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Equipe de A Força do Querer grava no Norte e faz imersão na cultura local

Novela de Glória Perez estreia em abril, na Globo.

por Redação, em 27/01/2017

Foto: Divulgação/Globo

Isis Valverde vestida com uma cauda de sereia, sendo carregada por Marco Pigossi em meio ao mercado Ver-o-Peso, em Belém. A cena inusitada dos personagens Ritinha e Zeca foi gravada pouco após das sete da manhã de um sábado, quando a venda de peixes já está em alta no local, e atraiu os olhares curiosos de quem passava por lá. Se o mercado está sempre lotado de gente para todos os lados, que dirá durante os seis dias em que a equipe de ‘A Força do Querer’ gravou diversas cenas em vários pontos do principal ponto turístico e comercial da cidade. “Foi muito gostoso gravar em Belém. As pessoas foram muito receptivas e carinhosas com todos nós, trouxeram uma energia bem bacana para o set”, conta o diretor artístico Rogério Gomes.
 
Na pele de Ritinha, que vive em Parazinho, vila fictícia próxima a Belém, Isis Valverde interagiu bastante com os paraenses durantes os intervalos das cenas, e nos horários fora das gravações, afinal, para a atriz, a convivência com a população local é fundamental para a composição da personagem. “É a primeira vez que interpreto uma paraense e nunca havia estado na região Norte. Observei bem como as pessoas se comportam e aprendi a falar melhor as expressões locais, como ‘égua’ e ‘tu pensas que sou lesa, é?, que a personagem usa bastante”, explica, aos risos.   

A área que abriga o Ver-o-Peso é enorme e praticamente todas as particularidades do mercado foram exploradas nas gravações. Entre as locações, estavam o Cais do Porto, as barraquinhas que vendem alimentos e artesanatos, a parte da venda de banhos de ervas - tradição muito forte por lá - e a feira do açaí, que foi cenário do dia mais trabalhoso de gravações no mercado. No primeiro capítulo da trama de Glória Perez, Eugênio (Dan Stulbach) viaja até o Pará com o objetivo de negociar o fruto para a empresa da família, a Garcia, ao lado do primo Caio (Rodrigo Lombardi) e do filho pequeno, Ruy (João Gabriel Cardoso). Anos depois, volta com o filho crescido, interpretado por Fiuk. Para a gravação das cenas, cerca de 400 figurantes – trabalhadores reais da feira -, 10 barcos e 5 mil rasas – como são chamadas na região as cestas de palha com açaí – foram necessários para reproduzir a tradicional feira, que acontece todos os dias da semana com exceção de domingo, único dia que a gravação poderia ser realizada. “Trouxemos também caminhões, motos, kombis e carrinhos de mão. Cada rasa tinha 17 quilos de açaí. Sem dúvida foi o dia mais trabalhoso, mas conseguimos produzir a feira como ela realmente é”, conta a produtora de arte Mirica Viana. 
          
Dirigindo um caminhão, Marco Pigossi gravou as cenas em que Zeca chega ao Ver-o-Peso, e outras em que o caminhoneiro circula pelo mercado. O ator aproveitou os intervalos para visitar as barraquinhas e comprar guloseimas. “Adoro castanha do Pará e provei o açaí. Curti muito a cultura da cidade, que é muito rica, mas o que levei de lembrança foi comida mesmo”, diverte-se. Dan Stulbach, Rodrigo Lombardi e Fiuk ficaram menos tempo em Belém, mas também conseguiram aproveitar bastante a culinária paraense. “Eu já estive em Belém outras vezes, então já sabia o que era bom e fui no certo. Adoro pato no tucupi e a maniçoba, uma feijoada local”, contou Dan Stulbach. Já Rodrigo, que não conhecia a cidade, ficou encantado com Filhote, um peixe muito consumido na região. “Amei esse peixe. Estou chateado porque não vou encontrar no Rio. Tem que ter Filhote lá”, disse, bem-humorado. Fiuk curtiu a comida, mas ficou impressionado mesmo com a forma com que foi recebido pelas pessoas. “O povo aqui é caloroso demais. Achei uma delícia sentir toda essa receptividade”, disse. Além do Ver-o Peso, a equipe gravou cenas na Basílica Santuário de Nazaré, no distrito de Icoaraci, e no museu Casa das Onze Janelas. 

Dan Stulbach e Rodrigo Lombardi. Foto: Divulgação/Globo

De Belém, a equipe de ‘A Força do Querer’ partiu para Manaus, onde ficará até a segunda semana de fevereiro. Em um vilarejo, a uma hora de barco da Capital, com apenas 250 habitantes, estão sendo gravadas as cenas da fictícia Parazinho. Vila de Acajatuba, que pertence ao município de Iranduba, tem oito comunidades e uma delas, a Perpétuo Socorro, foi a escolhida como locação. Praticamente todos os habitantes do lugar estão participando das cenas. Marlene Alves produz artesanatos com produtos locais, como sementes de açaí e morototó, que estão sendo utilizados em cena. “Aqui a gente vive do artesanato, da pesca e da agricultura. Plantamos principalmente mandioca, abacaxi e batata. Estamos muito felizes em sermos representados na TV. Os turistas vêm aqui, conhecem nossa cultura, mas nunca imaginamos um dia estar numa novela”, contou orgulhosa a moradora de Acajatuba.

Os atores cujos personagens vivem em Parazinho – Isis Valverde, Marco Pigossi, Tonico Pereira, Zezé Polessa, Dandara Mariana e Eline Porto, entre outros - precisaram absorver bastante a cultura local e gravam por lá muitas cenas, durante muitos dias. Zezé Polessa, Dandara Mariana e Isis Valverde ficaram hospedadas na Vila, em uma pousada. “Queria sentir como é realmente morar aqui, além de economizar tempo de viagem de barco para estudar. Estou aprendendo todas as gírias locais, já tinha feito uma grande pesquisa no Rio”, contou Zezé.   
       
No centro do vilarejo existe uma igreja pequena, com toda a simplicidade e beleza das construções de Interior, onde estão sendo gravados eventos importantes da trama e tradicionais na região Norte, como a procissão do Círio de Nazaré e a festa do Carimbó, uma dança típica da região. “Fizemos algumas interferências na igreja, para deixá-la ainda mais encantadora. Construímos um oratório e decoramos os azulejos da fachada, sempre com a orientação e ajuda dos moradores. Para a festa do Carimbó produzimos as fitas coloridas e as gambiarras de luz, tudo bem artesanal, como acontece mesmo no Interior”, descreveu a cenógrafa da novela, Cristiane Lobato. Já a equipe de figurino precisou produzir dezenas de saias que as mulheres usam para dançar o Carimbó. “Cada saia tem 14 metros de pano para dar o efeito esperado quando as moças se movimentam durante a dança”, explica a figurinista Natalia Duran. O trabalho da produção de arte também é intenso nesses grandes eventos da novela. “Só para o Círio vamos trazer vários barcos, montar barraquinhas com artesanatos e os artigos religiosos, além dos ex-votos, presentes dados pelos fiéis ao santo de devoção como agradecimento pela graça alcançada”, explica a produtora de arte Mirica Viana.   
          
Com previsão de estreia para abril, ‘A Força do Querer’ é uma novela de Glória Perez, com direção artística de Rogério Gomes. Na trama, os caminhos de diferentes personagens se cruzam quando suas trajetórias pessoais os levam ao limite, fazendo-os ultrapassar seus horizontes, desafiar barreiras e vencer conflitos. Nesse percurso, a força do querer de um afeta a força do querer do outro, determinando, assim, os rumos inesperados desta história.


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