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Alto Astral é uma novela bem costurada, mas gira em círculos

E mais: Globo tem que saber lidar com o fracasso de Babilônia!

Por: Jeferson Cardoso

Nathália Dill e Sérgio Guizé em cena de Alto Astral (Foto: Reprodução/TV Globo)

Pessoal, tudo bem com vocês? Gostaram do novo visual do site? Espero que sim, agora ficou compatível em celulares e tablets.

Como prometido, falarei de Alto Astral. Gostaria de dedicar o post inteiro a essa novela, mas preciso dividir com outros assuntos (então serei breve). Vamos lá!

Alto Astral, pra mim, é a melhor novela das sete desde Cheias de Charme. Claro, não me esqueci de Sangue Bom, que – mesmo reclamando muito da ausência de vilões – também gostei bastante.

A novela de Daniel Ortiz, baseada num argumento de Andrea Maltarolli, é perfeita para o horário das sete. Tem de tudo um pouco: drama, romance, ação, suspense, comédia, surpresas, ganchos... Um novelaço! É um folhetim de clichês e careta, de humor às vezes pastelão. É isso que faz dela um sucesso.

Desde o primeiro capítulo, Alto Astral caiu no gosto do público e, mesmo com boa aceitação, para manter o pique, sofreu alterações pontuais. Samantha, personagem de Claudia Raia, mudou radicalmente e deixou de ser vilã e se tornou uma heroína. O autor percebeu que a atriz é ótima de humor. A parceria de Claudia Raia e Conrado Caputo, o Pepito, rendeu momentos hilários. As passagens deles pelo o harém do rei Mohammed (Igor Rickli) foi muito bem bolada. O autor também, a pedido do público, teve que intensificar o romance de Laura (Nathália Dill) e Caíque (Sérgio Guizé), reaproximando-os.

Daniel Ortiz faz um ótima estreia como autor, apresentando uma novela bem costurada, mas comete um erro que deveria ser evitado. A história de Alto Astral gira em círculos. Mesmo com reviravoltas, tudo volta à estaca zero. Como por exemplo, o mistério sobre a mãe de Laura não dá um passo a adiante; e também a obsessão de Marcos (Thiago Lacerda) em assumir a direção do hospital. O autor cria situações inusitadas, bem mexicanas, mas sempre volta ao ponto inicial.

Nas atuações, destaco um nome: Elizabeth Savalla (Tina). Que atriz fantástica. Ótima atriz, não só de comédia, mas de drama também. Surpreendi-me com os desempenhos de Thiago Lacerda (Marcos) e Silvia Pfeifer (Úrsula). Giovanna Lancellotti (Bélgica), Débora Nascimento (Sueli) e Gabriel Godoy (Afeganistão) também merecem elogios. Esses três não são atores revelações, mas diria que foram as maiores surpresas.  Por fim, Conrado Caputo (Pepito) dispensa comentários.

Jorge Fernando e Fred Mayrink, os diretores, também estão de parabéns. Essa dupla funciona e surpreende. Alto Astral tem uma fotografia e trilha sonora fantásticas.

A um mês, já sofro com o fim de Alto Astral. A safra de novelas, que fazem meu estilo, está acabando. Não sei nada da sinopse de I Love Paraisópolis (título horroroso), mas sei que não sou fã do estilo de Alcides Nogueira, e também não me agrada em nada o elenco desta novela. Espero que surpreenda no ar (duvido, mas como novelão preciso ter fé). Por ora, curtirei ao máximo as emoções finais de Alto Astral, que acumula, até o momento, 21,4 pontos de audiência na Grande São Paulo. Deve terminar com 22, elevando em três pontos a média das 19h. Não é um espetáculo, mas esse índice fará falta. Podem anotar.

Rejeitada!

Essa novela é toda errada. Os autores são os maiores responsáveis, mas a direção poderia ser melhor. A sonoplastia, trilha sonora e imagens de Babilônia são ruins, para não dizer péssimas. 

Ainda considero a história fraca [minha humilde opinião], principalmente a rixa entre as vilãs. A novela segue sem foco e com muitas tramas paralelas.

Adriana Esteves mantém a Carminha viva, assim como Bruno Gagliasso ainda não desencarnou o Edu, de Dupla Identidade. Camila Pitanga também parece reviver sua personagem de Lado a Lado.

Resumindo o que comentei nos últimos posts: Babilônia é uma novela ousada, de bons temas, mas é mal desenvolvida/apresentada e dar a sensação de ser fraca, chata e boba. Em alguns momentos, parece uma novela das seis. Mas ainda penso que Gilberto Braga escreve para o público do século passado.

A baixa audiência, de 25,6 pontos, é merecida. A rejeição, acredito, está relacionada à qualidade dos primeiros capítulos (fraquinhos e bobinhos). O grupo de discussão não detectou rejeição ao casal de lésbicas protagonizado por Fernanda Montenegro e Nathália Timberg. Teresa e Estela, personagens delas, no entanto, protagonizam cenas que irritam o telespectador. Hoje em dia, a grande maioria não tem paciência para cenas bobas e de chamegos e lengalengas.

Logo na estreia percebi que Babilônia seria um fracasso de audiência. O primeiro capítulo não foi bom, e os jornalistas especializados deram ênfase ao beijo e aclamaram as vilãs. Tudo por conta de suas intérpretes. Elenco é fundamental porque dá credibilidade, mas não é garantia de sucesso. O público quer história, se vai ter beijo gay ou não, tudo isso é bobagem. Não é mais novidade na dramaturgia e já ficou chato.

Com o resultado da pesquisa de opinião, Globo inicia operação para salvar sua novela das nove. Alice (Sophie Charlotte) e Beatriz (Gloria Pires) tiveram os perfis alterados. Tudo se encaminha para que Sophie Charlotte passa a ser a verdadeira mocinha (algo notável desde a estreia).

No quesito audiência, não vejo salvação para Babilônia. Não é cedo para afirmar isso, já é tarde demais. A história, após ajustes, tem tudo para ficar agradável.

Assim como aconteceu com Em Família, acredito que Babilônia terá seu fim antecipado. Talvez termine com 144 capítulos, no final de agosto. É o tempo necessário para a produção de Favela Chique (título provisório), novela de João Emanuel Carneiro.

Se Babilônia não reagir, para pelo menos 30 pontos de audiência, a Globo tem que saber administrar o fracasso para não prejudicar a sucessora. Se precisar, a emissora tem que segurar o insucesso até setembro para que JEC e equipe possam trabalhar com segurança.

Os autores podem modificar os perfis de personagens, mas sem um fio condutor bem definido (foco), Babilônia seguirá perdida com dezenas de núcleos e centenas de personagens deixando os capítulos dispersos.

Aos que consideravam Império um fracasso, manifestem-se. #Deboche

Foi bem!

A décima quinta temporada do BBB, que consagrou Cézar Lima, teve média geral de 23,9 pontos ante 22,9 da temporada anterior. Não foi a melhor temporada de todos os tempos, como a emissora prometeu, mas graças à Império, o reality estancou a queda de audiência.

Vamos ver como, a partir desta quinta (9), como será o desempenho da Globo sem uma novela e um reality show de grande apego do público.

Como diria Cézar, misericórdia meu povo brasileiro.

Video Show

Monica Iozzi é a maior surpresa do Video Show. Na estreia, mesmo nervosa, ela se saiu muito bem. Adoro o sarcasmo dela e forma uma boa dupla com Otaviano Costa. Só não pode exagerar muito nas brincadeiras, se não fica chato.

Como fã e defensor do Video Show, estou curtindo o novo formato. Só acho que deveria ter seu tempo de exibição reduzido para 40 minutos. Não é fácil manter um programa diário de longa duração. Falta assunto e desgasta muito rápido. Resumindo: perde qualidade.

Acreditam na recuperação de Babilônia? Qual o maior problema da novela? Alto Astral é tudo isso mesmo ou só vamos ter a certeza se I Love Paraisópolis fracassar? Obrigado pela atenção e até a próxima. 


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