É normal que os filhos costumem herdar algumas características dos pais. Mais do que isso, em Chamas da Vida, próxima novela da Record, Bruno Ferrari vai interpretar um personagem que é praticamente o reflexo de sua mãe.
Na trama, o ator vai dar vida a Tomás, um jovem que cresce ouvindo da mãe Vilma, de Lucinha Lins, que seu pai foi assassinado por seu sócio Walter, de Antônio Grassi, tornando o rapaz vingativo e maldoso. "A mãe imprime em Tomás ódio contra Walter", adianta o ator.
Para que o personagem se diferenciasse dos demais vilões que Bruno já compôs, o diretor Edgard Miranda sugeriu que ele visse a série americana Nip/Tuck - que aborda de forma dramática o lado obscuro das cirurgias plásticas e mostra o que as pessoas fazem para buscar a beleza ideal.
"Meu personagem tem a mesma frieza do médico do seriado. Eles falam e fazem as coisas mais absurdas da forma mais simples, e isso eu achei fantástico", comenta o ator que acabou virando fã do programa.
Depois de interpretar o bom-moço Pedro em Luz do Sol, Bruno já estava com saudades de fazer um vilão. "Sair do mocinho e pegar um malvado, e ainda com uma mãe completamente louca, era o que queria fazer. Ele não é um vilão estereotipado, com caras e bocas. Ele tem um desvio de caráter, mas não valoriza isso", avalia.
De forma sutil e perversa, Tomás vai conduzir suas maldades em Chamas da Vida. Para vingar o assassinato, Tomás vai fazer de tudo para se casar com Carolina, de Juliana Silveira, a herdeira da fábrica de sorvetes de que seu pai era sócio.
"Ele tem um objetivo e aquilo é maior do que qualquer coisa. Ele é manipulado pela mãe e planeja se casar com a Carolina para ter a fábrica de volta, mas ele não a ama", comenta.
Na trama, o personagem de Bruno já namora Carolina há três anos, mas o casal passa por uma crise e Tomás aproveita para ter um caso com Ivonete, personagem de Amandha Lee. "A Ivonete é uma pessoa humilde e gosta do poder que Tomás tem. Já ele se interessa pela beleza dela. Aquela velha história da paixão entre o rico e pobre", completa.
Em sua terceira novela pela Record, Bruno se sente amadurecido, mas acredita que não deve o crescimento profissional pela saída da Globo. Desde que mudou de emissora, o ator ganhou mais notoriedade com seus personagens, que saíram da adolescência e se tornaram adultos.
"Antes de vir para a Record, fiz três peças de teatro e percebi que nesse período tive um acréscimo como ator. Estou com 25 anos e amadureci pessoalmente também. Acho que isso acabou refletindo nos meus personagens", desconversa.
Vindo na nova safra de novelas da Record, Bruno se destacou em Cidadão Brasileiro e logo depois ganhou o papel em Luz do Sol.
Prevista para estrear em junho, Chamas da Vida também não deve escapar da briga de audiência no horário. Mesmo assim, Bruno afirma não acreditar em ibope e vê a disputa como uma briga das empresas, e não dele.
"O que me importa é fazer meu trabalho o melhor que eu puder. Sucesso para mim não é o Ibope. Cidadão Brasileiro foi uma novela que não teve tanta repercussão, mas que foi um sucesso para mim", argumenta.
É a primeira vez que trabalha em uma novela de Christianne Fridman e o ator elogia o cuidado da autora na construção do personagem.
Ele acredita que sua dramaturgia utiliza com talento o individualismo e o egoísmo da sociedade atual. E que esses sentimentos e atitudes acabam transferidos para o personagem.
"A Christianne está usando isso muito bem e busca ainda referências de O Poderoso Chefão, e de Don Corleone. É a realidade que acaba por se tornar fantástica", elogia.