Silvero Pereira comenta seu primeiro trabalho na televisão.
Eurico (Humberto Martins) decide contratar um motorista. Preocupado com Silvana (Lilia Cabral), ele acredita que um funcionário de sua confiança ao lado dela o deixará mais tranquilo. E é no capítulo de hoje da edição especial de 'A Força do Querer' que ele conhece Nonato.
O empresário recebe o rapaz em seu escritório, faz algumas perguntas e já mostra de cara que não gosta do cabelo longo do motorista, mesmo estando preso. Nonato não se intimida e mente que o cabelo faz parte de uma promessa, conseguindo a aprovação temporária do chefe.
O que Eurico nem desconfia é que Nonato não é a única face de seu funcionário. Ele é também Elis Miranda, nome escolhido para homenagear as cantoras Elis Regina e Carmem Miranda, e sonha conseguir fazer seu show como transformista.
‘A Força do Querer’ é uma novela de Gloria Perez, com direção artística de Rogério Gomes, direção geral de Pedro Vasconcelos e direção de Davi Lacerda, Luciana Oliveira, Claudio Boeckel, Roberta Richard e Fábio Strazzer.
ENTREVISTA COM SILVERO PEREIRA
O que sentiu quando soube que 'A Força do Querer' seria exibida novamente?
Fiquei muito emocionado com o retorno da novela. Essa é uma obra muito significante na minha carreira, e ter a personagem mais uma vez entrando nos lares dos brasileiros será muito especial. Não esperava rever Nonato/ Elis em tão pouco tempo.
Como você descreveria a Elis Miranda/ Nonato?
Elis Miranda é uma sonhadora, ela quer vencer como artista, ser reconhecida. Entretanto, precisa superar os desafios do preconceito. Então, reconstrói a imagem de Nonato para conseguir trabalhar e juntar dinheiro para ajudar a família e realizar seu sonho. Esse é um personagem cheio de amor, extremamente cuidadoso com as pessoas e que traz o humor como escape de situações ruins.
Pode contar alguma curiosidade das gravações que você lembre com carinho?
A coisa mais significativa para mim nesse trabalho foi estar ao lado de pessoas que sempre admirei como espectador e que, naquele momento, eram meus colegas de trabalho. Humberto Martins foi um grande mestre, tenho profunda admiração e carinho pela forma como ele me ajudou e me ensinou em todas as vezes que gravamos juntos. Outra questão de grande importância foram os fortes laços de amizade com Mariana Xavier e Dig Dutra.
Que cena você tem vontade de rever?
Quero muito rever o show de Elis Miranda e Suellen Pinheiro cantando ‘Fera Ferida’, de Roberto Carlos. Além da letra ser muito forte e uma bela mensagem, eu contracenei com o Maxwell Pinheiro, maquiador da novela. Ficamos muito amigos, e, de repente, estávamos em cena juntos e emocionados.
'A Força do Querer' foi seu primeiro papel na TV, depois de anos se dedicando ao teatro. Qual a importância dessa novela em sua carreira?
'A Força do Querer' me apresentou para todo o Brasil como o artista que sou, minha história de vida. Esse trabalho ultrapassou a tela da TV e fez muita gente ver o Silvero cearense, do interior do Estado, artista, filho de lavadeira com pedreiro e que conseguiu realizar um sonho.
A autora viu você no teatro e criou a personagem a partir de então? Como foi para você essa experiência? Já tinha o desejo de atuar na TV?
Sim! A Glória me assistiu no espetáculo BR-TRANS durante uma temporada no Rio e, logo após o espetáculo, me fez o convite, dizendo que não tinha personagem, mas que iria criar um especialmente para mim. Eu sempre sonhei com o universo da televisão, e a Glória foi uma madrinha muito cuidadosa. Ela escrevia e me observava em cena, depois, foi me dando mais cenas e confiando no meu trabalho. Só gratidão por esse presente.
Como foi compor um mesmo personagem com facetas distintas? O que você trouxe do seu monólogo BR-TRANS para a personagem na trama?
A Glória queria muito mostrar o ator Silvero. Ela falava muito em não criar um estereótipo para mim, e, por isso, quis me mostrar nessas facetas. Pude levar para a novela o meu conhecimento dentro da comunidade LGBTQIA+, minha militância.
Você foi um dos personagens mais comentados ao longo da trama. Como foi a repercussão à época?
Já se passaram três anos e ainda hoje essa personagem reverbera em minha vida. O número de seguidores que tenho nas redes é fruto dessa personagem.
Você também foi Lunga, personagem emblemático do aclamado Bacurau. Qual foi a importância desse papel em sua carreira?
Lunga é um outro marco na minha carreira. Construir uma personagem de cinema, que alcançou tanta popularidade é algo raro no Brasil. Tenho muito orgulho e gratidão por esse momento em ‘Bacurau’.