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Cama de Gato: uma novela das 6, com cara de novela das 8!

Por: Por que as pessoas andam tão individualistas, perdendo inclusive a capacidade de amar e enxergar o outro? Questionamentos como esse levaram as autoras Duca Rachid e Thelma Guedes a escrever a trama da próxima novela das seis, ‘Cama de Gato’, que estreia n

Uma Novela de: Duca Rachid e Thelma Guedes
Escrita Por: Thelma Guedes, Duca Rachid, Júlio Fischer, Thereza Falcão e Alessandro Marson
Colaboração: João Brandão
Supervisão de Texto: João Emanuel Carneiro
Direção: Amora Mautner, Gustavo Fernandez, André Binder e Roberto Vaz
Direção Geral: Amora Mautner
Núcleo: Ricardo Waddington

AS AUTORAS

Por que as pessoas andam tão individualistas, perdendo inclusive a capacidade de amar e enxergar o outro? Questionamentos como esse levaram as autoras Duca Rachid e Thelma Guedes a escrever a trama da próxima novela das seis, ‘Cama de Gato’, que estreia no dia 05 de outubro. O primeiro roteiro original da dupla, que assinou a adaptação de ‘O Profeta’, tem supervisão de texto de João Emanuel Carneiro, direção de núcleo de Ricardo Waddington e direção-geral de Amora Mautner.

No folhetim, contemporâneo e ambientado no Rio de Janeiro, Gustavo (Marcos Palmeira) é um perfumista que venceu na vida, mas o poder e a riqueza o transformaram num homem arrogante e infeliz. Logo nos primeiros capítulos, sua vida sofre uma reviravolta, que o faz perder tudo. E só o amor será capaz de devolver a ele os valores humanos que esqueceu ao longo de sua trajetória. A heroína da história é Rose (Camila Pitanga), uma dessas “supermulheres” que trabalham dobrado para criar os filhos, sem perder a garra, a disposição e a alegria. Com sua simplicidade, ela vai mostrar que tem muito mais sabedoria do que Gustavo. É com Rose, que ele vai reaprender a viver e a ser feliz.

ENTREVISTA

Qual foi o ponto de partida e de inspiração para a sinopse de ‘Cama de Gato’?
Thelma: Esta história partiu de um sentimento que nós duas temos partilhado em nossos papos de amigas. De que o individualismo do mundo atual está levando as pessoas a perderem de vista alguns valores fundamentais do ser humano. Pensamos inicialmente neste personagem de um homem que perdeu sua capacidade amar, e que precisaria reaprender a enxergar o mundo e as outras pessoas.

Duca: Há muita gente boa refletindo sobre essa questão ultimamente. Não sei como a gente pode seguir adiante, sem resgatar alguns valores imprescindíveis como, por exemplo, a solidariedade. O livro do rabino Nilton Bonder, “O Sagrado”, entre outros, foi bastante inspirador pra gente. Além da trajetória do Buda, que vivia num palácio dourado e, quando saiu de lá, conheceu a dor, a doença, a velhice e a morte. Nosso protagonista, Gustavo, é alguém que já viveu no “mundo real”. Já foi um homem bom, solidário. Mas, depois, se encastelou na sede de sua empresa de perfumes, tornou-se um escravo do dinheiro e esqueceu esses valores. É por obra de uma “lição” de seu melhor amigo, Alcino, e de uma armação de sua mulher, a vilã Verônica, que ele vai voltar ao “mundo real”, resgatar esses valores humanos e reapreender a viver.

Thelma: Também foi muito inspirador o trabalho do psicólogo social Fernando Braga da Costa, que trabalhou oito anos como gari, varrendo as ruas da Universidade de São Paulo para sua tese de mestrado. Ele constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são “seres invisíveis”. Ou seja, a percepção humana fica totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa. A Rose, nossa heroína, que é uma faxineira, é uma dessas “mulheres invisíveis”.

Como é esse processo de trabalho a quatro mãos? E como conseguem conciliar as diferenças entre vocês?
Duca: A gente senta para pensar a novela e escaletar os capítulos juntas. Depois distribuímos as cenas para nossos colaboradores. Em seguida, fazemos o texto final, separadas, mas de comum acordo. Eu sou muito gregária e é ótimo poder dividir com alguém um trabalho tão volumoso e de tanta responsabilidade! Nós temos muita afinidade e descobrimos que temos histórias de vida, mães e maridos muito parecidos. A Thelma, com certeza, seria uma pessoa de quem, independente do trabalho, eu ficaria amiga. Ela é uma pessoa leal, te puxa para frente, te encoraja, possui uma capacidade de trabalho admirável e é uma pessoa que lida com problemas com muita facilidade.

Thelma: Desde ‘O Profeta’, nós viramos amigas de infância. Neste trabalho em dupla, fiz uma grande descoberta: que é possível se divertir e se emocionar muito criando ao lado de outra pessoa, muito mais do que no trabalho de autor solitário. Muitas vezes, a gente morre de rir e chora juntas escrevendo as cenas. A Duca me passa uma segurança incrível. Ela tem uma coisa meio mãe, de proteção. É amorosa, sem deixar de ser firme. Acho que a maior diferença entre a gente é o jeito de trabalhar. A Duca é bem mais desprendida do que eu. Talvez por conta de nossas formações diferentes. Ela vem do jornalismo, que é mais colaborativo e ágil. Eu venho da literatura, que é mais solitária e lenta. Às vezes, eu demoro muito a “soltar” um capítulo, fico “procurando pelo em ovo”, “lambendo a cria”. E é a Duca quem me manda “largar o osso” e entregar logo, porque a produção precisa do capítulo!

O João Emanuel Carneiro está pela primeira vez supervisionando uma novela. Como está sendo essa parceria?
Duca: É um luxo contarmos com a supervisão do João Emanuel Carneiro. Um autor que, na minha opinião, criou um marco na teledramaturgia brasileira com "A Favorita": onde durante 60 capítulos ninguém sabia quem era a mocinha e quem era a vilã. O João, com seu talento e extrema inteligência, tem dado uma contribuição muito grande à nossa história, respeitando, no entanto, as nossas escolhas, o nosso estilo e nosso jeito de trabalhar.

Thelma: Temos uma grande identificação artística com o João Emanuel. Foi ele que escolheu a nossa sinopse para supervisionar. Foi um encontro muito feliz. Temos as mesmas referências de livros, filmes, etc. Está sendo uma delícia trabalhar com ele!

E como é a relação com os colaboradores?
Duca: Eu trabalho com o Júlio Fischer, o Alessandro Marson e a Thereza Falcão desde o ‘Sítio do Picapau Amarelo’. A Thelma conheceu o Júlio e o Alessandro na Oficina de Roteiristas da Globo, quando ela entrou na emissora. Ou seja, nós duas já temos uma relação de muitos anos com eles. A Thereza chegou um pouco depois, mas se encaixou muito bem nessa nossa “irmandade”, que se completa agora com a chegada do João Falcão.

A estreia como autoras foi em 2006, com a adaptação de ‘O Profeta’, cujo texto original é da Ivani Ribeiro. Mas ‘Cama de Gato’ é o primeiro roteiro original de vocês. O frio na barriga aumenta?
Thelma: Acho que agora nos sentimos até mais à vontade, porque estamos criando a nossa própria história. É muito mais difícil mexer na história de outro autor, principalmente quando se trata de uma grande autora como Ivani Ribeiro. Mas sabemos que a nossa responsabilidade é muito grande agora, com um argumento original.

Duca: Estivemos tão empenhadas na adaptação de ‘O Profeta’, quanto estamos agora com ‘Cama de Gato’, que tem um argumento original. No primeiro mês de ‘O Profeta’, foi identificado que o impedimento do amor de Marcos e Sônia, que na história original era uma questão ética, não atingia os telespectadores contemporâneos. Então, tivemos que criar um impedimento mais concreto: um vilão forte, o Clóvis. Assim, nossa versão de ‘O Profeta’ ficou bem diferente do texto original. Podemos dizer que foi mesmo outra novela. O trabalho de construção dessa outra história foi tão grande e complexo, como está sendo escrever agora ‘Cama de Gato’. Quanto ao frio na barriga, escrever novela é muito gostoso, mas ele está sempre lá...

A Rose (Camila Pitanga) é uma fã incondicional de novelas. E vocês, sempre foram noveleiras? Para escrever novelas, é preciso ser noveleiro?
Duca: Ah, eu sempre fui noveleira! Morei durante muito tempo na periferia de São Paulo. Não tinha acesso a cinema, nem a teatro. Minha janela para o mundo eram os livros e a TV. Lembro de assistir à “Gabriela” escondida da minha mãe (que considerava a novela muito “forte”) e dizer: “é isso que eu quero fazer!”. Anos mais tarde, tive o privilégio de trabalhar com o Dürst, o autor de “Gabriela”. Tem que gostar de novela sim, pra escrever novela.

Thelma: Sim, sempre fui noveleira. Desde a infância e adolescência, as minhas referências culturais sempre foram uma grande mistureba: livros, teatro (pelas peças que eu lia), cinema, telenovela, fotonovela, revista em quadrinhos... Sempre fui uma consumidora ávida de histórias, vindas de onde viessem! Janete Clair e Clarice Lispector, Dias Gomes e Philip K. Dick, Gilberto Braga e Machado de Assis... Eu conheci e me apaixonei por eles ao mesmo tempo! Acho importantíssimo conhecer muito bem o universo folhetinesco para compreender as regras básicas da telenovela e ser um autor desse gênero. Aí acho que só vendo muita novela!

SINOPSE

Gustavo Brandão (Marcos Palmeira) conquistou tudo o que queria: tornou-se um rico perfumista, após uma ascensão econômica e social vertiginosa, e casou-se com a mulher por quem era apaixonado desde a adolescência, Verônica (Paola Oliveira), que sempre foi rica, linda e mimada. Ela é filha única de Severo (Paulo Goulart), ex-patrão dos pais de Gustavo, que trabalhavam e moravam na mansão do empresário, quando ele ainda era dono de uma das maiores indústrias químicas do Brasil. Nessa época, o jovem Gustavo sofreu um terrível trauma: seus pais, Julieta (Suely Franco) e Ferdinando (Pedro Paulo Rangel), foram humilhados e postos na rua de maneira implacável, porque o casal de empregados faltou por dois dias ao trabalho, a fim de acompanhar as buscas ao filho que havia se perdido na Floresta da Tijuca.

Na aventura, Gustavo estava acompanhado do inseparável amigo, Alcino (Carmo Dalla Vecchia). Ao se perderem na mata, os garotos foram encontrados pelos bombeiros e recebidos como verdadeiros “heróis sobreviventes”. Mesmo exaustos e famintos, os amigos se divertiram com o assédio da imprensa e se abraçaram para as fotos das primeiras páginas dos jornais. Severo, entretanto, que não gostou nada dessa história, demitiu os pais de Gustavo. Apesar dos apelos de que a família não tinha onde morar e


de que, em vinte anos de trabalho, nunca haviam faltado, o empresário não perdoou. A maneira desumana como foram tratados marcou para sempre a vida de Gustavo, que prometeu que seria um vencedor e nunca mais permitiria que o humilhassem.

Com sacrifício, o jovem se formou em química e, anos mais tarde, tornou-se dono, em sociedade com Alcino, da Aromas, uma das maiores empresas de perfumes e cosméticos de luxo do mercado. O sucesso começou a despontar quando o perfumista criou uma fragrância especial batizada de ‘Verônica’, em homenagem à filha de Severo, por quem sempre foi apaixonado. Um tempo depois, quando o ex-patrão de seus pais perdeu tudo o que tinha no jogo, Gustavo comprou a mansão e a fábrica de produtos químicos para ali instalar a Aromas. Bem-estabelecido, casou-se com Verônica e completou sua revanche mantendo Severo, sob rédea curta, como um mero contador de sua empresa.

Dez anos após sua criação, ‘Verônica’ é o perfume mais vendido de todo país. A fama e a fortuna, porém, transformaram Gustavo em um homem duro, arrogante e nada generoso, o pesadelo de seus funcionários que o chamam pelas costas de “Imperador”. Alcino, por sua vez, sabe desfrutar o dinheiro. Aproveita a vida intensamente, praticando esportes radicais de que tanto gosta, mora em um barco e é extremamente querido pelos que o cercam. Namorador, nunca se prendeu a nenhuma mulher. Sua maior tristeza é não reconhecer mais no sócio o melhor amigo de infância.

No dia de seu aniversário, Gustavo destrata sua família e os funcionários que queriam lhe parabenizar, e Alcino acaba tendo uma séria discussão com ele. “Você não é dono do seu dinheiro, Gustavo! O dinheiro é que é seu dono!”, tenta alertar. Mas o perfumista, cada vez mais irritado, rebate dizendo que, na verdade, Alcino sente inveja de seu talento, sua vida e seu casamento. Com os ânimos exaltados, os dois partem para a briga e decidem desfazer a sociedade. Longe da vista de todos, Gustavo se permite fraquejar e chora no banheiro. Aturdido, o perfumista não repara na presença de Rose (Camila Pitanga), faxineira que estava limpando um dos reservados e que fica comovida com a cena que vê.

Poucos dias depois, Alcino tem uma ingrata surpresa. Após desmaiar e sofrer um acidente enquanto voava de paraglider, o empresário descobre que está doente e que não tem muito tempo de vida. A sentença, no entanto, é recebida com serenidade, pois Alcino sabe que viveu exatamente como queria. Seu único arrependimento é ter se preocupado excessivamente com seu prazer, deixado de cuidar de quem precisava dele. Ele decide, então, usar o tempo que lhe resta para fazer diferença na vida das pessoas que ama e o primeiro da lista é Gustavo.

ELENCO

MARCOS PALMEIRA - Gustavo Brandão
CAMILA PITANGA - Rose
CARMO DALLA VECCHIA - Alcino
PAOLA OLIVEIRA - Verônica
NÍVEA STELMANN - Kátia
ISABELA GARCIA - Mari
AÍLTON GRAÇA - Sebastião
HELOÍSA PERISSÉ - Taís
LUIZ GUSTAVO - Waldemar
PEDRO PAULO RANGEL - Ferdinando
ROSI CAMPOS - Genoveva
MARCELLO NOVAES - Bené
YONÁ MAGALHÃES - Adalgisa
PAULA BURLAMAQUI - Sofia
ÂNGELO ANTÔNIO - David
DUDU AZEVEDO - Roberto
EMANUELLE ARAÚJO - Heloísa
DANIEL BOAVENTURA - Solon
PAULO GOULART - Severo
SUELY FRANCO - Julieta
NORMA BLUM - Irmã Andréia
TONY TORNADO - Péricles
MARCELA VALENTE - Suzana
ILVA NIÑO - Ernestina
HESLANDER VIEIRA - Tarcísio
RAQUEL FIUNA - Glória
GUSTAVO MAYA - Francisco
JULYANA GARCIA - Regina
BIANCA SALGUIRO - Eurídice
RAFAEL MIGUEL - Juca
KEFF OLIVEIRA – Pedro
LUANA MARTAU - Patrícia
MARCELLA RICA - Luli
RAINER CADETE - Nuno
TÂNIA COSTA - Bruna

e
LETÍCIA BIRKHEUER – Natasha
ED OLIVEIRA - capanga contratado por Alcino e Verônica para sumir com Gustavo
RODRIGO RANGEL - capanga contratado por Alcino e Verônica para sumir com Gustavo

GRAVAÇÕES NO NORDESTE

Para gravar as primeiras cenas de ‘Cama de Gato’, os atores Marcos Palmeiras (Gustavo), Carmo Dalla Vecchia (Alcino), Isabela Garcia (Mari) e uma equipe de quase 40 pessoas viajaram para o Maranhão e Rio Grande do Norte.

As gravações ocorreram nas dunas brancas do Parque dos Lençóis Maranhenses, nas dunas amareladas dos Pequenos Lençóis, na capital São Luís, em Chapada das Mesas e Galinhos, que na trama representam locais fictícios.

Conhecido pelas belíssimas dunas de areias brancas e lagoas de águas cristalinas, o Parque dos Lençóis Maranhenses deixou os atores maravilhados. “Eu nunca tinha ido e foi maravilhoso porque o lugar é realmente lindo!”, contou Carmo Dalla Vecchia. “Eu não conhecia e gostei muito dos Lençóis e Chapada das Mesas, que era outro lugar que eu nunca tinha ido. Só fiquei decepcionado de ver o estado do Maranhão abandonado. Mas em termos de turismo eu adorei!”, completou Marcos Palmeira, que também aproveitou para conhecer a cultura local. “Quando estava gravando era corrido e cansativo, mas foi legal! Deu para passear, conhecer as pessoas... sempre dá para aproveitar um pouco. E eu estou adorando o personagem e estou muito feliz!”.

Mas nem tudo são flores, o dia-a-dia das gravações era bem puxado. “A gente acordava muito cedo e tinha uma carga horária de gravação muito grande, no meio daquela areia toda, muito sol...”, explicou Carmo.

Para o acesso ao Parque dos Lençóis Maranhenses, a equipe e os equipamentos eram deslocados em carros tracionados 4x4, em aproximadamente 15 viagens por dia. Para chegar às dunas dos Pequenos Lençóis, onde foi permitido gravar as cenas com quadriciclos, o trajeto era feito em cerca de 15 lanchas, que partiam do píer do hotel em Barreirinhas, onde a produção estava hospedada. “Tivemos autorização do Ibama para chegar a alguns lugares com um número reduzido de carros. Todos os dias encaramos muito sol e muito vento”, conta o diretor-artístico Ricardo Waddington.

A atriz Isabela Garcia, que também gravou no local, fez questão de elogiar a equipe de produção que arrasou nas gravações. “Foi a primeira vez que eu fui aos Lençóis, mas foi muito, muito legal! Lógico, que sendo uma viagem de trabalho, é sempre um pouco cansativa, e o lugar tem um difícil acesso, mas a gente ficou super bem assessorado e a produção estava com um esquema muito bem montado. Mas o lugar é realmente paradisíaco... Foi um show”, finalizou a atriz.

ROSE: A PAIXÃO E SUA FAMÍLIA!

Mais uma vez incentivado por Domênico, o dono da Aromas não desiste e consegue um traje adequado para voltar ao baile. No mesmo dia, porém, Alcino aparece no local, já que Taís lhe contou que a amiga estava com sérias dificuldades financeiras e que havia sido despejada da casa em que vivia de aluguel com os quatro filhos. Outro mal-entendido acontece. Rose puxa Alcino para dançar, com o intuito de que ele não veja que o amigo de infância está vivo, e Gustavo desconfia do envolvimento dos dois contra ele. Mas, em pouco tempo, após uma conversa franca, a confusão é desfeita e Rose e Gustavo se beijam pela primeira vez.

Apesar da paixão que claramente os une, Rose garante que vai ajudar Gustavo apenas como amiga, pois, acima de tudo, precisa proteger os filhos, que já sofreram muito desde que ela se meteu em toda essa enrascada e ficou sem trabalhar. Poucos dias depois, sem saber que Alcino está por trás tentando ajudá-la, a faxineira recebe uma oferta muito boa para vender sua velha charanga e, dessa forma, consegue comprar sua antiga casinha alugada. Sem pensar muito e sempre solidária, ela convida Gustavo, que até então andava pelas ruas, para morar com sua família. Um novo mundo se abre para o perfumista a partir daí.

Apaixonada por novelas da televisão, Rose batizou seus quatros filhos com os nomes dos artistas de que tanto gosta: Tarcísio (Heslander Vieira), Glória (Raquel Fuina), Francisco (Gustavo Maya) e Regina (Julyana Garcia), em homenagem a Tarcísio Meira, Glória Menezes, Francisco Cuoco e Regina Duarte. Apesar das dificuldades, a família é muito alegre e vive em harmonia. A paz só costuma ser quebrada por Tião (Aílton Graça), ex-marido e pai das crianças, que vive encostado na generosidade dela.

Há alguns anos, quando soube que o malandro pulava a cerca, Rose pediu o divórcio, mas continuou amiga dele. É a provedora da casa, já que Tião recebe uma pequena aposentadoria por invalidez e alega que não pode fazer esforço algum em função de um problema cardíaco. Na verdade, ele goza de boa saúde e aproveita o tempo livre e o dinheiro que arranca da ex-mulher para jogar sinuca e cortejar Heloísa (Emanuelle Araújo), secretária da Aromas, que mora na pensão da Dona Genoveva (Rosi Campos). Com tantas armações, Tião é uma das poucas pessoas capazes de tirar Rose do prumo, principalmente se for para defender os filhos.

Uma de suas maiores preocupações é com o filho Tarcísio. Em função de uma otosclerose, o adolescente perdeu grande parte da audição e se ressente de usar o aparelho que o ajuda a escutar, em função do preconceito dos colegas de escola. Porém, mesmo com sua deficiência, o rapaz é um exímio estudante de piano e sua timidez reveste uma doçura infinita. Tarcísio se encanta pela delicada Eurídice (Bianca Castanho), mas, apesar de ser correspondido, sua vida não é nada fácil em função da implicância e marcação cerrada que ele sofre por parte do irmão da moça, Pedro (Ronny Kriwat), o bad boy da escola. De longe, a esperta Luli (Marcella Rica), irmã temporã de Taís (Heloísa Périssé) e filha de Genovena (Rosi Campos), sente muito ciúme de Tarcísio, por quem é apaixonada.

Glória (Raquel Fuina), irmã gêmea de Tarcísio, também é uma filha muita querida e amorosa. Porém, ao conhecer Nuno (Rainer Cadete), irmão do modelo Roberto (Dudu Azevedo) e gerente das lojas da Aromas, a adolescente começa a sentir vergonha de sua condição social. Sem saber que Nuno é um rapaz de ótimo caráter e extremamente esforçado, ela mente para conquistá-lo. Quando não está trabalhando, ele se dedica às aulas de pilotagem de avião e, em seu primeiro voo desassistido, faz questão de levar Glória para acompanhá-lo nas nuvens.

LOBA EM PELE DE CORDEIRO

Após a festa da Aromas, enquanto Gustavo é levado à força para o deserto, Verônica, muito ansiosa, retorna à mansão acompanhada de Roberto. A executiva se preocupa em não ser vista pelos empregados, Péricles (Tony Tornado) e Ernestina (Ilva Nino), mas não imagina que possa ser surpreendida pela modelo Natasha (Letícia Birkheuer), em sua própria casa.

Estrela da campanha publicitária da nova fragrância do perfume Verônica, Natasha tinha um casinho com Roberto, seu parceiro de trabalho, o que deixava a mimada senhora Brandão louca da vida. Discretamente, ela influenciou Gustavo a demitir a modelo, alegando que estaria acima do peso, e o empresário fez isso da pior maneira possível: humilhando a moça no dia da festa e diante de outras pessoas. Na mesma noite, mais tarde, Natasha vai atrás do empresário para tomar satisfação. Ao descobrir a traição de Verônica, a modelo a chantageia. Num acidente, porém, cai da varanda da mansão e morre.

Desesperada, mas sem perder o controle da situação, a executiva da Aromas veste Roberto com o suéter que seu marido usou naquela manhã e os dois fogem no carro de Gustavo: ele dirigindo, para ser visto de relance pelos empregados, e ela escondida no banco de trás. A armação dá certo e o empresário torna-se o principal suspeito da morte da modelo. Esse passa a ser mais um segredo que une o casal, mas a harmonia não dura muito tempo. Apesar de ter conquistado Verônica, Roberto não é exatamente o parceiro que se espera de uma mulher sofisticada. O modelo é um cara bronco, sem requinte algum, que costuma enfiar os pés pelas mãos quando se sente ameaçado. E isso acontece muito rápido na relação dos dois, já que a executiva decide conquistar Alcino.

Logo após a suposta morte de Gustavo no deserto, Alcino assume a presidência da Aromas, preocupado em amparar a família do amigo, e Verônica é promovida a vice-presidente, cargo muito pequeno para sua ambição. Por acaso, ela acaba descobrindo que Alcino está doente e tem pouco tempo de vida, apesar de o assunto ser tratado com extrema discrição por ele e pela assistente Mari (Isabela Garcia). Assim, a vilã traça sua nova meta. Verônica se aproveita da enorme culpa que o empresário sente pela morte de seu melhor amigo e finge estar em depressão. Preocupado em confortá-la, o executivo se envolve cada vez mais no teatro da viúva frágil e desprotegida. Com o pretexto de que ele a faz lembrar Gustavo, Verônica seduz Alcino, para desespero de Mari, que não confia na vilã e morre de ciúme; e de Roberto, que não quer perder sua bocada e também morre de ciúme.

AS CHAMADAS

O Planeta TV! capturou algumas imagens da chamada de elenco:

CURIOSIDADES

Inicialmente, as gravações dos primeiros capítulos seriam no Salar de Uyuni, deserto de sal boliviano e no Lago Titicaca. Mas com o aumento dos casos de gripe suína na América do Sul, a equipe preferiu não arriscar e gravou no Brasil mesmo: nos Lençóis Maranhenses, Chapada das Mesas, no Maranhão, e em Galinhos, em Natal.

Cama de Gato será a primeira novela das 18 horas com closed caption. As autoras, Duca Rachid e Thelma Guedes, usarão o recurso já que Tarcísio (Heslander Vieira), filho de Rose (Camila Pitanga), é deficiente auditivo.

Pelo Avesso foi o primeiro título pensado para a novela - é o nome do tema de abertura, cantado pelos Titãs - mas ele já havia sido registrado.

A TV Globo usou uma estratégia discreta para adquirir por um bom preço os direitos do nome Cama de Gato. O título já havia sido usado em filme do diretor Alexandre Stockler, lançado em 2004. Para evitar processos futuros, a emissora decidiu comprar os direitos da marca para a televisão. O profissional que liderou a negociação falava em nome de uma sigla, sem revelar que Cama de Gato batizaria uma novela. Dessa maneira, arrematou o título por algo em torno de R$ 15 mil. Uma inserção comercial de 30 segundos para veiculação nacional no intervalo da novela das 18 horas chega a custar perto de R$ 160 mil. Segundo a emissora, foi oferecido ao diretor um "valor compatível com o mercado, tanto assim que foi aceito".


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