O ano é de 1958 e o Brasil passa por uma série de reviravoltas políticas, econômicas e culturais. A cidade de São Paulo cresce a olhos vistos, firmando-se como uma das maiores metrópoles do mundo. As mulheres, cada vez mais, desvencilham-se de velhos valores morais e conquistam espaço na sociedade.
É nesse pano de fundo que se desenrola "Ciranda de Pedra", nova novela das seis da Globo que nesta segunda (5). De Alcides Nogueira, a trama é a segunda versão --a primeira foi exibida pela Globo em 1981-- do livro homônimo de Lygia Fagundes Telles, e a direção é de Denise Saraceni. "É uma narrativa mais linear, precisa, o que torna a novela fácil de assistir. Mas há momentos de densidade, porque só água-com-açúcar não dá", explica a diretora.
Quando a história começa, Laura, personagem de Ana Paula Arósio, está internada há seis meses em uma casa de repouso, pois seu marido, o advogado Natércio, vilão interpretado por Daniel Dantas, a julga fora de suas faculdades mentais. Quando volta à mansão da família, Laura é novamente submetida à tortura do companheiro, que usa as filhas Bruna (Anna Sophia Folch), Otávia (Ariela Massoti) e Virgínia (Tammy Di Calafiori) para chantagear a mulher --que, diga-se de passagem, mais parece irmã das filhas.
"Imagino que ela tenha começado a sofrer de algum distúrbio emocional por causa da insatisfação no casamento. Mas isso se agrava pela falta de cuidados do marido com ela", arrisca Ana Paula. As coisas se complicam quando ela volta a receber os cuidados médicos de Daniel, médico interpretado por Marcello Antony com quem teve a filha caçula, Virgínia.
Possesso, Natércio persegue o casal de tal forma que Laura abre mão de seu casamento de aparências e vai viver modestamente, em um sobrado, com Daniel. "Ele ama a Laura, mas não sabe lidar com isso. Mas o fato dele ser um vilão não significa que ele seja um monstro. Tomara que as pessoas adorem me odiar", defende Daniel Dantas, sobre seu primeiro vilão em 30 anos de carreira.
Estréia amanhã, às 18h, na TV Globo.