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Porque Alto Astral não segue seu próprio título?

Trama começou com premissa interessante, mas se perdeu entre tragédias, vilanias e pouco romance e humor.

Por: Emerson Ghaspar - Contato: [email protected]

Hey amigos, tudo bem? Passados os primeiros 20 dias do ano (estava em férias, mentira!) pensei sobre o que escrever na primeira crítica do ano. Se eu falasse do BBB (que todo mundo já ta falando nessa época do ano), seria só uma crítica repetida que fazemos todo início de ano. Então resolvi falar sobre algo que já está no ar: Alto Astral.

Para aqueles que não sabem, não gosto de fazer uma crítica quando o programa começa, pelo simples fato que as vezes tudo começa bem e depois vira uma bosta, ou vice versa, mas como não tinha escrito sobre a trama das 7 acredito que esse seja o momento.

Com um começo promissor, Alto Astral tinha tudo para ser um novelão, tinha. A trama repleta de clichês que agradariam o público sedento de uma boa trama logo se esvaiu. Se você parar para pensar a fundo vai perceber que a novela da 7 não tem história. Vamos aos fatos:

Caíque (Sergio Guizé) vê fantasmas e ama uma jovem, no caso Laura (Nathália Dill) e desenha ela desde pequena? Tá, o cara é médium e nunca tentou entender o porquê? Nunca procurou uma religião? Nunca teve acesso a internet? (O Google ta ai pra que?). Nada, nunca leu nada para se ajudar a lidar com a mediunidade? Nos dias de hoje é um pouco forçado.

Tá Caíque é o bonzinho e o Marcos (Thiago Lacerda) é o vilão, que ao invés de fazer terapia para descobrir porque é tão recalcado a ponto de odiar o irmão, prefere infernizá-lo. Tá certo que gente mal amada é um #$, mas o ódio gratuito de um irmão pelo outro é forçado. Inveja é uma coisa, ódio é outra.

Laura é uma jornalista que envolve com os dois irmãos, o bom e o ruim, ao mesmo tempo que tenta investigar (e vai continuar investigando até maio que é quando a novela acaba) quem é sua mãe. Têm o direito de saber suas origens? Tem. Mas é muito mais fácil perguntar para as suspeitas de ser sua genitora, do que fazer investigação que não levem a lugar algum.

Voltando ao enredo central: Caíque ama Laura, que já namorou Marcos, que ainda ama Laura. A jornalista sabe que o médico é médium e ele resolve se internar num hospício (vulgo clinica psiquiátrica) para afastar dela? Não era melhor comprar uma passagem para Nova York, que ta bombando nessa época do ano, ou simplesmente dizer que não ia rolar?

Alto Astral é folhetim puro, mas falta o principal: motivação de verdade para os personagens. Portanto: Caíque é melhor aprender a lidar com isso, ficar com a Laura e mandar o irmão invejoso a merda. Pronto, a história anda e termina. Mas ninguém tem um real motivo pra existir na trama. Quem sabe se Caíque quisesse acabar com os desmandos do irmão no hospital e estivesse disposto a tirá-lo da presidência fosse um bom gancho de agora em diante.

Apesar do titulo, a trama assinada por Daniel Ortiz peca no principal, no humor as 19h. O núcleo de Tina (Elizabeth Savalla), Manoel (Leopoldo Pacheco) e seus filhos com nome de países tinha tudo para ser hilário, mas não é. Um humor infantil tira o principal ingrediente que esse núcleo tem: rir dos dilemas familiares.

O único núcleo que faz realmente rir em Alto Astral é o de Samantha Paranormal (Cláudia Raia). A ex- charlatã, que agora está realmente tendo previsões, diverte por sua ambição em ser famosa. Sua rivalidade com Ana Maria Braga é um dos pontos fortes da trama. Sem falar em sua participação especial no programa Encontro com Fátima Bernardes. Samantha quer mais aparecer do que prever. No fundo é alguém sem talento algum que quer se manter na mídia. Isso sim é anormal.

Vale destaque para o drama de Suzana (Adriana Prado) e o sumiço de seu marido. Essa trama sim pode render, pena que não sejam risadas.

Sem uma história que realmente avance, ou seja, tudo poderia ser resolvido em uma semana, Alto Astral é repleta de tramas soltas, que não se cruzam em nenhum instante. Falta emoção, maldade de verdade, falta uma história que nos convença. No fundo mesmo falta história, principalmente história com humor.


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