Nosso Quadro", seguida por Henrique & Juliano (2º), Marília Mendonça (4º) e Jorge & Mateus (5º). Já no exterior, Alok, em primeiro lugar, e Anitta, em segundo, lideram a preferência.  

Também houve o crescimento significativo no consumo de músicas de artistas mulheres: 252% em quatro anos, segundo o próprio Spotify, sendo a geração Z a que mais escuta faixas gravadas por cantoras. 

Segundo a plataforma, um terço dos usuários que mais ouviram artistas mulheres brasileiras no país, entre 2020 e 2023, tinha entre 18 e 24 anos. 


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