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Sandy e Junior se despedem: "É hora de nossa realização pessoal"

por jeferson, em 21/10/2007


Baterista, guitarrista e produtor, Junior está aplicado nas aulas de canto. Diz que não abre mão de soltar a voz em seu primeiro disco solo. Quer cantar e tem passado noites em claro para compor. Sandy sonha lançar um livro misturando gêneros — crônicas, contos, poesia —, mas não sem antes estrear sozinha em CD, gravando composições próprias num estilo diferente do atual. A ansiedade existe e transparece na voz emocionada da dupla. Mergulhados na última turnê, em shows banhados de lágrimas que estão levando multidões de fãs a viajar pelo País, Sandy e Junior já perceberam que, nos palcos de suas vidas, a emoção da despedida é também coragem para o recomeço.

“Não temos memória da época em que não éramos artistas e que não cantávamos juntos. Isso é muito forte, é preciso coragem para recomeçar. Em metáfora, é como um cara que resolve morar fora de seu país. Quero o melhor para mim como músico. Escrever, compor, buscar outros sons e públicos”, diz Junior, 23 anos, desde os 6 ao lado de Sandy, 24, numa carreira de 17 anos, 15 discos, 15 milhões de cópias vendidas e 1.300 fãs-clubes. “Não há mais a pressão do sucesso, é hora da nossa realização pessoal”, afirma.

Num intervalo da turnê do ‘Acústico MTV’, enquanto Junior falou à TDB! após a aula de guitarra, em São Paulo, Sandy atendeu ao telefone saindo da classe de piano, em Campinas. E contou que já tem três canções prontas para o futuro. Segundo previsão da gravadora Universal, ela lançará seu CD no fim de 2008 e Junior, em 2009.

“O desafio é grande, porque quero novidades. Estudo piano há um ano, para compor, e vou mostrar minhas músicas. Já tenho portas abertas, com o respeito adquirido e o lugarzinho ao sol que conquistei”, diz a cantora. “Ainda não tenho sofisticação para criar no terreno da bossa nova, por exemplo, mas quero chegar lá”, afi rma Sandy, que recebeu convites para retomar os shows que fez cantando Tom Jobim e jazz, além das apresentações com o pianista Marcelo Bratke. “Não sei recusar bons convites”, diz.

O projeto ‘Acústico’, derradeiro da dupla, lançado em agosto, já vendeu 76 mil CDs e 64 mil DVDs, segundo a gravadora, e 18 shows lotados já foram realizados pelo Brasil. Outros 11 estão marcados, os últimos deles no Rio, nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro, no Citibank Hall. A data e o local do último show da turnê, uma festa que reunirá diversas estrelas nacionais, ainda estão sendo negociados, mas Recife deverá ser a cidade escolhida, perto do Natal.

“Tem uma hora em que saímos do palco e passa um vídeo com imagens cronológicas de toda a nossa carreira. É uma gritaria enorme durante a exibição. Quando acaba, mostrando a separação, todos emudecem. Depois, é choradeira até o final. Dá para perceber quando iluminam a platéia”, conta Junior.

E Sandy comenta as reações dos milhares de fãs, dizendo que continuarão fiéis à dupla, mesmo em carreiras separadas: “Muitos pedem para eu e o Junior não marcarmos nossos shows futuros no mesmo dia. Isso vai acabar acontecendo, mas nos bastidores poderemos trabalhar juntos. Ele produzir minhas músicas, ou discos”.

A cantora Tatiana Parra, 26, que tem formação musical erudita, trabalho vasto na música brasileira e há sete anos é backing vocal de Sandy e Junior, além de amiga e parceira de Sandy em sucessos recentes como ‘Discutível Perfeição’ e ‘Estranho Jeito de Amar’, tem sua opinião sobre o sucesso e o momento final da dupla:

“Eles sempre foram talentosos e sedentos por novidades , abertos e interessados. Estudam e se comprometem muito com o trabalho. A vida deles foi um turbilhão, com poucos momentos para degustar, digerir e pesquisar. É difícil falar dos outros, mas talvez tenha chegado essa hora”

Fonte: O Dia


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