Na semana passada, Benny, personagem de Guilherme Weber em Queridos Amigos, protagonizou polêmico beijo roubado com Pedro (Bruno Garcia). "Não foi um beijo gay. Foi um beijo roubado no desespero, um selinho", disse Weber.
"Para rolar um beijo gay de verdade precisaria de dois homens de olhinhos fechados e trilha romântica rolando no fundo", afirmou o ator. "Mas eu não tenho o menor interesse em quebrar esse tabu, porque considero desnecessário. Virou um objetivo a ser alcançado", completou.
De querido, Benny não tem quase nada. Niilista, autodestrutivo, debochado e provocador, o editor homossexual é um dos personagens mais controversos da trama. "Maria Adelaide (Amaral) está falando dos anos 80, uma época em que as pessoas ousavam mais", defendeu Weber.
E Benny ousa. Do tipo que no auge da epidemia da aids transa sem camisinha e sem culpa. "Não tenho certeza se na época existia campanha pró-sexo seguro. Mas, de qualquer forma, ele não faz concessão à vida", observou.
Weber tem se dedicado de corpo e alma ao papel. Na semana passada, levou pontos na boca depois de gravar uma cena de briga que vai ao ar semana que vem na minissérie. "Era a cena em que ele descobre quem foi o torturador de Bia (Denise Fraga) durante a ditadura. Acabei me empolgando e me machuquei, mas tiro os pontos esta semana", contou.
Aos 33 anos, o ator paranaense não viveu a efervescência da década, mas leu muito para compor Benny, principalmente João Silvério Trevisan, jornalista e ativista pelos direitos dos homossexuais. "Benny vive no limite. Por se relacionar com vários homens e não ter uma relação estável, infelizmente, acabou sendo rotulado como promíscuo, mas não é necessariamente assim,"
Para ele, a briga com o torturador para vingar o que fez a Bia mostra o lado "humano" escondido no editor. "Ele quer chocar para transformar, não é só sadismo", especulou Guilherme. "Adoro personagens em crise". Talvez por isso, se sinta tão à vontade na pele dos vilões. "O interessante é que meu único vilão foi em A Cor do Pecado. Mas, por algum motivo, virei o José Lewgoy da nova geração", brinca, referindo-se ao ator marcado por vilões no cinema.
Fonte: O Dia