
Mais de três décadas depois da exibição original, o grito ecoa novamente pelos lares brasileiros: “Quem matou Odete Roitman?”. No capítulo desta segunda-feira (6), o remake de “Vale Tudo” reacendeu um dos maiores mistérios da teledramaturgia nacional. A poderosa vilã Odete Roitman, vivida agora por Debora Bloch, foi assassinada em seu quarto de hotel, prestes a embarcar em uma viagem ao lado de César, personagem de Cauã Reymond.
A morte da empresária interrompe os planos de fuga e desencadeia uma nova corrida de suspeitos, todos marcados por ressentimentos e traições acumuladas ao longo da trama. A sequência promete movimentar a reta final da novela.
Debora Bloch: entre o legado e o desafio
Na pele de uma das vilãs mais emblemáticas da história da televisão brasileira, Debora Bloch afirma ter encarado a personagem com respeito e intensidade. Em entrevista à TV Globo, a atriz contou que a experiência foi ao mesmo tempo desafiadora e prazerosa:
“Foi maravilhoso! Assumir um papel tão marcante, eternizado pela Beatriz [Segall], foi um desafio enorme e uma responsabilidade que levei muito a sério. Mas também foi muito prazeroso. Ver que o público abraçou essa nova versão da personagem foi gratificante demais.”
Questionada sobre o segredo do sucesso da nova versão, Debora destacou a força da equipe e da narrativa:
“A gente nunca sabe o motivo do sucesso, mas acredito que é o resultado da junção de uma boa história, uma equipe talentosa e um elenco comprometido. Quando esses elementos se alinham, acontece uma conexão genuína com o público. E acho que foi exatamente isso: personagens fortes e uma trama que prende e emociona.”
A atriz também comentou sobre os bastidores e a rotina intensa de gravações:
“Eu me diverti muito nos bastidores. Trabalhar e conviver com um elenco e equipe tão parceiros faz toda a diferença. Isso, pra mim, é essencial para que o trabalho flua bem e com leveza.”
E sobre o encerramento de um ciclo que mobilizou o país, Debora revelou um misto de emoções:
“Está sendo um misto de sentimentos. Por um lado, a satisfação de ter conseguido fazer um trabalho legal, e sentir que as pessoas gostaram. Por outro, o cansaço natural de um ano de entrega total, com muita disciplina e dedicação. Estou feliz com o resultado, mas também sentindo aquela emoção de encerrar um ciclo tão especial. E, sim, já sonhando com as férias!”
Por fim, a intérprete de Odete brincou com o envolvimento do público na reta final:
“Aonde quer que eu vá, as pessoas me dizem que já estão fazendo bolão sobre o assassino de Odete! Está me parecendo que as pessoas já estão mobilizadas.”
O fenômeno “Quem matou Odete Roitman?” não é apenas um gancho dramático: é parte do DNA da televisão brasileira. Em 1989, a cena do assassinato original, estrelada por Beatriz Segall, paralisou o país e alcançou uma das maiores audiências da história da Globo. O remake, ao reviver esse ícone narrativo, não só atualiza a trama para os novos tempos como reafirma o poder das novelas como elemento da cultura nacional.
A repercussão mostra que, mesmo diante da era do streaming, a teledramaturgia brasileira ainda mobiliza emoções coletivas. O enigma de Odete Roitman, agora sob a direção de Paulo Silvestrini, reafirma o talento da Globo em combinar nostalgia e inovação.
O que vem a seguir na faixa das nove
Com o fim previsto para 17 de outubro, Vale Tudo abrirá espaço para “Três Graças”, novela escrita por Aguinaldo Silva, que marca o retorno do autor à emissora após anos afastado. A estreia está programada para 20 de outubro, prometendo trazer humor e crítica social em doses equilibradas, com Andréia Horta, Alana Cabral e Arlete Salles no elenco principal.
A nova produção herda uma missão desafiadora: elevar a audiência do principal horário da televisão brasileira e, no mínimo, manter o engajamento conquistado por Vale Tudo.

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