O Planeta TV

Letícia Colin fala sobre a importância de "Todas as Flores" em sua carreira e adianta a expectativa pela estreia na TV Globo

A primeira novela do GloboPlay irá ao ar na TV aberta, a partir de setembro.

por Redação, em 04/08/2023

Foto: Reprodução/GloboPlay

O arrepio de um carinho. O frescor das ondas do mar. O pulsar diante de um samba. O sabor da sobremesa preferida. O aroma de uma flor... Quantas sensações o ser humano é capaz de ter quando se permite desabrochar para a vida? Assim como em um jardim de flores, a vida apresenta pessoas de todas as naturezas – que podem ter falsas aparências e ser movidas por desejos reprimidos, sonhos questionáveis e mesmo ambições imorais. Essa é a premissa de ‘Todas as Flores’, novela original Globoplay que chega à TV Globo no dia 4 de setembro, com exibição de segunda a sexta-feira, logo depois de ‘Terra e Paixão’.

A novela criada e escrita por João Emanuel Carneiro, com direção artística de Carlos Araujo, arrebatou fãs no streaming e está prestes a estrear para o público da TV aberta. No enredo, um thriller contemporâneo regado por histórias de amor, vingança e redenção. Maíra (Sophie Charlotte) é uma jovem perfumista com deficiência visual que foi criada apenas pelo pai, Rivaldo (Chico Diaz), na cidade de Pirenópolis, em Goiás. Cresceu acreditando que a mãe tivesse morrido e nunca desconfiou de que, na verdade, foi rejeitada por ela. A única ligação que tem com sua cidade natal, Rio de Janeiro, é Judite (Mariana Nunes), sua madrinha. Mas também residem lá sua mãe, Zoé (Regina Casé), e sua irmã, Vanessa (Letícia Colin).

Por duas décadas, Maíra viveu uma vida tranquila em Pirenópolis. As coisas começam a mudar quando, sem explicações, Zoé aparece na porta de sua casa. Ela vai atrás da filha dizendo que há muitos anos a procura e pedindo uma segunda chance. A verdade, porém, é que Zoé está em busca de uma doadora de medula compatível para Vanessa, sua primogênita com Rivaldo, diagnosticada com leucemia. Como em um sonho que se transforma em pesadelo, Maíra vivencia uma mistura de emoções. No mesmo dia em que descobre que sua mãe está viva, seu pai morre. Sem desconfiar de nada e acreditando na boa intenção de Zoé, Maíra embarca para o Rio de Janeiro, onde será usada pela mãe para garantir a sobrevivência de sua irmã. Logo, o que seria um recomeço feliz ao lado da família se transforma em uma longa e perigosa jornada para Maíra.

Com personagens dúbios e ganchos enigmáticos, a novela tem um enredo envolvente e cativante até mesmo para o elenco. “Estou com saudade dos personagens, quero rever a novela, então estou muito feliz com esta exibição”, diz Letícia Colin, que aguarda com boas expectativas a relação que o público da TV Globo construirá com a trama de Vanessa. Irônica, sua personagem é especialista em se fazer de vítima e vive mentindo em benefício próprio, mesmo para quem está do seu lado. Não é diferente com Maíra. Vanessa se diz emocionada ao conhecer a irmã enquanto disfarça o desgosto que sente pela presença da perfumista e desfere piadas pelas suas costas. Designer de roupas, Vanessa puxou a ambição de Zoé e consegue ser bem mais ardilosa do que a mãe.

Na entrevista a seguir, Leticia Colin desvenda a personalidade de Vanessa, enumera referências e conta mais sobre as contribuições de ‘Todas as Flores’ para sua carreira.

Como está a sua expectativa para a exibição de ‘Todas as Flores’ na TV Globo? 

Estou felicíssima! Acho que todo mundo está com saudade dos personagens. Eu mesma estou com vontade de rever a novela. O público já mostrou que adora ver de novo uma novela que marca a gente, que vira meme, entra nas nossas conversas, entretém, emociona, vira referência para cabelo e look... Está aí o “Vale a Pena Ver de Novo” para mostrar isso! (risos). Eu estou muito feliz com a possibilidade de mais gente assistir. Sabemos que o Brasil tem territórios continentais e que muita gente nos assiste por meio da televisão aberta. Fizemos uma empreitada de sucesso no streaming e agora estamos chegando para fazer companhia para essas pessoas. Eu celebro muito!

Que traços ou aspectos da trajetória de Vanessa mais te marcaram e você acredita que merecem a atenção de quem vai assistir à novela pela primeira vez? 

Eu acho que a Vanessa é um manual do que não fazer, de tudo que a ambição pode construir, e ela mostra o quanto tudo isso é danoso. A Vanessa foi criada para se casar com um homem rico, ter poder. Ela quer status, acha que é melhor que todo mundo. E isso também rende situações muito engraçadas; as pessoas se divertiram muito com ela. Eu tentei criar a Vanessa desse jeito aproveitando o texto do João Emanuel Carneiro, que tem a característica de trazer vilãs engraçadas, patéticas, que cruzam as fronteiras éticas e morais. Este é um exercício interessante de ser feito na ficção. É a possibilidade de vivenciar essas facetas com uma personagem, de visitar lugares que, no mundo real, ainda bem, a gente não visita ou tenta evitar. Acho que as pessoas vão embarcar nas armações da Vanessa. Ela é totalmente manipuladora, egoísta, tem sede de poder. E é muito estilosa, gosta da imagem, da estética. Também é aquela figura sedutora, que vive sexualmente livremente tudo que deseja, o que é muito encantador. Tem um monte de coisa interessante na Vanessa!

Vanessa é uma vilã clássica, sarcástica, a quem o público “amou odiar”. Por que acha que ela conquistou este lugar no imaginário dos espectadores? Enquanto intérprete da personagem, quais foram seus nortes no processo de construção de sua personalidade repleta de nuances? 

Eu fiquei muito feliz pela maneira como a Vanessa foi abraçada pelo público. Acho que o humor tem essa característica: ele faz a gente se conectar. O humor desarma a gente, acolhe, relaxa.. Por mais errática que ela fosse, o humor que ela trazia criava conexão. A nossa brincadeira na novela é encantar também. Eu adoro ser encantada quando assisto a uma produção, adoro entrar na magia do personagem – ele é a nossa capacidade humana de viver coisas que a gente não vive na nossa vida. As pessoas experimentam a realidade da Vanessa em um ambiente seguro, dentro de uma obra dramatúrgica, protegidas pela fantasia. Para compor essa personagem, eu pesquisei muitas coisas, dentre elas as vilãs antológicas da nossa dramaturgia, como Odete Roitman, Carminha, Nazaré. Também os desenhos animados, gênero de que sou grande fã. Assistimos a um filme animado e os personagens têm sempre uma vulnerabilidade e uma narrativa que explicam por que eles se tornaram aquelas pessoas. Minhas referências vão de “Rei Leão” a “Up: Altas Aventuras”, “Pequena Sereia” na nova releitura. Tem ainda o personagem Hannibal, uma referência do Anthony Hopkins muito impactante para mim em atuação; o Ed Harris e os personagens que ele faz; Norman Bates, personagem do filme “Psicose”. E o filme “Mamãezinha Querida”, com a Bette Davis, que é uma atriz que eu estudo há um tempo e que me inspira muito.

Quais foram as contribuições de ‘Todas as Flores’ para a sua carreira? 

Para muita gente eu virei a Vanessa – mais uma forma de me chamarem. As pessoas sabem que eu não sou a personagem, mas carinhosamente me reconhecem por esse trabalho; eu gosto que elas me chamem assim. A gente passa a fazer parte da rotina das pessoas e criamos memória juntos. Entramos na vida delas como um momento e uma experiência boa. Senti que o meu trabalho chegou neste lugar. Muita gente me conheceu por ‘Todas as Flores’ e, a partir disso, foi saber dos meus outros trabalhos. Isso é maravilhoso! Fico muito feliz e grata pela chance de encarar a empreitada que é fazer uma novela com essa densidade. Também fico muito feliz de termos discutido temas importantes, como o do capacitismo e o da pessoa com deficiência, visto o quanto ainda precisamos melhorar, gerar acessibilidade, desmistificar os preconceitos. Além, claro, de a novela trazer o Rio de Janeiro, a Gamboa, o samba, um lugar fundador da nossa cultura. Pudemos nos reconhecer como uma resistência cultural da nossa música, do nosso povo... Tem muitas coisas incríveis em ‘Todas as Flores’.

‘Todas as flores’ é criada e escrita por João Emanuel Carneiro com direção artística de Carlos Araujo. A novela Original Globoplay é escrita com Vincent Villari, Eliane Garcia e Daisy Chaves. A direção é de Luiz Antonio Pilar, Carla Bohler, Fellipe Barbosa, Guilherme Azevedo e Oscar Francisco. A produção é de Betina Paulon e Gustavo Rebelo e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim. A obra tem no elenco Sophie Charlotte, Regina Casé, Letícia Colin, Mariana Nunes, Humberto Carrão, Fabio Assunção, Caio Castro, Thalita Carauta, Nicolas Prattes, Ana Beatriz Nogueira, Cassio Gabus Mendes, Zezeh Barbosa, Douglas Silva, Mary Sheila, Naruna Costa, Mumuzinho, Moira Braga, Camila Alves, Cleber Tolini, Amanda Mittz, Nilton Bicudo, Suzy Rêgo, Yara Charry, André Loddi, Xande de Pilares, Chico Diaz, Heloisa Honein, Jhona Burjack, Luis Navarro, Micheli Machado, Kelzy Ecard, Duda Batsow, Ângelo Antônio, Bárbara Reis, Valentina Bandeira, Leonardo Lima Carvalho, Rodrigo Vidal, Samantha Jones, Luiz Fortes, entre outros. A estreia na TV Globo está prevista para 4 de setembro, logo após ‘Terra e Paixão’.


Deixe o seu comentário