Thelma Guedes seguiu carreira acadêmica em literatura, escreveu para "Turma do Didi" e para novelas como "Alma Gêmea" (2005). Rachid trabalhou em "Ossos do Barão" (1997), no SBT, em "Sítio do Pica-Pau Amarelo" e em novelas como "O Profeta" (2006), na Globo.
Precisam aprender a construir uma situação e resolvê-la no mesmo capítulo --algo como dar à novela, dirigida por Ricardo Waddington, a agilidade de um seriado, método que alavancou "A Favorita" e "Caras e Bocas" (esta no ar às 19h).
Em "Cama de Gato", a agilidade será ferramenta para concorrer com programas sensacionalistas, exibidos por outras emissoras no horário. Sonia Abrão, por exemplo, levou audiência --e enfureceu diretores da Globo, como Roberto Talma-- para a Rede TV! quando entrevistou Lindemberg Alves, que matou a ex-namorada Eloá após mantê-la refém. O "Programa do Ratinho", do SBT, exibe bizarrices perto das 18h.
"Eu confio muito numa boa história. Acredito que as pessoas querem ver um pouco mais do que a realidade pura e simples na TV", diz Rachid.
Outra tentativa das duas será criar personagens "ambíguos, menos estereotipados" _embora a pobre faxineira Rose seja demitida por desconfiança do rico patrão Gustavo (Marcos Palmeira). "Em novela, a gente precisa explicar muito bem os personagens. Não é cinema, não é Antonioni", diz Guedes.