Daniela Beyruti, filha de Silvio Santos, é a diretora artística do SBT
Em entrevista ao jornal O Estadão, a filha número 4 de Silvio Santos, Daniela Beyruti, saiu-se como a mais interessada de todas por comunicação de massa, alma que move os negócios do pai desde sempre. Diretora Artística e de Programação do SBT há nove meses, está há seis anos na emissora e tinha 5 quando o canal nasceu.
Ela comentou sobre a atuação fase do SBT, bem como a principal concorrente, a Rede Record.
Sobre Roberto Justus
A ideia foi nossa. É engraçado que foi depois dessa fase (quando o SBT contratou Justus, Eliana e o autor Tiago Santiago, em reação à contratação de Gugu Liberato pela Record), que o SBT começou a reagir. Todas as pesquisas que a gente fazia mostravam que o telespectador achava que a gente estava demorando pra reagir, que a gente tinha parado de brigar, que a gente não estava na competição. Naquele ano, essa movimentação de artistas deu um gás pro SBT. “Calma aí, a gente tá vivo, a gente quer voltar a ter o que é nosso!” E naquele ponto é que a gente reinicia a tendência de crescimento.
Instabilidade na programação do SBT e crescimento da Record
Acho que tem uma competição desleal, é lógico que o dinheiro traz uma mobilidade maior, mas com o que a gente tem, sobrevivendo aí do mercado tradicional, dos 30 segundos e do merchandising, sem abrir para terceiros, o que a gente está focando hoje é o nosso telespectador: o que ele quer consumir? A vida inteira a gente só lutou com o gigante, e a gente era o Davizinho ali, jogando a pedra, conseguindo pegar no calcanhar dele às vezes, e quando chegou um terceiro na jogada, o SBT começou a olhar muito para o lado e se perdeu. A gente viu que estava com uma imagem muito ruim de mudança de grade, que sempre foi a nossa estratégia ao lutar com a Globo. Vindo a Record, a gente perdeu a mão na estratégia, mudou mais, mudou sem avisar, ficou um pouco mais ansioso.
Profissionais com contratos indeterminados
Eu não sei se é bom colocar ou não isso, mas prefiro ter as pessoas trabalhando aqui com contrato indeterminado. O que a gente viu é que não adianta nem a emissora ficar presa nem o funcionário. Hoje, o Ratinho não tem contrato, o Raul Gil e a Marília Gabriela também não. Essa coisa de amarrar, se o profissional amanhã ou depois quiser fazer outra coisa da vida dele, ele tem liberdade.
Record é motivo de piada
Não é, é que há a realidade. A Record virou chacota, é uma emissora de primeira que não engata a segunda, é o que o mercado fala. A gente nunca se expôs a isso. Estudei a grade da Globo, é uma grade de acordo com o hábito da população brasileira, é uma coisa linda. Você vai no Projac, é uma estrutura de primeiro mundo, é uma fábrica muito bem feita. Eles têm os seus méritos e a gente sempre se enxergou como uma emissora mais nova que tinha mais a crescer.
SBT sem Silvio Santos?
Eu não fico pensando nisso. Minha forma de viver a vida é pensando no hoje. Vamos fazer planos pro SBT? Vamos. Mas ficar pensando no ruim, sofrer por antecipação, isso não.
A entrevista foi concedida à jornalista Cristina Padiglione, do jornal Estadão.