O Planeta TV

Superstar 2x04 – Audições, Parte 4

Quando um grupo (de rock) é gritantemente superior aos demais (de rock).

Por: Daniel Melo - Contato: [email protected]

Scalene chega a 89% no quarto dia de audições  (Foto: Isabella Pinheiro/GShow)

A última noite de audições do Superstar conseguiu subir o nível que o episódio da semana passada tinha deixado cair, mas nada, ABSOLUTAMENTE NADA me chamou tanto a atenção quanto um determinado grupo dessa semana, mas isso é assunto para daqui a pouco.

Ao contrário do que disse Paulo Ricardo 3 semanas atrás, aparentemente o rock está bastante em alta no momento, o que se justifica por toda a história deste ao longo da própria história do Brasil, mas ao contrário de muitos, eu não me incomodo (muito) com o excesso de bandas de rock, justamente por que entendo esse precedente. A única coisa que me deixa pensativo é quando me vem a cabeça a ideia de que alguns apostam no rock por já saber que teriam um público ao invés de se aventurar por outras áreas musicais na qual o sucesso seria (ainda) mais incerto.

Outro motivo para não me incomodar muito com esse excesso do rock, é porque mesmo dentro do nicho do rock, os grupos participantes do programa, conseguem seguir linhas musicais completamente distintas adotando aspectos do hip-hop, do soul americano, do pop, ou em casos mais raros, até mesmo do samba e por isso ainda que restrita, temos uma ampla variação dentro do rock.

Foi interessantíssimo ver que alguns grupos partiam do rock para outros gêneros, enquanto alguns vinham de outros gêneros e encontravam no rock um referencial. No primeiro caso, alguns desses grupos conseguem se sustentar mais nesses outros gêneros e justamente por isso, chegam aos nossos ouvidos como uma novidade, algo inédito, fresco, ainda não conhecido, e nos fazem criar uma empatia imediata, como o grupo que a meu ver foi o franco vencedor da noite no meu ranking. Mas até chegarmos neles, temos um longo caminho a percorrer.

9) Grupo Pra Valer – Final de Tarde (Péricles)

Eu comecei a assistir essa audição muito interessado pelo timbre do vocalista, porque era uma coisa bem misteriosa no sentido de eu não saber se ele estava no grave ou já no alto. Foi aí que percebi que assim como à musicalidade do grupo, faltava ao timbre dele estabilidade. Não vou fazer o Thiaguinho e dizer que “não empolgou” porque na verdade até empolgou (é uma música do Péricles, pelo amor de Deus!), mas o problema é que não ouve significativa singularidade musical por parte deles que justificasse a permanência deles na competição, por mais carismáticos que eles fossem.

8) Os Gonzagas – Vem Morena (Luiz Gonzaga)

Muita gente vai me criticar por estar colocando os Gonzagas em oitavo lugar nesse ranking, e eu o fiz porque além da questão da afinação, defendida por Sandy, detectei leves deslizadas na melodia que normalmente não me incomodariam, mas por terem se tornado frequentes, me fizeram votar “não” para o grupo. No mais concordo com o que foi dito: Energia lá em cima e ainda que cantando uma música de outro artista, ganharam pontos comigo por trazer algo de novo a uma música já bastante conhecida e interpretada.

7) Sabatiê – De Maré (Autoral)

Assim como Thiaguinho, fiquei bastante na dúvida na hora de votar para eles, e assim como o pagodeiro, acabei votando ‘não’. Contando pontos a favor temos a precisão vocal e uma música bem popzinha feita sobre medida para se diferenciar das outras músicas com o ritmo bem mais agitado. Mas pesando contra, temos uma música que não empolga, que não cresce, que não evolui. Não porque a música seja ruim, mas por não impactar, como disse Paulo Ricardo.

6) Falange – Demons (Imagine Dragons)

Dizer que você é influenciado por Queen e The Police é afirmar que vai apresentar música de qualidade. E apesar de Imagine Dragons ser uma alternativa bem contemporânea para representar o pop/rock que eles defendem, foi uma audição de vários problemas. A começar por problemas na projeção vocal e a completa falta de força no vocalista principal. E aqui vou bater na mesma tecla mais uma vez (sim, é uma redundância) e dizer que o formato do Superstar, que avalia mais a musicalidade do que propriamente a voz ou aspectos técnicos, praticamente obriga o grupo a trazer materiais autorais para o programa. E foi (mais uma vez) Paulo Ricardo que nos lembrou disso quando disse que uma música autoral nos permite conhecer melhor o grupo.

5) Stereosound – Around The World (Red Hot Chilli Peppers)

Pessoalmente acho que aqui foi mais um caso de karaokê de luxo, mas ainda assim, tivemos uma execução tão a prova de falhas que fica impossível não se impressionar e torcer. Faltou forca, e a dicção do cara quase põe tudo a perder, mas ninguém pode abrir a boca para dizer que  eles fizeram um trabalho menos que decente. Especialmente no caso deles, anseio por material autoral já que eles descreveram um quadro musical bem diferente do que apresentaram. E mais, SANDY ME REPRESENTA: Foi muito similar a original, reforçando karaokê de luxo aí de cima.

4) Reverse – Tempo e Espaço (Autoral)

Reverse foi muitíssimo competente em sua audição. O problema é que foi esquecível, tanto que precisei rever a apresentação pra me lembrar quem eles eram. Essa baladinha pop (que eu NUNCA tinha ouvido na vida) é redondinha demais, perfeitinha demais e me distanciou um pouco deles. Não empolgou, mas liricamente gostei da música. Apesar de tudo os estou colocando em quarto lugar, pois acredito nessa competência que eles mostraram e que ela pode render frutos mais na frente

3) Zueira – Musica Boa (Autoral)

Essa galera tá de zueira com a minha cara. Quando a gente pensa que vai ouvir música boa.... (haha trocadilhos a gente vê por aqui). Bem, eu tinha me empolgado quando eles falaram da multiplicidade musical deles, mas como na maioria das vezes, me frustrei, porque grupos de pagode que “tocam outro tipo de música” continuam sendo em essência, grupos de pagode e eu juro que eu procurei, mas não achei nenhuma grande diferença entre o pagode do mercado e o deles. Entra aí Thiaguinho. Pessoalmente, eu não sabia da tradição do pagode do Sul e por isso, tal qual Sandy, me peguei analisando mais a canção do que a musicalidade deles. Realmente, a música criou um excelente cartão-postal deles para nós. Parecia uma súplica deles ao público (“Deixa a música entrar na sua cabeça”) e eu gostei disso. Hoje apenas os respeito, mas quem sabe amanhã posso virar fã.

2) Versalle – Verde Mansidão

Comecei essa audição totalmente capturado por esse timbre gostoso e de repente o que eu achava ser mais uma baladinha pop, me apresentou uma infusão reggae que me agradou bastante, a ponto de eu nem reparar na tal da linearidade, coisa que sempre me incomoda bastante, mas não aqui. No final, acabei achando uma música limitada em termos de nuances, mas que pode ser melhor trabalhada. Espero nunca perder essa conexão mental que tenho com Paulo Ricardo, porque Los Hermanos foi exatamente o primeiro grupo ao qual associei Versalle. No mais, ficou valendo pela musicalidade (relativamente) original.

1) Scalene – Surreal (Autoral)

Agora é a hora da verdade. Todos os parágrafos introdutórios se tratavam desse grupo, porque aqui eles simplesmente mostraram como se faz. Tivemos a brasileirização de um estilo bem popular lá fora: o pop/rock alternativo (ou indie). E como se não bastasse, tivemos os recursos vocais sendo excelentemente bem colocados nos buracos que a melodia tinha. Ainda estou anestesiado com aquele falsete. E toda a divisão da música nos dois momentos: O início mais calmo e contido e o final mais intenso e explosivo, como disse Fernanda Lima (sim, Fernanda Lima que se duvidar daqui a pouco tá sentada na cadeira de um dos jurados kkkkkkkkkkk). Eu acho Scalene um dos grupos mais bem preparados da temporada e quiçá O mais original do ano, e nesse comecinho de temporada, foi o único grupo, que (por méritos dessa audição e não por base de fãs já consolidadas) eu já vejo na final do programa e dada a vibe de “já ganhou” deles, acredito que seriam excelentes candidatos a herdarem a coroa da banda Malta. #GOscalene

E assim termina nosso placar da noite: 

Bem, passado o entusiasmo com Scalene, devo dizer que apenas falta comentar sobre Rafa Brites, que continua perdida na sua função, mas ao contrário da estreia, não está mais bonitinho, já ficou com o clima pesadinho e ficou óbvia a falta de preparo da menina para a função. Sdds Fernanda Paes Leme! Sério gente ela só não tá igual a Miá Mello no The Voice Brasil 2 porque a Rafa pelo menos tem mais carisma e é mais natural.

Bem, oficialmente essa foi a nossa última noite de audições. Semana que vem já vamos ter a repescagem, e eu acho um desperdício de tempo que bandas que ainda não se apresentaram ter a chance de se apresentar também no próximo domingo. Mas tudo bem, provavelmente não vão passar, já que temos apenas 4 vagas sobrando e 5 grupos que já se apresentaram. Acredito que a produção pode dar preferência aos grupos que já se apresentaram.

Ah, incrível como a Sandy está sem moral como os grupos participantes. Ela ainda tem 3 vagas para preencher nessa repescagem. Tadinha! Merece muito mais que isso!

Bem, é isso galera! Até a semana que vem! (se vocês já tiverem conseguido superar a audição de Scalene, é claro)


Deixe o seu comentário