Osmar Prado e Marcos Palmeira não ensaiaram e gravaram a cena de primeira para a novela.
Impossível não ter se emocionado com o final de “Pantanal”, novela das 9 que teve seu último capítulo exibido nesta sexta, dia 7/10. O tão aguardado reencontro de José Leôncio (Marcos Palmeira) com seu pai, o Velho do Rio (Osmar Prado), aconteceu nos minutos finais da novela e foi uma sequência de arrancar lágrimas.
Se quem assistiu na TV se arrepiou, por trás das câmeras a emoção dos atores e da equipe não foi menor. Embora já tivessem trabalhado juntos, Marcos Palmeira e Osmar Prado nunca tinham contracenado juntos. Palmeira conta que eles não ensaiaram a cena antes de gravar, ou seja, o reencontro de pai e filho na novela marcou também o primeiro encontro dos atores em cena.
“Não ensaiamos, não batemos. Foi bem curioso. Foi uma coisa que chegou na hora. Eu procurei não pensar muito em como faria a cena, deixei que este encontro acontecesse. E foi muito bonito. Quando eu vi o Osmar, foi quase como se eu tivesse feito para ele. Um ator que eu acompanho a vida inteira, um ator que já me fez chorar, me fez sorrir, me fez tudo. E aí quando vi que estava diante do Osmar Prado, eu fiz para ele”, contou ele.
“Ele era o meu Velho do Rio, ele era esse homem que ficou cuidando da gente. Para mim foi muito importante e eu só percebi isso na hora. Foi ótimo a gente não ter ensaiado, a gente estava com o texto decorado, mas não sabíamos que caminho a gente teria. E nós dois tivemos um encontro ali, o que aconteceu foi muito mágico.”
Já sem a barba de seu Velho do Rio, Osmar Prado entende que a emoção esteve implícita no encontro e foi na dose certa.
“É preciso que os atores sejam maduros para usar a emoção na medida da necessidade que a cena pede. Não como efeito, mas como alicerce. Fundamental é o trabalho de olho que os atores têm. Deixar ao espectador a complementação do entendimento da cena.”
“Tanto o Marcos como eu fizemos o estudo particular da cena. Ninguém melhor do que ele sabia o que se processaria, e eu também. Nós nem batemos texto. Quando chegamos ao local, quando o Velho se aproxima e ele o vê pela primeira vez, já estava tudo certo. Não precisou. “
Osmar ainda falou da emoção da equipe que esteve na gravação:
“O interessante não foi o que sentimos, mas o que as pessoas ao entorno sentiram. Nós intérpretes, assim como músicos, por mais que estejamos emocionados, estamos raciocinando nas pausas, nos tempos. É tudo muito pensando. Você está em lágrimas pensando no que vai falar logo em seguida.”
“Foi indescritível. Todos que estavam lá, antenados. Quando a resposta é dada no estúdio, na externa, pelas pessoas que estão ao entorno, pode estar certo que o público também a receberá da mesma forma.”