“Caminho das Índias”, que estreia no próximo dia 19, na TV Globo, já tem uma dura missão: repetir o grande sucesso de “A Favorita”, de João Emanuel Carneiro. Em entrevista ao Jornal O Globo desta sexta-feira (2), a autora, Glória Perez, diz não ter medo e contou que costuma ser ‘sortuda com o Ibope’.
Ela também confessou que, apesar da ‘sorte’ vai monitorar a audiência minuto a minuto. “Não é só um vício, tem função. Vou sentindo o que agrada ou não na trama. Tenho uma pesquisadora, cujo trabalho é andar por aí e ver se a novela agrada. Ela vai para a fila do banco, joga do nada uma frase sobre a história e vê de que maneira aquilo repercute”, contou.
O que Glória não gosta, no entanto, são as comparações entre a próxima novela e um de seus últimos sucessos, “O Clone”. “Tenho um método de trabalho antropológico, gosto de sair dessa história de a gente se sentir o umbigo do mundo e avaliá-lo a partir dos nossos valores. A única comparação é que estou focalizando culturas diferentes das nossas. Mas, são histórias completamente distintas”, completou.
E já adianta: vai usar e abusar das licenças poéticas. “Sou discípula de Janete Clair. O que temos em comum e, por isso, ela dispensou todos os autores que a Globo lhe mandou e ficou comigo, é o despudor. Ela não tinha medo, assim como eu, de contar uma história. Somos ficcionistas, não jornalistas. Não temos que retratar os fatos tais quais eles são. Nós temos que fantasiar”, disse Glória.