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Crítica: Vidas em Jogo precisa fortalecer os dramas e seus vilões

Por: Jeferson Cardoso

Quem acompanha o blog sabe o quanto idolatrei "Chamas da Vida" assim como estava ansioso para a estreia de "Vidas em Jogo", de Cristianne Fridmann. A ansiedade desta vez não foi tanta, visto que me decepcionei com as últimas expectativas, mas estava curioso.

A autora soube apresentar muito bem os seus personagens, dando destaque a cada um deles. Deixou claro que o folhetim possui vários protagonistas. A fotografia da novela é muito bonita; a trilha sonora é interessante; o elenco é ótimo; e, a sinopse idem.

Confesso que precisei de um pouco de tempo para chegar a uma opinião em relação a "Vidas em Jogo". É boa? Sim! Estou gostando? Sim!

No primeiro capítulo, achei desnecessária a cena de perseguição nos Lençóis Maranhenses. Pensei que o sumiço dos irmãos de Francisco (Guilherme Berenguer) tivesse uma carga mais dramática. Talvez isto seja explorado mais adiante. Uma pena, já que prefiro drama às cenas de perseguição. Também não gostei do tema de abertura, que por sinal é muita curta.

Não consigo entender por que os autores estão optando por humanizar os seus vilões. Entendo que – em novelas – vilão é vilão! A personagem Regina, interpretada pela excelente Beth Goulart, tem uma relação interessante com a filha, mas são chatas as cenas em que a "vilã" aparece ao lado de Cléber (Sandro Rocha). Em duas semanas – confesso – não suporto mais essa história de "desocupa o meu prédio"! Talvez digo isto porque sinto falta de uma verdadeira vilã, que deixasse a saudosa Vilma (de “Chamas da Vida”) no chinelo.

Li uma crítica onde comentava sobre a sintonia do núcleo de vilões, do qual discordo totalmente. Sandro Rocha, a meu ver, foi escalado equivocadamente. Posso estar errado, mas sua atuação não convence. Não sinto raiva do personagem e, em alguns casos, acho graça de sua atuação. Sei que é a sua primeira novela e que só foi escalado porque se destacou no filme "Tropa de Elite", mas a direção não poderia se precipitar, visto que é um personagem de destaque.

Outro personagem está me intrigando: Carlos (André Di Mauro). É insuportável! Nada contra o ator, mas ele não soube construir bem o papel. A sua atuação, em alguns momentos, lembra os trejeitos de Lipe, o pedófilo de "Chamas da Vida". Quando vai chorar então... meu Deus!

Os pontos positivos da novela estão os personagens de Julianne Trevisol, Guilherme Berenguer, Thaís Fersoza, Betty Lago, Leonardo Vieira, Lucinha Lins, Luciana Braga, Vanessa Gerbelli e, claro, Mylow, o intérprete do cãozinho Zé.

Adoro o casal Rita e Francisco. Julianne e Guilherme têm uma química fantástica. Eles dançando é sensacional.

Gosto bastante da Marizete e Rita, mas infelizmente estão tendo pouco destaque. A autora – nesses capítulos iniciais – resolveu apostar em cenas de ação e deixou o drama e a comédia de lado, o que acabou afetando a audiência.

Não sou contra cenas de ação, pelo contrário, o público da Rede Record exige isto. Só que uma novela não pode deixar o drama de lado. "Chamas da Vida" se destacou assim e Walcyr Carrasco está salvando "Morde & Assopra" focando em personagens dramáticos.

Acredito que Cristianne Fridmann, excelente autora que é, já percebeu o que não está agradando (em visão ampla) e – provavelmente – corrigirá a tempo para driblar os preciosos índices do Ibope.

Enfim, meus queridos, não estou decepcionado com "Vidas em Jogo". Estou gostando da narrativa e continuarei acompanhando. Sabemos que a novela possui bons temas a serem abordados ao longo de seus 200 capítulos. Só precisa centralizar histórias, bem como fortalecer os dramas e seus vilões.


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