Atriz comenta sobre sua participação em série da Globo.
Na semana em que vai ao ar o episódio em que as vítimas de Roger Sadala (Antonio Calloni) começam a dar seus depoimentos à jornalista Mira (Elisa Volpatto), para que possam ser usados pelo Ministério Público, Adriana Esteves conta como Stela, seu personagem, vai transformar sua sofrida trajetória numa virada de mesa que vai arruinar a vida do renomado médico. “Acho que ela tira forças de uma necessidade interna muito grande em não permitir que outras mulheres passem pelo que ela passou. Ela se orgulha em se sentir capaz de sair da depressão e da dor. E transformar isso em luta”, explica a atriz.
Depois de anos sem falar, começando a retomar sua vida aos poucos, a professora criou a comunidade na internet para desabafar e descobriu que havia dezenas de mulheres na mesma situação, vítimas do mesmo algoz. Quando as vozes começam a ser ouvidas, elas percebem que não precisam ficar caladas e começam a ter esperança de conseguirem fazer justiça. “Stela se sente útil, necessária e forte quando vê que podemos e devemos contar com a solidariedade do outro. No caso, de tantas outras. Ela percebe a importância da descoberta da sororidade”, resume Adriana Esteves.
Daiane, personagem de Jéssica Ellen, recepcionista da clínica de fertilização, vai ser o catalizador dessas vozes. Ao sair desnorteada logo após o assédio do patrão, ela deixa claro para os clientes e funcionários o que sentiu na pele para ter certeza de que as acusações que reverberam contra Roger na internet são verdadeiras. “Por que eu não posso falar? Por que eu não posso botar a boca no mundo? O que me impede? Nada. Eu não estou mentindo. Ele não fez filho nenhum para mim. Para mim, só existe a verdade. E eu não tenho medo dela. Nem dele”, desabafa a recepcionista.
Pepê (Pedro Nercessian) toma as dores da ex-companheira de trabalho, pede demissão e resolve procurar Mira para contar o que sabe. Ela, então, finalmente encontra suporte no trabalho e consegue a ajuda do Ministério Público. É o que ela precisa para começar a captar os primeiros depoimentos em vídeo das vítimas. O movimento encoraja Maria José (Hermila Guedes) a enfrentar o marido e voltar a São Paulo para se juntar às outras. “O que aconteceu comigo naquela clínica aconteceu com outras mulheres também. Um monte de mulher sofrida que nem eu. Só que elas estão falando e tem gente ouvindo. Pela primeira vez, eu vou falar e alguém vai me escutar”, enfatiza a baiana.
Na mansão Sadala, o que já estava começando a ruir se desestrutura de vez. Muito doente, Glória ouve os detalhes do ataque à Daiane e piora. Os filhos cobram explicações do médico, mas ele não consegue convencê-los. Carolina (Paolla Oliveira) perde o bebê, decide se separar do marido e diz a Roger que vai esperá-lo.
As cenas fazem parte do sexto episódio de ‘Assédio’, que vai ao ar nesta sexta-feira, dia 21, após o ‘Globo Repórter’. Primeira série original da Globo desenvolvida com exclusividade para o Globoplay, ‘Assédio’ é escrita por Maria Camargo, com Bianca Ramoneda, Fernando Rebello e Pedro de Barros. A direção artística é de Amora Mautner, direção geral de Joana Jabace e direção de Guto Botelho. A série é livremente inspirada no livro “A Clínica: A Farsa e os Crimes de Roger Abdelmassih”, de Vicente Vilardaga.