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"A maior prova de egoísmo é a sinceridade", diz Milhem Cortaz no Provoca, da TV Cultura

Apresentada por Marcelo Tas, entrevista inédita com o ator vai ao ar na terça (19), às 22h.

por Redação, em 15/03/2024

Foto: Ana Pausa Sousa/Divulgação

Nesta terça-feira (19/3)Marcelo Tas conversa, no Provoca, com Milhem Cortaz, ator, padeiro e apresentador brasileiro. No bate-papo, ele fala sobre os aprendizados como padeiro e o que leva para a profissão de ator, sua relação com as drogas e como é possível superá-la, que ser sincero é ser egoísta, e muito mais. Vai ao ar na TV Cultura, a partir das 22h.

Tas pergunta sobre o que Cortaz traz de aprendizado da profissão de padeiro para a carreira de ator. “Paciência, a calma, solitude, porque a solidão é muito dura, mas a solitude é deliciosa (...) o pão requer uma observação do clima, da onde você está (...) na panificação artesanal você não tem controle, e não ter esse controle, tendo controle, é igual a nossa profissão (...) ou você está azeitado no negócio ou você vai se estrepar, porque não existe segurança na nossa arte. Tem uns lugares que o pão me preenche muito como artista”, diz.

Em outro momento da edição, Milhem responde a pergunta de um internauta sobre o que as pessoas concluem a respeito dele e estão redondamente enganadas. “Passei a vida inteira sendo egoísta e sendo sincero. A maior prova de egoísmo é a sinceridade. Só é bom para você. Só é bom para quem fala, te ofende (...) só a mãe pode ser sincera, porque a mãe tem intimidade (...) sinceridade é horrível, é egoísta”, explica.

Sobre sua relação com as drogas, o ator diz: “Eu não acho que fui para as drogas por má influência, por causa de onde eu andava, nada disso. Eu acho que foi excesso de criatividade e você vai atirando para todos os lados, e as pessoas não entendem muito e não conseguem te encaminhar para esse lugar e você aprende na porrada (...) eu acho que fui para a cocaína para falar: 'você é subversor, quero cheirar, quero ser diferente'. E isso me levou para um lugar muito perigoso (...) da falta de identidade, perdi uma parte da minha infância e adolescência (...) a droga me envelheceu, a pior cagada que eu fiz na minha vida”, comenta.

Mas para quem está no buraco, o que você aprendeu?, pergunta Tas. “Que a gente é forte demais, que a gente vence isso. Há muito tempo, eu estava na frente do Cine Augusta e encontrei um parceiro da antiga, perdido no crack (...) batemos um papo e ele estava indo pedir emprego, tinha acabado de usar 'pedra' (...) fui conversando com ele até o emprego e cheguei no lugar e falei para o dono: ‘é meu amigo, eu conheço ele, pode contratar’. Ele foi contratado porque eu falei isso para o cara. Há dois meses, ele foi na minha padaria, na garagem da minha casa, com a mulher e o filho e vou fazer uma observação ridícula, com um Kicks zero, o cara é dono de uma imobiliária hoje, e apareceu lá para falar: ‘Milhem, eu venci porque você me ajudou naquela oportunidade”, conta emocionado.


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