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Terceira fase de Velho Chico é moralista e arrastada

Exibida às 21h, obra idealizada por Benedito Ruy Barbosa, parece novela das seis.

Por: Jeferson Cardoso

A primeira fase de Velho Chico foi uma obra prima. Não esperava tanto. Pensei que largaria a novela logo na primeira semana, mas fui fisgado. Edmara Barbosa e Bruno Luperi, os autores, surpreenderam-me positivamente com agilidade, ótimos textos, e, principalmente, emoção.

Com a apresentação da terceira fase, o encanto de Velho Chico foi para o espaço. É inadmissível as mudanças do personagem Afrânio, bem defendido por Rodrigo Santoro, e acabado com Antonio Fagundes. A questão não é se Fagundes está repetindo trejeitos de outros papéis defendidos por ele, como em Duas Caras e Porto dos Milagres, e sim o perfil do Coronel Saruê. Não é o mesmo personagem! Não tem lógica! É broxante! A culpa é conjunta, da direção e do atual intérprete. Faltou uma sintonia entre Fagundes e Santoro; se existisse, Fagundes evitaria dois micos: a falar como se estivesse com um ovo na boca, e também aquele sotaque carregado (que não existia). Já a direção pecou na troca de figurino. O "coroné" deixou de ser fazendeiro para ser um palhaço. Que vergonha!!!

Luiz Fernando Carvalho, assim como os autores, também é responsável pela linda primeira fase. Só que ele cometeu um grave erro quando a novela deu um salto no tempo. Velho Chico ainda parece está na década de 80. Os figurinos são carregados (hoje em dia – nem os peões - se vestem daquele jeito); o tom amarelo das imagens [que era legalzinho na primeira fase] não combina mais com a proposta da história; e não tem como acreditar na caracterização da Dona Encarnação (Selma Egrei), que envelheceu muito pouco em relação a todos os demais personagens. Também precisamos acreditar que, na ficção, Camila Pitanga é mãe de Gabriel Leone. Em Família vingada!

Narrativamente, Velho Chico apresenta algumas falhas, que uma novela tradicional não deveria cometer. Na passagem de tempo, os autores deixaram de apresentar alguns desfechos, como a morte de Eulália (Fabiula Nascimento); e o sumiço de Martim. Nas trocas de intérpretes também faltou uma correlação para que o público pudesse identificar os personagens e compreender melhor o contexto. Muita gente que acompanhou o início da terceira fase ficou perdida, principalmente àqueles que estavam bisbilhotando a novela pela primeira vez.

Passado as devidas apresentações, com 42 capítulos no ar, Velho Chico vegeta. A novela parou, não sai do lugar. Por quase dez capítulos, Miguel (Gabriel Leone) esteve rumo à Brotas de São Francisco e só apareceu em cenas com diálogos moralistas. Não vou aqui descrever outras enrolações, apenas citarei mais um incômodo: capítulos inteiros com personagens relembrando acontecimentos do passado, lamentado a vida, e no fim, sendo moralistas. É o que aconteceu ao longo da semana passada, principalmente no capítulo de sexta-feira.

O moralismo prejudica muitos personagens bons de Velho Chico, tornando-os chatos, como é o caso de Miguel. Acredito que o público também sinta a falta da torcida de um grande amor. O difícil será convencer o telespectador das decisões – bestas – e idas e vindas de Tereza (Camila Pitanga) e Santo (Domingos Montagner).

A narrativa, lenta e arrastada, de Velho Chico não me surpreende. É típico de Benedito Ruy Barbosa. A diferença, até aqui, é que – para mim – a primeira fase foi ágil. E, como estou disposto a seguir acompanhando a novela, estou preparado para ter muita paciência.

Sim, pretendo acompanhar Velho Chico até o fim. Citei algumas coisas que me incomodam, e os que talvez não atraem à maioria, mas no geral, gosto da novela. O texto é muito bom; tem ótimos atores, e o que mais me agrada: a emoção – que faltava nas antecessoras (Babilônia e A Regra do Jogo). O capítulo pode dá a impressão de que não sai do lugar, mas emociona, e algumas cenas são tocantes.

Penso que Velho Chico tem estrutura de novela das seis exibida na faixa das nove. E a culpa não é da belíssima direção de Luiz Fernando Carvalho. É da narrativa, de seus autores, que não apresentam ganchos, ou seja, não sabem prender, tampouco despertar a curiosidade do telespectador.

Por conta da reprise de O Rei do Gado, que levantou a audiência do Vale a Pena Ver de Novo de 13 para 17 pontos, muitos acreditavam que Benedito Ruy Barbosa resgataria os 35 pontos às 21h. Bobagem. São públicos e horários distintos. Para os dias atuais, defendo minha teoria, Benedito não tem perfil para às 21h. Acredito que o público, de fato, está carente de uma novela tradicional, mas com estilo como Senhora do Destino, Laços de Família ou Mulheres Apaixonadas.

Por fim, meu apelo: Globo, por favor, por míseros pontos de audiência, não muda radicalmente Velho Chico. Faça os ajustes necessários, mas não acaba com o encanto que ela tem. Não repita os mesmos erros de Babilônia, que quanto mais mexia pior ficava. Velho Chico, às 21h, sinto muito, não tem força para conquistar a grande massa. É para ser degustada pelos noveleiros (e tem que gostar muitoooo de novela!). Agradecido.

Está acabando!

A melhor novela dos últimos anos [para mim é!!!], infelizmente, está acabando. Meus queridos, sou apaixonado por Totalmente Demais, mas nem por isso vou deixar de criticá-la. Serei breve. Sei que os autores (Rosane Svartman e Paulo Halm) atiraram para todos os lados, e todo mundo se envolveu com todo mundo, mas detestei as justificativas para o fim do relacionamento entre Rafael (Daniel Rocha) e Lili (Viviane Pasmanter); nada a ver a viagem de Eliza (Marina Ruy Barbosa) para o Uruguai com Rafael; e agora Rafael vai terminar com a Leila (Carla Salle)?. A paciência tem limites!

Gostei do reaparecimento da Sofia (Priscila Steiman), deu vida à trama – que havia perdido o alicerce com o fim do Concurso. Uma pena que a intérprete não esteve à altura da personagem. Que atuação sofrível!

O Max (Pablo Sanábio), dias após sofrer homofobia e ser espancado, ficou sem função. Os autores, então, criaram situações envolvendo os pais dele e um namoro de fachada. Não colou, não convenceu, e durou pouquíssimos capítulos.  

Como toda novela, Totalmente Demais também tem defeitos. É natural, nem tudo é perfeito. No entanto, nesta novela, pra mim, quase todos os capítulos foram. Que NOVELA! E tudo indica que Eliza terminará mesmo com Jonatas (Felipa Simas), o que não será novidade. Os autores desenharam esse desfecho desde a estreia. Eles só não esperavam que Arthur (Fábio Assunção) tivesse uma grande torcida.

Eta Fenômeno Bom!

Walcyr Carrasco, que não é bobo, aposta na faixa das 18h tudo o que é garantia de audiência. Eta Mundo Bom! é praticamente uma cópia de Chocolate com Pimenta e O Cravo e A Rosa. O texto pode ser questionável, mas a narrativa não. Walcyr sabe, e muito bem, como entreter.

Eta Mundo Bom! é uma novela divertidíssima. Dou boas gargalhadas. O sucesso é mais do que merecido.

Muito boa!

Estou amando Liberdade, Liberdade. Essa sim é uma novela tradicional. Muito boa mesmo. Só não sei se tem ritmo para 60 capítulos. Tomara que tenha.

Observando a atuação de Mateus Solano, ainda tem um pouco do Félix. É bem pouco, mas tem. Rsrs

Tá difícil!

É uma pena a Record não ter acreditado em Escrava Mãe no único momento que ela tinha como garantia a vice-liderança. Hoje, não sabe mais o que fazer com a novela. Não acredito que dará certo no confronto direto com Haja Coração. A Globo, certamente, perderá boa parte do público de Totalmente Demais, mas isso não significa que a Record irá crescer. O share às 19h não é o mesmo das 20h30. E a disputa será novela x novela. Ou seja, o público será o mesmo. Sendo otimista, aposto – inicialmente – em algo entre 10 e 12 pontos, até cair para...

Uma vez Escrava Mãe confirmada as 19h30, como ficará a audiência do Cidade Alerta? A Rede Record não vai saber lidar com a terceira colocação do telejornal. Anotem.

Tchau!

A Rede Record foi certa na punição a Geraldo Luís. O apresentador faltou com o respeito, ao vivo, com a equipe do Domingo Show e também com a direção artística do canal. Quando o empregado pensa que é o dono...

Que sirva de lição e que o profissional consiga um emprego na RedeTV!. No SBT, diante da crise econômica pela qual passa o Brasil, acredito, que não terá chance.

É isso. Essas são as minhas (certas ou não) opiniões. E vocês, estão gostando de Velho Chico? O “novelão” de Benedito Ruy Barbosa virará o jogo e decolará na audiência? Totalmente Demais tem fôlego para mais 25 capítulos? A Escrava Mãe dará certo na faixa das 19h30?

 Obrigado pela atenção e até ao nosso próximo encontro. 


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