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Globo acerta com beijo gay, mas erra com Amor à Vida!

A trama de Walcyr Carrasco subestimou a inteligência do telespectador.

Por: Jeferson Cardoso

Em 2005, Gloria Perez tentou e não conseguiu. Nove anos depois, o queridinho da Globo, Walcyr Carrasco quebra o tabu e consegue levar ao ar o tão esperado beijo gay. Ufa! Finalmente esse paradigma chegou ao fim. Agora, espero que os autores sejam mais criativos, afinal, beijo gay há muito tempo não é novidade e é um assunto mais que batido na teledramaturgia. Não sou contra personagens gays, mas acho que os autores têm abusado.

Não sou contra o beijo gay, mas acho tão desnecessário exibi-lo. Assisti ao último capítulo de Amor à Vida, e continuo com a mesma opinião: o beijo entre Niko (Thiago Fragoso) e Félix (Mateus Solano) fui sútil, praticamente um selinho. Não achei vulgar, pelo contrário.  Walcyr Carrasco conseguiu, sem apelação, desenvolver os relacionamentos homossexuais. O beijo, a meu ver, apenas selou o fim de uma relação que agradou a todos, até mesmo aos mais conservadoras.

O beijo gay não muda caráter de ninguém. Será que todos os héteros que estavam vendo a novela viraram gays? E a cena influencia na opção sexual de uma criança? Não sou psicólogo e nem pedagogo, mas diria que essas perguntas são absurdas. O que pesa, o que vale mesmo, é a criação. A forma como os pais educam e criam seus filhos.

De fato, a maioria vê o beijo gay como constrangimento.  É "normal". O que não é normal, é a falta de respeito para com o próximo. Enfim, ser contra a exibição não é faltar com respeito ou ser contra os homossexuais. Nada a ver. Voltando à novela... Walcyr Carrasco não conseguiu alcançar a audiência de clássicos como Fina Estampa e Avenida Brasil, mas quebrou um tabu na Globo, com respeito à família.  

No contexto geral, Amor à Vida, que considero uma das piores novelas já produzidas pela Globo, foi mediana. Nem fracasso, nem fenômeno. Cumpriu o seu papel, o de estancar a queda de audiência da Globo. Algumas pessoas consideram o seu sucesso indiscutível (talvez em Marte!!!) só porque registrou uma audiência expressiva em sua última semana. Não é o meu caso, pois levo em consideração a média geral.

Que venha Manoel Carlos. Desde já, começo minhas preces para que ele seja criativo e desenvolva algo diferente para as personagens lésbicas. Que entre para história com diálogos antológicos e cenas maravilhosas. E, mesmo que seja pressionado pela classe LGBT e, principalmente pela imprensa, não caia na mesmice do beijo gay se não quiser.

Lembram que a novela de Walcyr chamaria Em Nome do Pai? Pois bem, era o título mais adequado. A cena final, o de perdão entre pai e filho, de tão linda, quase ofuscou o selinho (tá bom, o beijo).

No mais, dispenso comentários sobre a novelinha das nove. A Globo deveria ter vergonha da qualidade de texto e situações desenvolvidas por Walcyr Carrasco. Ela não deveria ter permitido que o autor brincasse com a inteligência do telespectador. O horário nobre perdeu o seu "padrão de qualidade". 

Viram a chamada de elenco de Em Família?

O elenco lembra novelas da Record, né? Também parece ser uma nova Malhação! Enfim, vamos ver a história que Maneco tem para nos contar.

Para a primeira semana, aposto em uma média de 32 pontos de audiência. O primeiro capítulo deve registrar cerca de 36 pontos. Acima disso, pra mim, será uma grata surpresa.

E Pecado Mortal em novo horário? Bom, essa deve perder – em alguns minutos - até para Os Simpsons, da Band. Na média, acho que mantém os 5 pontículos.

Curiosidade: quando a Record exibirá o beijo gay? É capaz de a emissora produzir uma reportagem para o Domingo Espetacular acusando a Globo que denegrir a família, e, ainda por cima, usar imagens de Amor à Vida colocando uma tarja preta no momento do selinho...

E você? O que achou do beijo entre Niko e Félix? Walcyr Carrasco merece uma nova chance no horário nobre? 


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