"Só a Globo pode fazer Machado de Assis?", pergunta Ricardo Frota, gerente de comunicação da Record, durante entrevista para apresentação do especial de fim de ano "Os Óculos de Pedro Antão", parte da série "200 Anos de História".
Ele respondia a uma pergunta sobre o fato de as duas emissoras estarem homenageando o centenário da morte do escritor com adaptações que irão ao ar em datas próximas de dezembro.
Enquanto a Globo fez a minissérie "Capitu" (no ar entre 9 e 13 de dezembro) a partir do romance "Dom Casmurro", a Record está produzindo uma adaptação do conto "Os Óculos de Pedro Antão", que vai ao ar dia 29 e deve ser o primeiro de cinco especiais baseados na obra de Machado.
"Os Óculos de Pedro Antão" marca o início de parcerias que a Record está estabelecendo com produtoras independentes. A série está sendo produzida pela Contém Conteúdo, com orçamento de R$ 600 milhões, parte vindo de incentivos fiscais via lei Rouanet e patrocínio das estatais Petrobras e Banco do Brasil.
Dizendo-se interessados em levar à TV uma "linguagem cinematográfica", o produtor executivo Aguinaldo de Fiori e o diretor e roteirista Adolfo Rosenthal escolheram "Os Óculos de Pedro Antão" por verem nela uma história "muito audiovisual, (...) que navega pelo suspense e pelo mistério, com grandes momentos dramáticos, envolvendo romance, morte, assassinato e um amor impossível", diz Rosenthal.
Na série, os amigos Pedro (Michel Bercovitch) e Mendonça (Bruno Mello) visitam uma casa deixada como herança para um deles por um tio excêntrico e solitário. Diante do cenário e dos objetos que encontram, Pedro assume a narração e inventa uma história rocambolesca para o tio _Pedro Antão, também interpretado por Bercovitch.
Além de "Os Óculos...", a série "200 Anos de História" exibe também no dia 29 "Sertão: Veredas", documentário com elementos ficcionais baseado na obra de Guimarães Rosa _cujo centenário de nascimento é comemorado em 2008.