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Amor Com Amor Se Paga

Por: Jonathan Pereira E-mail para contato: [email protected]

Há novelas em que um personagem se sobressai e fica na memória do público para sempre. Muitos não vão lembrar de Amor com Amor se Paga , exibida às 18h em 1984, na Globo. Mas basta mencionar Nonô Correia que a imagem de Ary Fontoura já brota na mente dos que assistiram a trama, escrita por Ivani Ribeiro.

A autora aproveitou as principais histórias de outro sucesso seu, Camomila e Bem-Me-Quer, mudando alguns nomes e acrescentando personagens. Na primeira versão, que foi ao ar pela Tupi em 1972, Gianfrancesco Guarnieri deu vida a Nonô, que era inspirado em Harpagão de O Avarento, de Molière.

O personagem levava o telespectador às gargalhadas por ser pão duro: trancava a geladeira e o telefone com cadeados, proibia os filhos Tomás e Elisa (Edson Celulari e Bia Nunes) de repetir as refeições e desligava a luz algumas vezes por semana, para fazer economia.

Outra que roubava a cena era Frosina (Berta Loran), a empregada fiel de Nonô, que atura por 20 anos suas mesquinharias e, no fim, acaba se casando com ele, justificando o título da novela. Ele tinha vários imóveis alugados e escondia um tesouro em casa. O coração do ranzinza só amoleceu um pouco quando ele adotou o órfão Zezinho (Oberdan Júnior).

O oposto de sua avareza era Tio Romão (Fernando Torres), que conversava com todos e distribuia chazinhos de camomila e bem-me-quer. A viúva e feminista Maria da Graça (Yoná Magalhães) adorava americanismos e fazia questão de ser chamada de Grace. Ela vivia às turras com o conservador e machista Bruno (Carlos Eduardo Dolabella). Por isso, o amor de seus filhos, Rosemary (Mayara Magri), e João Paulo (Matheus Carrieri), estava ameaçado.

Claudia Ohana fez sua estreia na TV como Mariana, namorada de Tomás e que, no decorrer da trama, era cortejada por Nonô. A personagem se via obrigada a aceitar a proposta de casamento em troca do perdão da dívida de seus pais. No elenco também estavam Arlete Salles (Silvia), Narjara Turetta (Bel), Miguel Falabella (Renato) e Julia Lemmertz (como Ângela, papel que seria de Angelina Muniz e inicialmente se chamaria Dinorá)

A novela marcou 45 pontos de audiência, sendo uns dos maiores sucessos das 18 horas na década de 80, quando a média mínima esperada para o horário era 35 pontos. A história foi reprisada entre outubro de 1987 e abril de 1988, no “Vale a Pena Ver de Novo”.


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