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Marília Pêra rouba a cena em "Duas Caras"

por jeferson, em 19/10/2007


Gioconda de Queiroz Barreto é chique, fina, uma dama de verdade. Mas de vez em quando sai do sério, fica descompensada e perde o rumo. Aí, só “a pílula” salva.

De um ou outro jeito, a divertida personagem de Marília Pêra em ‘Duas Caras’ tem garantido alguns dos momentos mais bem-humorados da nova novela das oito. Especialmente quando, diante de algum problema — flagrar o marido da amiga com a amante ou tentar impedir que a filha patricinha faça excursões à favela da Portelinha —, ela apela para antidepressivos que a deixam logo vendo a vida toda em cor-de-rosa.

O autor Aguinaldo Silva se diverte tanto quanto os telespectadores com as cenas hilariantes de Marília. E aprova as pílulas. “Se elas foram receitadas pelo Dr. Denílson, que é sempre citado em minhas novelas, então devem ser as mesmas que eu tomo quando percebo que os fatos da vida atual ameaçam me tirar do sério”, compara, bem-humorado. “Gioconda é sensível demais e vive num mundo que se torna mais brutal a cada dia. Como sobreviver a essa mudança radical de clima sem umas pilulazinhas?”, brinca o autor, que criou o personagem para a atriz. “Não consegui imaginar outra pessoa, além daquela que eu considero a maior atriz do teatro brasileiro: Marília Pêra.”

Ela, por sua vez, retribui e elogia o texto de Aguinaldo. “Estou adorando a novela, o texto do Aguinaldo é genial. Ele inventa umas cenas maravilhosas, que poderiam muito bem estar em qualquer tragédia grega. O trabalho na TV é estafante, mas reencontrar Susana vieira, Renata Sorrah, Antônio Fagundes e José Wilker é maravilhoso. Porque o Aguinaldo escreve para a minha geração”, diz Marília.

A personagem, que o autor define como “a última dama da sociedade carioca”, foi inspirada em diversas mulheres que Aguinaldo conheceu nos anos 70. “Eram grandes damas, pessoas de finíssima educação e de comportamento exemplar, e que tinham uma coisa hoje em desuso chamada ‘classe’”, diz. Regina Marcondes Ferraz seria uma dessas fontes de inspiração. Pelo menos no visual. “Lembro da trança que a Regina usou durante muito tempo, como uma espécie de marca, e que Marília usou na fase do passado da novela. E posso lhe dizer com toda certeza que Regina foi uma das nossas maiores damas”, elogia.

Como em time que está ganhando não se mexe, Aguinaldo seguirá escrevendo cenas divertidas para Marília brilhar. “Ela sabe que é uma das poucas de uma raça em extinção. Mesmo assim não faz concessões ao mau comportamento reinante.” Com a ajuda das pílulas, claro.

Fonte: O Dia


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