
A reta final do remake de “Vale Tudo” promete reviver uma das perguntas mais emblemáticas da teledramaturgia brasileira: quem matou Odete Roitman? A icônica cena vai ao ar nesta segunda-feira (6), e, segundo a autora Manuela Dias, apenas ela e o diretor artístico Paulo Silvestrini conhecem o verdadeiro desfecho. Em entrevista ao Fantástico, a roteirista refletiu sobre o peso das críticas, o processo criativo e a despedida da vilã interpretada por Débora Bloch.
Mais de três décadas após a exibição original, o assassinato de Odete Roitman volta ao centro das atenções. No remake da Globo, a sequência decisiva foi gravada com dez possíveis finais, incluindo cenas em que os cinco principais suspeitos aparecem tanto cometendo quanto inocentando-se do crime.
"A gente gravou, no fundo, 10 finais, né? Porque a gente gravou com os cinco suspeitos matando e não matando. Até esse momento, nem os atores têm certeza", revelou Manuela Dias, reforçando o clima de mistério que a emissora quer manter até o último instante.
A autora confirma que o segredo está guardado a sete chaves: "Só eu e Paulinho Silvestrini sabemos quem matou Odete Roitman."
Manuela Dias fala sobre críticas e processo criativo
Em conversa com Poliana Abritta, no Fantástico (TV Globo), Manuela comentou o desafio de adaptar um dos maiores clássicos da televisão. A roteirista reconheceu as comparações inevitáveis, mas afirmou que tenta encarar as críticas com aprendizado.
"Olha, ser roteirista, ainda mais de novela das nove, é lidar com críticas. Eu procuro aprender com as críticas. Acho que isso é fundamental. E não é só sofrer as críticas. Com as críticas e com as dificuldades. Acho que a gente tem que sempre aprender", disse.
Manuela também ressaltou que colocou toda sua energia no projeto: "Eu tentei a minha coreografia mais difícil, sabe? Eu não economizei em nada, dei tudo de mim."
Segundo ela, o mais importante foi ver a equipe comprometida: "Todo mundo, o tempo todo, está tentando fazer o melhor, está dando o melhor de si. E isso é o que fica."
A nova Odete Roitman: poder, desejo e vulnerabilidade
A versão de Débora Bloch para a vilã se distancia da figura fria e implacável eternizada por Beatriz Segall em 1988. A autora explica que a nova leitura reflete mudanças sociais e de representação feminina.
"O nosso olhar público, o nosso olhar como sociedade, já não precisa ver essa mulher como uma perversa, porque ela é uma pessoa que ama, dona do seu corpo, que pode desejar, que é dona do seu desejo", afirmou Manuela.
A roteirista elogiou a entrega da atriz: "A Débora trouxe isso à máxima potência, né? Porque ela é uma atriz absurda e uma mulher incrível."
Apesar do papel controverso, Manuela confessou que teve dificuldade em escrever o fim da personagem: "Olha, eu também fiquei apaixonada na Odete, então... realmente, deu dó."
O futuro da autora e o que vem depois de “Vale Tudo”
Com o último capítulo previsto para o dia 17 de outubro, Manuela Dias já tem novos projetos no horizonte. "Eu tenho um filme pra fazer. E provavelmente já tenho uma próxima novela das nove engatilhada", revelou.
A substituta de “Vale Tudo” será “Três Graças”, de Aguinaldo Silva, que estreia no dia 20 de outubro. A produção marca o retorno do autor à Globo e terá a missão de recuperar a audiência do horário nobre, atualmente na casa dos 23 pontos, segundo dados da Kantar Ibope Media.

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manda ela arquivar por favor
Isso é uma ameaça?