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O que esperar de I Love Paraisópolis?

Trama tem ingredientes clássicos para não fracassar.

Por: Jeferson Cardoso

Bruna Marquezine e Maurício Destri, os protagonistas (Foto: João Miguel Júnior/Divulgação TV Globo)

Parece-me uma novela tradicional, de apelo popular. Se sim, pode dar certo. Como noveleiro, torço para que faça sucesso, mesmo que a história não seja de meu agrado. Mas o que é sucesso hoje em dia? Se aumentar os índices (que para alguns são insignificantes) de Alto Astral ou se pelo menos mantê-los? Se marcar 20 pontos, é fracasso?

Disposta a segurar o público de Alto Astral, a Globo investiu bem na divulgação da trama de Alcides Nogueira e Mario Teixeira, explorando o que ela tem de melhor: a trilha sonora. As primeiras chamadas, pra mim, davam a impressão de uma novela chata, mas as mais recentes estão atraentes. Inicialmente, o foco deve ser o romance do casal principal. A aproximação e apresentação da relação deles é essencial. Todo começo de novela é assim, faz parte. Os autores, no entanto, não podem exagerar. Acredito que, hoje em dia, o público não tem mais paciência para clichês românticos, a não ser que tem uma história forte por trás.  

O elenco de I Love Paraisópolis não é ruim. Algumas pessoas tem implicância com as atuações de Bruna Marquezine e Caio Castro, mas a turma, no geral, é boa. Pelo clipe de apresentação, percebi que a direção acertou nas escalações. Posso estar enganado, mas curti. Pelo pouco que vi, fiquei surpreso com desempenho de Maurício Destri.

O nível de atuação dos atores faz parte da qualidade e nomes consagrados agregam valor, no entanto, o mais importante é o conteúdo. Torço para que a história de I Love Paraisopolis seja, pelo menos, agradável. Ingredientes clássicos para não fracassar, ela aparenta ter. Vamos ver como funciona no ar.

Não é fácil substituir uma novela de boa repercussão. Se vacilar, o público rejeita. Mas, se agradar (principalmente o telespectador) faz sucesso de imediato. I Love Paraisópolis parece não fugir muito das características de sua antecessora, então acredito que ela consiga uns 20 pontos de audiência (na média geral). É pouco? Para uns, sim. Eu, que deixei de comparar os índices de hoje com os do passado, e aceitando a nova fase da TV aberta, penso que corresponde a realidade das 19h. Para o capítulo de estreia, minha aposta é de 23/24 pontos. Tomara que surpreenda positivamente.

Novelaço!

Pepito (Conrado Caputo) e Samantha (Claudia Raia), dupla de sucesso (Foto: Reprodução/TV Globo)

Terminou, o que foi para mim, uma das melhores novelas das sete. Alto Astral foi ótima do primeiro ao último capítulo. Um clichê clássico e surpreendente. Daniel Ortiz, em sua primeira oportunidade no Brasil, me surpreendeu positivamente com uma novela incrível, sem nenhum compromisso de representar a realidade.

Alto Astral foi uma novela surreal, divertidíssima, de humor simples; dramas e reviravoltas óbvias, porém incríveis. Pra mim, uma obra quase perfeita. Sou fã de autor que faz o telespectador sonhar e acreditar no universo proposto. O que para uns possam ser "viajar na maionese" pra mim é "viajar na imaginação". No caso desta novela, embarquei (quase voei) e fui muito feliz.

No último post sobre a novela fui injusto com dois atores, pois esqueci de citá-los entre os destaques. Alejandro Claveaux (César) e Sabrina Petraglia (Itália) surpreenderam. Espero que os dois sejam valorizados na plim plim, pois merecem.

Parabéns a todos os envolvidos. Meu muito obrigado por essa excelente novela, que hoje posso dizer: é a melhor já produzida pela Globo nos últimos dois anos. E Império? Ah, essa fica em segundo lugar. É simples assim.

Sete Vidas

(Foto: Reprodução/TV Globo)Já comentei que Sete Vidas, pra mim, é excepcional. A cada capítulo, sou surpreendido. Quem não a acompanha diariamente e assiste apenas cenas avulsas, provavelmente, deve considerá-la uma novela fraca sem grandes acontecimentos. Ledo engano. Lícia Manzo, a autora, não poupa história. É uma trama ágil, de pés no chão, realista (sem ser depressiva), cotidiana (sem ser arrastada) e de texto e situações incríveis.

É um folhetim sem vilões. Os obstáculos da vida são os destaques. As coisas ruins (o lado negativo) são sutis e acompanhados de reflexões e otimismo. A autora, portanto, mostra que sabe a quem ouvir e corrigi a carga pesada (angustiante) de A Vida da Gente. 

Apenas duas coisas me incomodam:

1) A personagem de Regina Duarte é de pouca relevância. É uma participação especial, mas sem destaque algum.

2) A pífia participação de Fernanda Rodrigues. A atriz não merecia ter sido convidada para fazer figuração. Nada contra os figurantes, mas - para gravar uma vez no mês - poderia dá chance à uma novata.

Jornal interativo

Gostei do novo cenário do Jornal Nacional. A princípio não curti a ideia dos  âncoras William Bonner e Renata Vasconcellos em pé, mas já acostumei e achei interessante a interação com os correspondentes e repórteres. Sinto falta da abertura, com a tradicional vinheta; deveria ter dois telões, o que evitaria Bonner ter que caminhar pelo cenário (passando na frente da bancada); também me incomoda as indiretas entre o âncora e Maria Júlia Coutinho, apresentadora da previsão do tempo.

Zorra

"Mas se por acaso a audiência não bombar, Valéria e Janete podem ressuscitar"

 "Esse programa que você vai ver, só tem uma certeza: ninguém sabe o que vai ser"

Essas foram umas das frases do Zorra, totalmente reformulado. Para agradar o público fiel e atrair novos telespectadores, o humorístico apresentou esquetes rápidas, piadas visuais e uma pegada mais cotidiana. O formato ficou parecido com o Tá no Ar. Confesso que até ri em determinados momentos.

Ainda é muito cedo para formar uma opinião, mas o primeiro episódio superou as expectativas.

Reprise

Alma Gêmea, Senhora do Destino, Por Amor e A Gata Comeu são as mais prováveis para o Vale a Pena Ver de Novo. Depois do sucesso de O Rei do Gado, adeus reprises inéditas? Uma pena.

Por que não?

Globo podia esticar a atual temporada de Malhação para tempo indeterminado. É ótima!

É isso. Acreditam no sucesso de I Love Paraisópolis? Bruna Marquezine e Caio Castro surpreenderão? Qual a aposta de audiência para o capítulo de estreia? Gostaram do final de Alto Astral? E do formato do Zorra? Obrigado pela atenção e até a próxima. 


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