Joana segue apressada por uma ruela de Copacabana. É noite e ela tem no rosto uma expressão aflita. O motivo? Cadelão, quem mais? O marginal vem logo atrás; anda feito um cão raivoso, infectado pela cólera, pela ganância, sedento de vingança. É imperdoável pra ele a tentativa de flagrante armada por ela e pelo “careca”, seu namorado, com a cooperação da polícia. Não pode – não vai ficar assim. Quando alcança a mocinha e a leva para um beco escuro, ele é direto: “A gente tem que conversar”. E nem se intimida quando Joana ameaça fazer escândalo. Seu dedo está coçando. Qualquer coisa e... Acaba com ela ali mesmo, sem piedade. Mas, antes, precisa dar-lhe uma lição, algo do qual ela jamais se esqueça.
O aviso
Alguns minutos antes, uma Vanessa também esbaforida aborda Jáder para uma conversa séria. Algo de muito grave está pra acontecer, ela diz. “O Cadelão está atrás de Joana, pra dar uma surra nela”. O espanto e a determinação no olhar de Jáder não deixam dúvida: ele vai ajudar a filha.
O confronto
Quando chegam, Cadelão está promovendo um estrago considerável – um espetáculo de covardia e crueldade. E a vítima, coitada, é a pobre Joana. Jáder não conversa, age rapidamente. Num segundo, Cadelão já está no chão, urrando de dor. “Vem rápido”, grita Jáder, puxando Joana pelo braço. Mas Cadelão se recupera e coloca Jáder e Joana na mira. Um princípio de tumulto se instaura no meio da rua, pessoas correm, ouvem-se gritos de pânico e Cadelão continua a ameaçar. Mas o ferimento lhe causa certa zonzeira. Ele perde o equilíbrio e cai novamente no chão. Tempo suficiente para Jáder voltar e completar o serviço. Cadelão agora não incomoda mais ninguém.
O último olhar
Mesmo apavorada, Joana ainda oferece ajuda a Jáder. Pode testemunhar a seu favor, alegar legítima defesa – o que não é mentira. Mas o cafetão não aceita, não pode cair nas mãos da polícia. Precisa, sim, fugir dali o mais rapidamente possível. Mas se despede da filha com um lampejo de remorso e um estranho aperto no peito. Algum dia ainda verá Joana novamente?